E p í l o g o

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Quando Nicholas e Ada saíram da bela casa em Miami Beach, não viram que Asher os espreitava perto de uma árvore. Assim que o casal entrou no táxi, Asher sacou o celular e fez uma ligação interurbana.

— Ele está saindo. — disse ao homem que atendeu sua chamada.

— Ele está sozinho? — o homem perguntou, curioso.

— Não. Está com uma loira. Acredito que seja a tal ex-noiva.

— Com certeza é ela. — o homem do outro lado da linha disse com um sorriso — Ela me disse com todas as letras que só iria embora depois que soubesse que não tinha mais chance de ser a futura senhora Hoffman.

— Eles passaram um bom tempo lá dentro. — Asher soltou um sorrisinho frio — Acho que não é difícil imaginar o que estavam fazendo.

— Ótimo. Mesmo sem saber, ela me fez um grande favor ao ir procurá-lo. E quanto à tal da Ellen?

— Ela saiu pouco tempo antes deles. Estava chorando. Acho que não receberá mais cartões do dia dos namorados do Nicholas.

— Perfeito. — o homem disse muito satisfeito.

— Então acho que isso liquida minha dívida, não é? Pode agora me deixar em paz e quem sabe, me esquecer.

— Ah, não tão rápido senhor Trager. Nossa aliança está apenas no início e como parte importante do meu jogo, você deverá ficar disponível para quando eu chamar.

— Não foi esse o trato. — Asher se empertigou e vociferou para o seu aliado.

— Tratos mudam o tempo todo. E olha o jeito como fala comigo, meu caro. — o homem ameaçou — Acho bom você ficar de olho no que está em jogo. Você conhece muito bem as consequências de não me obedecer.

— Eu sei, não precisa me lembrar. Mas você está se aproveitando da oportunidade.

— Faço isso porque posso.

O homem do outro lado da linha se encostou em sua cadeira acolchoada e sorriu para si mesmo quando desligou o celular. Depois pegou um charuto novo em sua caixa de Cohibas e o acendeu, prendendo-o nos dentes, admirando a bela visão dos prédios imponentes de Nova Iorque.

— Nicholas, Nicholas. Você está vindo exatamente para onde eu quero que esteja.

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Nicholas não parou de roer as unhas, nem se aquietou em nenhum momento durante o voo de sete horas para sua cidade natal. Estava nervoso e com medo por causa da mensagem que recebera do pai.

Chegou rezando ao hospital, pedindo a Deus que não tirasse o único parente de sua família que realmente agia como se fosse sua família. Oliver Hoffman era tudo para o jovem rapaz e perdê-lo era a última coisa que poderia acontecer com ele. A única coisa que não poderia acontecer.

Mas adentrar o saguão perto das oito da noite, viu o seu pai com os olhos vermelhos e uma porção de médicos ao redor dele. Imediatamente Nick sentiu um calafrio subir pelo seu corpo com um medo que ele nunca sentira antes. Talvez uma vez apenas. Meses atrás, quando achou que encontraria morta, a mulher que ele amava.

— Nicholas, filho. — ele olhou para o lado e viu sua mãe com um lenço nas mãos — Que bom que chegou.

A mulher cumprimentou também à Ada, mas Nicholas ignorou e exigiu saber sobre a única pessoa no mundo com quem ele queria estar agora.

— Como ele está? — ele perguntou, não dando brecha para outro assunto que não fosse o estado de saúde de Oliver.

— Seu pai está agora falando com os médicos. Nós não sabemos de nada ainda. — ela falou, claramente se referindo a si mesma e a outro jovem que estava ao seu lado. Era seu primo por parte de mãe.

Recomeço (SR #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora