Love at first touch

Não venhas atrás de mim

Pov's Emma

O dia nasce. Um dia escuro e sem vida, os primeiros sinais do Outono começam a aparecer.
Olho pela janela e vejo as nuvens escuras, um vento forte que ameaça e a chuva prestes a cair.  É assim mesmo que me sinto, sem vida, desanimada, tal como o dia lá fora, a água prestes a cair das nuvens escuras compara-se à água prestes a cair dos meus olhos claros.
As palavras de Ruby continuam a pesar na minha cabeça como se alguém estivesse a tocar tambores bem perto dos meus ouvidos.

Sentada na cama, levanto-me, tomo um duche calmo e relaxante. Dizem que é no duche que pensamos mais, mas evito isso a todo o custo. "Não posso chorar, não posso chorar, não posso chorar", repito para mim mesma inúmeras vezes ao mesmo tempo que penso nas palavras de Killian que são o sol após um dia chuvoso e na Regina que é o arco-iris que torna o momento mais bonito.
Saio do meu duche e visto umas ripped jeans pretas, uma camisola fina justa ao corpo, preta também, um blusão branco e as minhas botas pretas e estou pronta para sair de casa.
No caminho para a escola não digo uma palavra e a minha mãe fica desconfiada de que algo se passa, mas prefere não me perguntar nada acerca do porquê, ao invés disso comenta que está um dia horrível, eu aceno com a cabeça como se estivesse a concordar e ela mais nada diz até chegar-mos à escola.

- Até logo, filha. - A minha mãe diz calmamente enquanto eu saio do carro.

- Até logo, mãe. - Digo sem olhar para ela. 

Dirigo-me para a escola sem ligar a quem aparecia à minha volta. Vou para o bar, sento-me num dos bancos altos que se encontram junto a umas mesas altas também, coloco os  meus headphones e coloco a "My Immortal" dos Evanescence. Uma música triste para combinar com o meu estado de espírito.

De repente, sinto alguém a tocar-me no ombro. Olho de repente e só penso "Não, por favor, eu só preciso de paz."

- Bom dia, loirinha. - Robin cumprimenta-me com um sorriso cínico e falso.

- Bom dia, Robin. - Desejo-lhe os bons dias, também. A última coisa que preciso neste momento é de discussões logo pela amanhã.

- Não vens para a sala?

- Vou já, quero ficar aqui até dar o toque de entrada.

- Porquê, o que se passa? Foi a Regina? - Ele pergunta ao mesmo tempo que se senta e coloca a sua mão direita em cima da minha mão esquerda. Fico imóvel, não percebo o que se está a passar.

- Não, a Regina não tem culpa de nada. - Digo olhando para a sua mão em cima da minha até que ele começa a acariciá-la com o seu polegar e de seguida coloca a sua mão esquerda na minha bochecha direita. Porque é que eu não me consigo mexer?

Começo a ficar nervosa sem saber o que fazer. Estou imóvel, como se em qualquer movimento brusco a besta fosse atacar.

- Emma?

Ouço uma vez feminina a chamar o meu nome, quando finalmente retiro o olhar da mão de Robin e olho para quem me chamou e era Regina. Ela está com um olhar de raiva e desilusão no rosto, ela sai a correr. Eu olho para o Robin após o sucedido e reparo no seu sorriso vitorioso, de quem conseguiu estragar a minha amizade com a sua ex namorada. Pego nas minhas coisas e vou atrás da Regina.

- Regina, espera!- Falo alto, atrás da Regina. Mas não obtenho resposta.

- Regina!

- O que foi, Emma? - Ela vira-se de repente. 

As lágrimas nos seus olhos eram visíveis. O brilho que outrora se encontrava nas suas íris tivera desaparecido. Noto lágrimas, desilusão e mágoa e tudo por minha causa. Ou melhor, por causa daquele nojento sem escrúpulos, sem qualquer pingo de amor no peito.