❋ 13ºCapítulo- ❋

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Depois de almoçar decidi ir para o pátio da escola. Estava a olhar para o vazio e todos os meus pensamentos iam ao encontro do Harry. Ele não me saía da cabeça, todas as nossas conversas, todos os nossos beijos estavam presentes na minha memória. Por mais que me custasse tentei não pensar nele por uns momentos, para isso decidi colocar os fones e começar a ouvir música para abstrair-me.

De repente sinto alguém a aproximar-se. Não conheço o rapaz de lado nenhum. Alto, magro , cabelo e olhos castanhos. Posso dizer que se ele não tivesse todas aquelas tatuagens, certamente ele seria um rapaz muito mais bonito.

                - Olá! O que faz uma rapariga tão bonita sozinha?

                Engasgo-me com a pergunta dele. Mas ele passa-se ou quê? Eu nem o conheço de lado nenhum.

                - Então não dizes nada. Não precisas de ter vergonha minha linda. – ele começa a acariciar a minha cara, tento afastar-me, mas ele beija-me.

De um momento para o outro só ouço um estrondo e vejo o rapaz deitado no chão a escorrer sangue pelo lábio. Não consegui perceber o que se acabou de passar, foi tudo tão rápido. Apenas vi um vulto com o punho direcionado no maxilar do rapaz. Levanto o meu olhar e consigo perceber que é o Harry que está à minha frente, ele está em posição para dar um pontapé nas costelas, mas antes que ele o faça meto-me à frente dele.

                - Por favor Harry não faças mais nada, já aleijaste-o o suficiente. –  suplico, ainda estou chocada com a atitude do Harry. Ele tenta afastar-me para poder continuar a bater no rapaz, mas ele olha-me nos olhos e vendo o meu desespero ele acaba por desistir.

 Ele parecia um monstro enraivecido, desta vez ele não estava para brincar e tenho a certeza que se ninguém o parasse, o outro rapaz não iria conseguir mexer-se sequer, tenho a certeza que ele iria ficar todo partido. Ao pensar nisso o meu corpo estremece. Eu não quero este Harry, eu quero aquele que ri, que é capaz de ter brincadeiras e que não é bruto.

                Além do mais estou chateada com ele porque eu sei defender-me muito bem sozinha, não precisava que ele se viesse intrometer nas minhas cenas. É verdade que o tal Nathan  abusou e não sei o que lhe deu  para fazer aquilo, ele foi nojento, mas eu conseguia resolver os meus próprios problemas.

                Como tínhamos os olhos todos postos em nós decidi levar o Harry para dentro da escola.

                - O que se acabou de passar ali? – pergunto tentando perceber o que raio passou pela cabeça do Harry para fazer uma coisa daquelas.

                - Isso pergunto eu! Deixo-te umas horas sozinhas e tu já estás a beijar outros gajos! És uma oferecida.

                Auch, aquela resposta não era aquilo que eu esperava, doeu.

                -Desculpa? Acho que acabaste de te rever no que disseste

Ele não me respondeu apenas limitou-se a virar-me as costas e a ir-se embora. Ainda tentei ir atrás dele, tenho direito a uma explicação para tudo o que se passou, mas acabei por desistir da ideia, depois do que eu lhe tinha respondido não achei que fosse correr bem, quando eu estiver mais calma, para falar com ele, e ele mais calmo para falar comigo

#Harry POV

Sinceramente não sei o que me deu. Não era suposto sentir toda aquela raiva quando vi aquele palhaço a tentar beijar a Scar.

Era suposto ser como todas as outras vezes, em que não me importava quem é que estava a beijar a “minha miúda” do momento, logo que ela estivesse sempre pronta para mim, sempre que eu quisesse foder com ela. Sim, todas as raparigas com quem eu andei foi apenas por sexo, mas elas também não se importavam, pelo contrário.

E desta vez também me deveria ter sido indiferente, tal como agora eu não me deveria estar a sentir culpado porque o que lhe acabei de dizer. Mas a verdade é que em parte ela foi cabra.

Mas não sei, mal vi ele a aproximar-se dela, o meu corpo encheu-se de fúria, os meus pensamentos ficaram todos concentrados em arrebentar a boca àquele gajo. E quando lhe dei o murro, soube-me tão bem.

Tinha saudades daquela adrenalina da luta. Tenho a certeza que foi só por causa da falta que tenho tido dessa adrenalina que me apeteceu esmurrar aquele filho da puta. Há muito tempo que deixei de me meter em situações que levam para a porrada, sei que mal começo a envolver-me com alguém não consigo parar. Mal vejo o sangue a escorrer pela cara do adversário, lembro-me da Gemma e daquela noite e toda a energia e raiva apodera-se do meu corpo e deixo o meu adversário desmaiado.

 Desde o meu último combate clandestino decidi não começar nenhuma guerra com mais ninguém.

#FlashbackON

Poderia dizer que o meu adversário tinha o dobro do meu peso, mas era ele que se encontrava no chão. Ele implorava para eu parar, ele queria desistir, mas eu não deixava. Eu não estava ali para ganhar, eu estava ali para acabar com ele.

Eu queria que ele saísse dali com marcas, para a próxima ele saber que não se deve meter comigo.  Não era realmente ele com quem eu queria acabar, mas ajudava a alivar a minha culpa.

A campainha soa. Sei o que significa, significa que eu ganhei, mas não me chega. Eu quero que ele sinta dor.

Aproximo-me dele e dou-lhe um pontapé nas costelas, na cabeça, nas pernas, em todo o lado que conseguir.

As imagens da Gemma naquela noite vem-me à cabeça, ela cheia de sangue a escorrerem-lhe pelas pernas. Nojo e raiva percorrem o meu corpo e quando vejo o sangue naquele homem deitado no chão dá-me ainda mais vontade de acabar com ele.

Sinto imensos braços a tentarem-me puxar do ringue para fora, mas eu continuo com toda a minha força até que de repente vejo-o a fechar os olhos. Paro imediatamente e logo de seguida uns paramédicos vão ter com ele.

Será que o matei?

#FlashbackOFF

Mais tarde, vim a saber que ele não morreu, mas ficou numa cadeira de rodas. Todos os dias sinto remorsos do que fiz e por ele nunca mais lutei com ninguém, desisti dos combates clandestinos e tento ao máximo evitar quaisquer confrontos.

                Mas hoje não me consegui controlar, não sei explicar o porquê, mas não consegui, mas também não estou arrependido, soube-me bem e ela soube quando me parar. Ela foi a minha salvação.

Bom dia!! Bem pelos vistos estamos de volta já conseguimos resolver o problema que tinhamos, deixamos de publicar durante uns dias mas a partir de hoje voltámos a publicar como publicavamos antes (quartas e sabados).

Espero que gostem deste capítulo e que continuem a ler a nossa fic porque ainda há muitos mistérios por desvendar e não se esqueçam nem tudo o que parece é !


Xo, "Breathe me" writers*

Breathe Me 1ªTemporada | H.sOnde histórias criam vida. Descubra agora