I- O tempo

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...O tempo é algo misterioso não é? Mesmo que haja maneiras e meios de medi-lo, não à forma de ver como ele realmente é, apenas formas de interpreta-lo, ele é algo abstrato que nos deixa toca-lo com as marcas que deixa sobre as coisas, sobre o material.

Mesmo contra nosso desejo, ele continua a correr e pode levar com ele as pessoas ou simplesmente as deixam para trás como eu. Presa as sombras geradas pelo tempo.

Na verdade penso que "sombras", não seria o termo certo.

Correntes.

Isso, correntes é uma boa colocação.

Pesadas correntes que arrastamos pelo caminhar do tempo, carinhosamente à chamamos de destino.

Ahh.... o destino....

O doce destino que me deu do melhor e do pior...

Seria eu alguém ingrata pelo meu destino? ---- Seria eu alguém que não merece a VIDA?

Morrer neste estado é o suficiente? Morrer assim é satisfatório?

Para alguém burra e ingênua como eu é o suficiente...

Uma morte burra é o suficiente...

A morte me perseguiu com a aparência humana, me prendeu em seus braços de forma violenta e me tirou tudo aos poucos...e agora me levou e quer levar a...

Ni...

Ni...
Ni

Ni...

Nicole

Não!

*Narrador*

Na noite da morte de Marie. Jeff foi atrás de Nicole, após invadir a casa, uma luta terrível se iniciou contra Melissa.

-Me entregue a garota velha -exigiu Jeff ao entrar pela porta.

-Vai para o inferno Jeff -ela o atacou com magias que o quase o fez sair morto de lá, mas mesmo tão ferido conseguiu fugir, porém ele não foi o único abalado.

Depois de um terrível processo para curar-se, seguindo de longe, a perseguiu e depois de um ano no primeiro descuido de Melissa ele dopou e sequestrou a pequena Nicole.

Seu objetivo não era mata-la. Pelo menos não agora. Com o intuito de "cria-la" fugiu da pequena cidade para o mais longe o possível de Melissa e de seus poderes.

A pobre Melissa, que perderá a filha a tão pouco tempo, agora também perdeu sua adorável neta da qual tanto amava e acabou  entrando em uma grande depressão da qual à fez se isolar na antiga casa da família no meio da floresta. A enfermeira Jully sempre a visitava e estava de olho nela para que não fizesse nenhuma besteira ou imprudência.

Junto a Jeff, Nicole cresceu, ele queria que ela ficasse da mesma idade de Marie para poder mata-la. Ele queria engordar a garota com um novo tipo de desespero. Ele queria reviver a sensação e o prazer de mata-la duas vezes, ele à criou para que pudesse ser a própria Marie. Tudo nela era igual: cabelo, pele, roupas, voz ... a única diferença era sua personalidade e isso o irritava ao máximo.

A garota não era tão vívida como Marie, ela era praticamente excluida de todos, ninguém se aproximava, seus olhos e seu semblante era sempre tristes, não possui confiança em seus passos nem em seus olhos, ela era apenas uma garota triste que possuia o rosto da mulher que ele queria matar novamente.

"Ela não é a Marie"

Era o que sua mente o falava. Todos esses anos tinham sido em vão. Todo seu autocontrole para não matar a garota tão cedo tinha sido em vão. Não adiantou em nada tentar reproduzir uma mulher da qual ele já matou, "essa foi minha maior estupidez", pensava ele todas as noites ao tirar a vida de outra pobre pessoa que por ironia do destino cruzou seu caminho.

Ele não aguentava mais esperar. Resolveu dar um fim nisso, dar um fim a garota melancólica que irritantemente o chamava de "pai" todos os dias, a jovem garota que sempre estava chorando, mas sorria ao lhe ver. Aquilo o fazia querer vomitar, aquelas demonstrações de afeto que a garota sempre lhe fazia era uma grande dor de cabeça. Jeff sabia que a idade estava lhe pesando aos poucos, mas isso não era um incômodo. Nunca foi e nunca será, sua face inalterada transmitia isto, ele queria apenas um fim e ele daria um fim na agonia que passou nos últimos treze anos.

* * * * * * * * * * * *

Jeff entra apressado dentro da pequena casa isolada na cidade onde escolheu criar a garota Nicole que agora possuía seus dezesseis anos, senta-se no sofá e a chama.

-O que foi pai? -ela entra e se senta ao lado do homem que chama de pai e mal sabe que na verdade ele é o assassino de seus verdadeiros progenitores.

Por conta da criação ela nunca estranhou sua face ou algo parecido. Ela apenas sabia que tinha sido um "acidente" quando ele tinha treze anos.

-Vamos viajar amanhã pela tarde prepare-se -disse o homem passando a mão em seu cabelo que nem mesmo a idade conseguia tingi-lo.

-Vamos para onde? -perguntou animada a garota que nunca havia saindo da pequena cidade antes.

-Para a cidade onde sua mãe nasceu -disse ele. Anteriormente ele havia contado que sua mãe morreu em uma doença grave no estômago pouco tempo depois que ela nasceu.

-Esta bem pai, irei me aprontar -disse a jovem garota entrando animada em seu quarto.

* * * * * * * * * * * * * * *


Naquela noite, durante uma terrível tempestade, Melissa tomou coragem e finalmente resolveu encarar o lago onde perdeu sua amada filha. Seu coração era totalmente tempestuoso assim como aquele céu, perder sua filha e neta era de mais, até mesmo para a grande Maga Melissa.

Depois de horas sentada no velho píer do lago, resolveu ir para casa. Olhou mais uma vez para água e percebeu uma estranha movimentação e bolhas se formando no centro do lago, mas aquilo da mesma forma que começou, parou. Melissa pensou ser paranóia de sua cabeça e retornou para casa.

O peso do destino - [Jeff The Killer] (Concluído/Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora