Breathe Me 1ªTemporada | H.s

❋ 24ºCapítulo ❋

Encontrava-me à espera do Harry sentada numa mesa da última fila do Nando’s. Olhei mais uma vez para o relógio, já perdi a conta das vezes que olhei para ele. Já se passou uns bons minutos da hora marcada e sinto que ele não vai aparecer.   

Sinto-me uma idiota devido ao número de vezes que o empregado já veio ter à minha mesa a perguntar o que queria para almoçar e como resposta apenas digo “espere mais um pouco, estou à espera de uma pessoa.”. A próxima vez que ele aparecer juro que peço o que quero ecomo sozinha.  

Começo a ter receio que o Harry não apareça. Tenho medo que depois do que lhe contei, ele decida desistir de mim, de nós. Sinto um pouco de arrependimento por lhe ter contado, se calhar foi um pouco cedo e nem sequer o conhecia o suficiente. Decidi colocar todos os meus medos de parte e desabafar e pensei que pudesse confiar nele, mas estou a ver que fiz tudo errado.  

Quando estes pensamentos percorrem a minha mente, acabo por ver uma sombra na esa, decido olhar para o  meu lado e vejo uma figura alta ao pé de mim. Os olhos dele brilhavam mais que nunca e estava com um sorriso nunca antes visto.  

- Estava a ver que nunca mais vinhas. – digo-lhe enquanto ele se senta à minha frente para tentar perceber qual a razão para ele ter chegado atrasado.  

- Desculpa, tive mesmo que fazer umas cenas antes de vir e não pude avisar-te porque fiquei sem bateria.  

A minha boca já estava preparada para perguntar a que cenas é que ele se estava a referir mas tentei controlar o meu impulso. Por vezes é difícil, gosto sempre de saber o que se está  a passar à minha volta.  

- Scar, tu sabes o que fui fazer, mas também não queres que o diga por isso não compliques. – parece que ele está a começar a saber como sou, parece que já consegue ler os meuspensamentos. Refleti sobre o que ele disse e logo percebi, ele tinha ido tratar dos seus “negócios”, ele tinha ido vender droga. Custa-me saber que ele o faz, mas é bom saber que ele não consome, apenas o deve fazer para poder ganhar dinheiro, mas não deixa de ser ilegal. Tento esquecer e esvaziar a minha mente destas preocupações.  

- Vamos esquecer esta conversa. Agora estás aqui e isso é que interessa. – tento parecerdescontraída e sem quaisquer problemas. Não quero acabar por discutir.  

O resto do almoço passou a correr, estávamos os dois cheios de fome e rapidamente os pratos ficaram vazios. Quando estávamos prontos para nos irmos embora o Harry começou a parecer nervoso.  

- Passa-se alguma coisa Harry? – comecei a ficar nervosa também.  

- Não é nada … é só que… podíamos ir para minha casa, mas não sei se queres devido o que aconteceu da última vez.  

Os meus pensamentos remeteram-se para aquele dia. Aquelas primeiras sensações quentes, de excitação de querer mais, mas depois as lágrimas. Lágrimas de sofrimento, de dor, de raiva. Mas não podia fazer com que o meu passado me atormentasse mais, e eu apenas iria a casa dele, não iria fazer mais nada. Ele disse que nunca me iria obrigar a fazer o que não queria ou algo que me magoasse.  

- Por mim podemos ir, é na boa.  

Consegui perceber o quão surpreendido ele ficou com a minha resposta, certamente pensava que nunca mais quisesse entrar na casa dele.  

Dirigimo-nos para o carro e rapidamente chegamos a casa dele. É absolutamente verdade que esta casa não me deixa boas recordações e que me dá arrepios só de imaginar o que me fez sair daqui da última vez.  

- Vamos! – ouço a voz rouca do Harry e sinto o seu braço em cima dos meus ombros dando-me um empurrãozinho para entrar dentro de casa. – Vai correr tudo bem.