Conexão Ruim

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* Jeff *

Estou em casa, meu corpo implora por sangue, e minha mente por desespero. Me sinto em completa agonia, tudo que eu mais desejava era AQUELA MULHER. Eu não queria qualquer um, tinha que ser ela, eu tinha que à ver morrendo vagarosamente e implorando por sua vida, mas não sou estúpido ao ponto de ataca-la agora, quero descobrir primeiro o que ela é.

***

Como não estava aguentando mais o desejo de sangue, resolvi torturar alguém, de preferência uma mulher. Deixei tudo pronto para a diversão de hoje e fui atrás da minha presa.

Não demorei muito para encontra-la: uma mulher alta, cabelos loiros e particularmente bonita, (não que isso me interesse) ela usava roupas curtas e apertadas o que ajudaria muito na tortura. Não foi um problema captura-la.

***

Desacordada, a amarrei na cadeira no centro do galpão que costumava usar para estes casos.

Em alguns minutos ela finalmente acordou, ainda bem, pois minha paciência já estava quase no fim.

Antes que ela pudesse falar e que sua sonolência pudesse acabar, do local que eu estava (mais ou menos uns quinze metros de distância) atirei um dardo em sua perna esquerda com muita força e acertei em cheio (até me senti orgulhoso) o grito foi maravilhoso e alto, e antes que este som esplêndido acabasse atirei outro que acertou seu ombro a fazendo gritar de novo e desta vez com lágrimas o que me deixou mais extasiado.

-Por...por... por que? -ela perguntou entre meios gemidos, pausas e soluços.

-Por nada -fui me aproximando e ela se desesperando mais.

-Eu faço qualquer coisa, me deixe livre... por favor ... ga...to -nossa, mais uma vadia que me tenta persuadir assim, sinceramente? Me deixa enjoado .

-Gato? -cheguei perto o suficiente para que ela possa me ver melhor e tirei o capuz e lhe mostrei meu "maravilhoso" rosto, pude a ver ficar horrorizada - Perfeito!

-Não por favor -ela pediu mais uma vez e eu ignorei completamente.

Puxei minha companheira do bolso e encostei na pele de sua perna  a fazendo tentar gritar mais uma vez, mas eu impedi com a minha mão. Agora era hora de me concentrar. Fui cortando gentilmente apenas pela superfície e repeti do processo em vários lugares delimitando onde iria esquarteja-la e ao terminar esta parte fui para onde era mais doloroso, afundando a faca com força em sua pele enquanto ela se debatia e em sons abafados tentava implorar por sua vida e antes que sua lucidez chegasse ao fim cravei entre seus olhos a faca, finalizando a vadia de hoje.

Quando terminei a etapa dois, fui me livrar deste corpo.

*Marie*

Me acordei cansada e meio desesperada, fui pega em outro pesadelo com aquele homem. E como nos últimos dias era tudo muito realista:

No sonho eu estava amarrada em um galpão de frente a um imenso  espelho onde o refletia de costas torturando uma garota cujo não consegui ver o rosto, ela tentava gritar, mas sempre era impedida por ele e toda sua dor era transmitida para meu corpo junto ao seu sofrimento e em alguns segundos ela mudava e deixava de ser ela e se transformava em Nicolas o que me transmitia mais dor ainda e  me desesperava mais e mais.

No final, ele acabou com ela com uma faca entre seus olhos e uma dor imensa percorreu minha cabeça. Eu já estava acabada quando de repente a garota apareceu a minha frente com a faca entre os seus olhos e me falou:

-Era para ser vo...

Ao falar isto eu finalmente pude ver seu rosto: Alice...

Como sempre, o sonho foi se apagando da minha mente, mas alguns pedaço ainda ficaram como o desespero de Nicolas, Alice me falando que era para ter sido eu e neste momento o que eu mais queria era pegar aquele grande filho da mãe e fazer com ele o pior o possível que minha verdadeira forma poderia lhe oferecer.

***

Fui ao hospital da cidade que fica um pouco distante para fazer os exames de rotina e percebi que o pai de Alice estava no balcão brigando com a enfermeira:

-Mas senhor, já falamos que sua filha não está aqui -disse a enfermeira já assustada.

-Ela tem que estar aqui! -ele gritou de volta.

-Senhor Davi? -o chamei e ele se virou para mim.

-Senhorita Joan? Você! -ele abriu um sorriso ao me ver, e sim, nesta cidade todos sabem sobre mim -Me ajude por favor, minha filha sumiu a uma semana e eu não sei mais onde procurar -ele me falou repleto de angústia.

-Senhor, não sei se tenho condições para isso mas irei ao menos tentar rastrear sua aura certo? -eu já  sabia a resposta mas não posso tirar as totais  esperanças de uma pessoa tão boa quanto o Senhor Davi.

-Por favor Senhorita.

Peguei suas mãos e fechei meus olhos.

-Eu não consigo senti-la -falei em um tom triste.

-O que significa? -perguntou apavorado.

-Que... -antes que eu pudesse terminar, senti uma dor imensa entre os olhos e cuspi uma grande quantidade de sangue... minha visão ficou turva... ao fundo pude escutar uma voz triste sussurrar:

"Não diga, você não pode dizer"

O peso do destino - [Jeff The Killer] (Concluído/Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora