❋ 10º Capítulo - "Thank you" ❋

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O resto da manhã foi passada com a Hannah, ela tentou acalmar-me depois do grande susto que apanhei nesta manhã.

Mas neste momento estava sozinha, ela decidiu passar a tarde com o Dave, quase que posso afirmar que uma vez na vida a Hannah está quase a começar a apaixonar-se por mais que ela não queira admitir.

Estava sentada no banco do jardim da escola, quando comecei a ouvir uns passos atrás de mim, eram passos de um homem.

De repente uns braços longos agarraram a minha cintura e apertaram-me com força, eles eram-me familiares, senti um conforto.

- Oi maninha! Está tudo bem contigo? Não te dói nada? Eles fizeram-te mal?

- Ei tem calma. Está tudo bem, estou viva. – comecei a rir, mas ele ficou zangado, realmente aquilo não tinha piada. Eu tive muito medo. Por momentos pensei que nunca mais pudesse abraçá-lo. – Graças ao Harry, ficou tudo bem.

 - Ao Harry? – ele ficou surpreendido com a minha afirmação.

- Sim. Ele apareceu na minha sala e por causa dele ainda estou aqui.

Ele ficou boquiaberto, para ser sincera cada palavra que estava a sair da minha boca parecia mentira. Ele realmente “salvou-me”.

- Queres ir almoçar?

- Claro que sim. – respondi contente. Estava a precisar de descontrair e nada melhor que estar um tempinho com o Ash.

Ele ficou todo contente e de repente vejo-o a dirigir-se ao seu grupo de amigos, nesse grupo estava incluído o Harry. Para ser sincera, não gosto muito daquele grupo.  Acho que não são muito boa companhia para o Ash. Eles começam a aproximar-se.

- Vamos? – disse ele.

Vamos? Ele está a querer dizer que não vamos almoçar apenas os dois? Aqueles idiotas vêm todos? Estou arrependida do momento em que disse que sim.  Apenas acenei com a cabeça e segui-os.

Chegamos ao Nando’s e eu estava realmente cheia de fome.

Sentamo-nos na mesa do fundo. A empregada logo se dirigiu à nossa mesa e consegui perceber que ela ficou um pouco horrorizada com o aspeto deles, certamente não deveria fazer o género dela, como eu a compreendo. Depois o seu olhar foi dirigido a mim e o que consegui detetar foi pena, ela deveria pensar que estava ali obrigada e que mais tarde ou mais cedo iria ficar com uma aparência igual à deles. Mas isso não iria acontecer e detesto que tenham pena de mim. “Só tive pena de ti, foi por isso que te beijei.” Aquelas palavras vieram-me ao pensamento e olhei para o Harry, ele tinha sido mesmo bruto.

A empregada foi-se embora, mas rapidamente voltou com os nossos pedidos. Imediatamente, todos começaram a comer, estávamos todos esfomeados.

Tal como na outra vez estava a sentir-me observada. Os olhos do Harry estavam postos em mim, mas decidi ignorar e não olhar para ele, a última vez que o fiz não acabou bem.

Todos pareciam estar a divertir-se, exceto eu. Queria poder ir para casa, pegar no meu bloco do notas e começar a desenhar, libertar-me.

De repente dou um sobressalto quando sinto uma mão a tocar na minha. Desta vez olho nos olhos dele, e vejo-o a sorrir, num murmuro ele diz “Queres ir dar um passeio?”

Fiquei com um pouco de receio com aquela proposta, eu e o Harry sozinhos, de certeza que não iria acabar bem, mas pior do que estar aqui certamente não seria. Decidi aceitar e saímos. Os outros estavam tão entretidos que aposto que nem deram conta pela nossa saída.

- Estava a ficar aborrecido lá dentro. – o Harry acaba por dizer. Pela primeira vez na vida concordamos um com o outro. – Vou-te levar a um sítio que eu gosto muito, acho que vais gostar.

Não estou a perceber a simpatia dele hoje, definitivamente ele não estava nos seus dias habituais.

Durante todo o caminho permanecemos em silêncio, apenas trocávamos olhares e sorriamos um para o outro.

- Chegamos.

Por mais estranho que pareça, aquele sítio era barulhento e calmo ao mesmo tempo, era um sítio incrivelmente bom.

Ouviam-se as birras das crianças, mas aquele ambiente fazia-me bem. Sentia a brisa fresca na minha cara e o ar puro. Ele sentou-se no banco do jardim e eu decidi acompanhá-lo.

Olhei-o nos olhos e não sei o que passou pela minha cabeça, mas sem hesitar peguei na minha mão e passei por todos os cortes que ele tinha na cara. Ele tinha a cara numa lástima. Não sei porque o fiz, mas penso que a minha mente achava que os podia fazer desaparecer.

- Obrigado. – foi tudo o que consegui dizer.

- Obrigado?! Obrigado por quê? – ele perguntou confuso.

- Pelo que fizeste hoje de manhã. Pela tua coragem. Por me teres salvo.

- Não tens que agradecer. Apenas fiz o que qualquer um faria. – ele rosna.

Não sei o porquê de ser tão difícil de ele aceitar que por vezes ajuda as pessoas.

- Qualquer um o faria, mas eras tu que estavas lá. Foste tu que me tiraste do perigo, por isso é a ti que tenho de agradecer. – espero que desta vez ele entenda que realmente salvou-me e que merece ter o meu agradecimento.

Ele apenas sorri embaraçado.

Porque é que ele não é sempre assim?! Talvez até houvesse uma oportunidade de sermos amigos.

De repente ele fixa-se em mim e começa a aproximar-se. Queria ir-me embora, mas não queria. Senti-me a congelar, todos os movimentos que queria fazer estavam agora impedidos.

Apenas consigo sentir os seus lábios nos meus. Ele pede permissão e sem saber porquê eu dou-lha.

Sinto-me a aquecer, aquele calor percorre todo o meu corpo. A sua língua começa a explorar todos os cantos da minha boca. Naquele momento nós estávamos ligados um ao outro, era como se fossemos um só. Todo o meu corpo estava excitado, desta vez ele estava-me a dar arrepios, mas não era de medo. Desta vez eu estava a gostar.

 Separamos os nossos lábios e por momentos fiquei triste que tivesse acabado. Mas apenas os nossos lábios se separaram. As nossas testas permaneciam coladas e apenas vi ele a sorrir para mim. A partir daquele momento aquele monstro com covinhas viria a ser o meu ponto fraco.

     

Aviso: a partir de agora apenas postaremos um capítulo às quartas e sábados. Espero que compreendam.

Obrigado a todos por continuarem a ler a nossa fic.  We love you <3 

Breathe Me 1ªTemporada | H.sOnde histórias criam vida. Descubra agora