Recomeço (SR #2)

Capítulo 18

É claro que quando eu contei ao Nick que o Benny e eu pagaríamos a minha faculdade com o dinheiro pela venda do rancho, ele não ficou nada feliz. Falou algo sobre o direito de um macho cuidar da sua fêmea e se fechou como uma concha o caminho inteiro de volta à Miami. Nada que uma boa noite de sexo não pudesse resolver, mas mesmo depois de eu provocá-lo por tempo suficiente para que ele implorasse que eu chupasse seu pau, ele amanhece emburrado na quinta.

E quando eu pergunto o motivo, ele fala apenas que é por causa do seu pai que o está enchendo a paciência por ficar tantos dias longe de Nova Iorque. Não posso dizer que acredito, não acho que seja cem por cento verdade, mas aceito o que ele diz. Eu sei perfeitamente que Julian Hoffman é um tremendo osso duro de roer.

Depois do café da manhã, Nick dá uma saída para ver o Robert e o seu alfaiate. Eu encontro-me com a costureira designada para fazer os vestidos das madrinhas de casamento da Gia. Ela surtou quando eu disse que passaria dois dias fora e me mandou centenas de mensagens perguntando sobre as minhas medidas. Sugeri que ela pegasse no meu closet um vestido de festa para a costureira se basear e começar a preparar o do casamento. Agora com meio vestido pronto, preciso passar boa parte do dia no ateliê para dar os últimos toques e deixar tudo o mais adiantado possível.

Ao meio dia, antes da prova de hoje, recebo uma chamada do Asher, pedindo uma chance para se explicar sobre todo o lance com o Nick na segunda de manhã. Não que eu não sinta falta dele, mas não posso simplesmente ignorar o fato de que ele contou ao Nick sobre o Jonathan, não porque não quisesse manter meu namorado no escuro, mas porque queria ter posse sobre mim em algo que o Nick não poderia controlar. Essa situação tinha todo potencial para se tornar uma guerra semelhante a que ocorreu entre gregos e troianos, mas por sorte, no meu caso, Tróia não veio à baixo.

Ignorando o fato de sentir falta de um bom amigo, resolvo deixar tudo como está e desligo o celular para que o Asher não volte a ligar. Se o Nick ou a Gia precisarem falar comigo, eles sabem que eu estou no ateliê até a hora da fisioterapia às três. E para não perder tempo, na hora do almoço Cami e eu vamos a uma lanchonete pertinho daqui. Comemos rapidinho e voltamos para passar as próximas horas levando alfinetadas e jogando conversa fora. Mas o celular dela toca a todo instante, e não suportando mais o incômodo barulho estridente, faço com que ela atenda, pedindo à Sra. Waller alguns minutos de descanso. Ela nos deixa, saindo para algum lugar nos fundos do ateliê.

— Quem diabos está ligando pra você desse jeito? — encho para mim uma taça do champanhe deixado para nós na mesinha de centro — Por Deus, isso é bom. — digo apreciando o sabor.

— É o Asher. — ela diz quando olha a tela do seu celular — Ele deixou várias mensagens de voz.

É claro que é o Asher. Ele sabe do casamento e que somos madrinhas porque a Cami contou. Com certeza ele supôs que nós estaríamos juntas então se não pode mais me ligar, é claro que ligou pra ela. Camille escuta atentamente as mensagens deixadas por ele, olhando pra mim enquanto balança a cabeça em reprovação. Não sei o que ele está dizendo, mas sem dúvida não é nada bom. Vejo isso pela cara dela quando desliga.

— Quer me dizer o que você fez com o Asher? — ela pergunta sussurrando porque agora a Sra. Wilker está de volta.

— Eu não fiz nada. — sussurro de volta.

— Tem certeza? Porque francamente eu não me lembro de já ter visto o Asher tão mal ao telefone.

— Ele pisou na bola comigo e com o Nick. Eu só preciso de um tempo antes de voltar a ficar às boas com ele.

— O que ele fez?

Conto de maneira bastante resumida o que aconteceu na segunda. Em parte por termos companhia agora que a Sra. Wilker está novamente na sua máquina de costura a um metro de nós e em parte por não querer dizer o quanto o Nick ficou magoado e o quanto isso poderia ter acabado mal. No fim, ela entende os meus motivos para querer certa distância do Asher agora, mas me aconselha a pelo menos conversar com ele para explicar minha decisão ao invés de fazer gelo sem dizer nada. Eu concordo. Ele merece pelo menos isso.