Lobo em Pele de Cordeiro

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Capítulo 2: Lobo em Pele de cordeiro

Rebeca Parker

Um Ano antes... Maine - USA

Você conhece a expressão lobo em pele de cordeiro? Espera, espera, lembrei de uma mais adequada, deixar a raposa cuidando do galinheiro. Pois foi exatamente isso que meu pai fez, quando contratou meu professor de francês.

No auge dos meus dezessete anos, no último ano da escola, minha prioridade eram as notas, os estudos eram coisa séria na minha casa, assim como a religião. Meu pai, estava polindo suas medalhas que ganhara em seus tempos no serviço militar, ele as lustrava e as enfileirava sobre a mesa. Minha mãe batia um bolo a mão. Eu estava ali na cozinha pintando as unhas sem me preocupar com muita coisa.

— Seu novo professor de francês chegará hoje as três da tarde.

Soltei um suspiro sem muita animação, francês não era uma das minhas disciplinas favoritas, e as tediosas aulas com a professora Meredity eram uma verdadeira tortura.

— Professor? — Ergo os olhos e levo as unhas recém pintadas próximo a boca e as assopro para que o esmalte seque mais rápido. — O que aconteceu com a professora Meredity?

— Ela está com um problema de coluna, e até se recuperar da cirurgia que está prestes a fazer, terá que ficar em casa por causa das dores.

— Hum... — murmuro sem muito interesse.

Minha mãe se mete na conversa já com aquele tom de advertência...

— Vocês terão aula na sala, e lembre-se, Maine é uma cidade muito pequena, aqui todo mundo sabe da vida de todo mundo, não vamos dar motivos para as fofoqueiras ficarem falando.

Reviro os olhos. Eu já conhecia esse discurso de cor e salteado. Era o mesmo que ela falava para mim e para minha irmã, noiva do filho do prefeito.

— Eu sei mãe, eu sei. — Resmunguei.

Meu pai logo repreendeu meu tom.

— Ouça sua mãe. Ela tem razão, um homem não respeita quem não se respeita. — Ele rosnou, terminando de polir a última estrela dourada —Para que comprar a vaca se pode ter o leite de graça.

Por favor alguém me mate! Saí da cozinha pisando duro e fui para meu quarto. Eu não tinha interesse em ficar com os meu rapazes da minha escola, eles eram tão imaturos e infantis. Eu já tinha colocado um objetivo na cabeça, me formar, lecionar e ter meu próprio lugar.

Cara... eu já tinha tudo arquitetado, planejado meticulosamente, até que Gerard passou pela porta da sala e meus planos foram descarga a baixo. Foi ali que tudo começou a dar errado.

Ah ... eu e a ingenuidade de uma imbecil de vinte anos... Quando é que o francês passou de insuportavelmente chato para extremamente excitante ? Acho que foi quando passei a me concentrar nos lábios de meu professor e no cavanhaque mais sexy que eu já havia visto até então. Alguns fios grisalhos perdidos ali em meu aos escuros, denunciando que ele não era mais tão jovem assim. Charmoso era apelido, ver aquele homem fazendo biquinho me dava coisas, daquelas do tipo que eu não poderia contar pra ninguém, principalmente pelo fato dele ter quarenta e cinco anos.

Mas quem disse que o coração vê idade, eu estava apaixonada, durante meses nutri minha paixonite em silêncio, apenas fantasiando como seria se Gerard correspondesse, ah seria lindo, seria perfeito...

Por céus, como fui burra. Se eu soubesse.

No sábado a tarde minha mãe teve que sair as pressas por causa de uma carola da igreja, não entendi direito o motivo, mas finalmente estávamos sozinhos em casa. Sim, Gerard era um lobo e eu uma adolescente com os hormônios em polvorosa e o corpo fervendo.

Meu Querido Professor (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora