O Corredor e o Abismo

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Onde estavam todos? As ruas estavam desertas. As pessoas sumiram todas.
Os únicos que estavam nas ruas eram os cadáveres... O que sobrou deles na verdade, o que mais havia eram restos de corpos despedaçados ou que não derreteram por inteiro. Os buracos ainda estavam lá na rua, dezenas deles com aquela gosma negra que vez ou outra subiam bolhas enormes como se estivessem levantado fervura em uma panela macabra. Andava pelas ruas
desertas, o ar cheirava a podre, mas não vinha dos cadáveres, era alguma outra coisa, mas não conseguia distinguir o que era. Era algo familiar, com aquela sensação de algo que a gente sabe, mas não consegue lembrar.
Havia uma nevoa negra que não deixava ver o céu. Os prédios pareciam fantasmas escondidos na nevoa.
Continuei descendo a rua, procurando alguma saída daquele lugar. Vez ou
outra tropeçava em algo, às vezes um pedaço de braço, ou então um resto
de perna ou até uma cabeça ou outra, era difícil de evitar, pois a nevoa
negra se erguia a alguns centímetros do chão.
_Que porra e essa? – me perguntei – Acabou o lugar. Não tem mais
nada! Não tem com ir embora daqui, acabou tudo. Sumiu tudo. Acabou
tudo! O resto do mundo desapareceu! – o desespero me tomou por
completo nesse momento. Por quê? Por quê? Porque a porra do mundo
sumiu. Não tem mais nada além da rua... Que rua era aquela em que eu
estava? Eu não sei, não consigo me lembrar da droga do nome da rua. Não sei, sumiu também o nome dela. Só sobrou um quadrado com quatro quadras. Mais nada, o resto do mundo é breu, só escuro. Mais nada. Sumiu tudo.
Minha esposa, como esta a... Não sei, não lembro. Essa sensação amarga
no meu peito, esse aperto, minha esposa, como é mesmo o nome dela? Por favor  – lágrimas me vêem aos olhos – como é mesmo o nome dela? Eu não lembro. Está tudo sumindo de minha mente.
A sombra voltou. As malditas valas de gosma negra começaram a se
multiplicarem novamente.
_Não da pra ficar na rua, preciso ficar vivo pra entender essa loucura
toda, tentar descobrir um jeito de saber se a... que merda, como é mesmo o nome dela? O nome de quem? De quem eu quero me lembrar? Lembrar-me do que? Porrrraaaaaaaa!!!!!!!
_Preciso correr, a sombra vai me pegar se eu ficar na rua, tenho
entrar em algum lugar, qualquer lugar. Acho que alguém me falou que dentro dos prédios era seguro. Não lembro quem, alguém morto eu acho.
Estranho, mas que se dane aquele prédio deve servir. – falava comigo
mesmo.
Eu entrei o mais rápido que pude num prédio do outro lado da rua. Era um prédio de três andares, meio estranho na verdade, haviam símbolos desenhados na fachada, o prédio parecia saído de um filme de terror de baixa renda. Entrei, acendi a luz e pofet, a lâmpada estourou. Tudo escuro, só conseguia enxergar até uns três metros à frente. Mas pelo menos a sombra me deixou, sumiu. Eu estava livre e seguro. Continuei andando,
apenas andando e andando, pois precisava achar uma saída segura e
procurar uma pessoa que eu não lembrava quem era. Apenas tinha essa estranha sensação de urgência, que precisava encontrar a alguém muito importante. Mal comecei a andar e um grito veio lá do fim do corredor, em algum lugar bem lá na frente, na duvida decidi voltar pra trás e sair pela mesma porta que entrei, mas a porta sumiu, não havia mais porta, apenas o
corredor escuro e mais nada. Sem outra opção segui andando, sempre em frente.
Eu já estava andando por horas sentindo que havia séculos. Sozinho, não havia nenhuma alma viva naquele lugar, somente eu e mais ninguém. Eu queria tanto ver alguém, conversar com alguém, tocar alguém.
De repente percebi um barulho incômodo e repetitivo. Não era alto. Era um barulho bem baixinho. Mais como um tímido tique, taque de um relógio. Tique taque. Tique taque. Tique taque. Uma merda de um compassado tique taque de um relógio medonho e fantasmagórico que estava em todo lugar e lugar nenhum. Ele estava ali e não estava. Quando o percebi que ele
estava ali o tempo todo, desde o inicio, um inicio que eu nem sabia quando realmente havia sido. Talvez o pavor daquilo tudo já estivesse me
enlouquecendo. Estava andando pelo corredor, tentando achar alguma saída ou tentando chegar a algum lugar, qualquer coisa normal naquela loucuratoda. La na frente eu podia ouvir gemidos. Não era um gemido normal. Era um gemido que me gelava a alma, um gemido sussurrante, cansado e cheio de dor. O pior era que não podia ver nada lá na frente, apenas ouvir esse gemido incômodo. Pouco a pouco fui me aproximando e distinguindo um
vulto baixo, um anão talvez. Continuei andando. Andando e ouvindo o gemido. Seria o anão que estava gemendo? Estava ferido? Talvez eu pudesse ajudar ele. Talvez eu pudesse... não era um anão, era um homem, agachado. O que será que acontece com ele? Por que esta gemendo assim?
_Por favor, amigo, sabe o que está acontecendo aqui? Sabe como sair
daqui? Disso?
_Olaááááááááááá... – Respondeu o homem. – Não há saidaaaaa! –
Completou o homem.
_Mas como assim não há saída? – Fui me aproximando mais – Por
que você...
Parei antes de terminar a frase. O que eu finalmente vi me fez vomitar.
Aquela COISA não tinha olhos, apenas dois buracos vazios. Amarrado no
chão sobre algum tipo de símbolo demoníaco havia um homem
completamente nu amarrado a estacas no chão de pernas e braços abertos e com algo que parecia um pedaço de cabo de enxada enfiado no anus. Era ele que estava gemendo. Aquela coisa estava... Estava esfolando o pênis e o saco do pobre homem e comendo a pele que arrancava.
_Quer comer um pedacinho? – me ofereceu a criatura sem olhos
abrindo um sorriso de dentes que pareciam ter sido afiados com uma lima.
Ele o estava esfolando de forma bem, bem, beeeem lenta, era horrível olhar aquela cena. Eu tinha e impressão de que conhecia aquele pobre homem.
Uma lembrança longínqua como de uma era ha muito esquecida. Que
merda era essa? Por que ele estava passando por aquele sofrimento? O que ele fez para merecer isso? Por que tanta maldade?
Como se aquela criatura pudesse ouvir meus pensamentos ela disse...
_Porque o bem tem que morreeeeerrrrrr. É nogeeeeeennnnnto ver
essa coisa toda. O mal vai se alimentaaaarrrrrr de tudo que é bom. Nós voltamos. Nós finalmente conseguimos sair novamente e não vamos voltar mais pra lá. Uma vez vocês bonzinhos nos prenderam lá. Agora nós vamos acabar com todos vocêêêêêsssss. Vocês vão virar comida pra sempre. – E abriu aquele sorriso medonho para mim.
_Mas como assim? Nós quem? Saíram de onde? Voltar para onde?
_Eu te mostrooooooo, venha para perto de miiiimmmm, vamos ser
amiguinhoooooossssssss... – E começou a andar em minha, não, andar não.
Aquela coisa vinha flutuando em minha direção e comecei a correr. De novo. Novamente estava correndo. E quando cansei de correr corri ainda
mais.
Mas aquela coisa não veio atrás de mim. Talvez ela tenha preferido
continuar o banquete dele, comendo aquele pobre amaldiçoado.
Estava andando agora por algo que não parecia ser um corredor, mas sim uma típica e estreita estradinha de terra de alguma cidadezinha de interior.
Mas era impossível que eu estivesse em uma estrada de terra porque eu
ainda estava dentro da maldita porra do prédio. E parecia que já estava lá
há séculos. E também havia toda aquela escuridão. Ainda a maldita
escuridão. E não era uma escuridão normal, igual a uma noite escura sem lua e nem estrelas ou aquela quando acordamos na cama de madrugada
com as luzes apagadas. Era uma ausência quase absoluta de tudo, sem nem a própria vida, mas tinha algo lá dentro da escuridão, alguma coisa podre que eu apenas podia sentir, mas não entendia como. Não uma podridão como conhecemos, mas uma podridão que se sentia na pele, pois dentro da escuridão não havia cheiro, portanto aquela podridão não podia ter fedor.
Nem isso eu podia ter de para me reconfortar. A impressão que eu tinha era que aquela escuridão era um enorme abismo pronto para me engolir. Eu sentia que se caísse dentro dela poderia continuar caindo ali por toda eternidade e não sairia jamais. Aquela escuridão era realmente como um abismo, onde se enxerga alguma coisa na borda e então tudo se perde para sempre lá dentro.
Depois de horas andando ainda sozinho naquele corredor estrada de terra abissal mais conflitante que já vi. Aquele corredor gelado como todo aquele maldito lugar fodido que eu estava finalmente vi alguém. Droga,
essa maldita sensação de gelo. Não era frio, não de verdade. Era estranho,
pois o lugar era abafado e quente, eu estava suando por fora, mas gelando
por dentro, um gelo que doía lá dentro da alma. Mas finalmente avistei alguém, dessa vez devia ser uma pessoa de verdade, uma mulher. Na verdade ela tinha uma aparência estranha com aquele corpo esbelto de cabelos negros perfeitos até a cintura. Talvez ela soubesse como sair
daquele lugar. Esse maldito gelo. Essa escuridão. Essa sensação. De
qualquer forma, mesmo se ela não soubesse como sair dali já seria bom ter alguém com quem conversar. Outro ser humano, talvez outra pobre vítima como eu tentando encontrar uma saída. Poderíamos nos ajudar um ao outro.
Era verdade que ela era um ser humano bem estranho naquela camisola que a deixava com a aparência de alguém que acabara de fugir de um manicômio, como uma imagem distorcida na televisão que as vezes saia de sintonia, mas devia ser apenas minha mente pregando peças em mim devido aquela maldita escuridão. Mas o que importava mesmo era que eu poderia finalmente conversar com outro ser humano. Eu já estava a apenas um metro dela, mas ela não me notava. Decidi tocar-lhe o ombro, talvez ela só estivesse distraída por causa do medo daquele lugar maldi...
_Puta merda! Caralho! Caralho! Caralho! – foi como se milhares de
fodidas agulhas geladas fossem espetadas de uma só vez em minha
espinha. Um nó entupiu minha garganta. Foi a coisa mais estranha que me aconteceu até aquele momento. Ela NÃO se virou, tenho certeza que não.
Num instante ela estava de costas e num piscar de olhos ela estava me
encarando. E aqueles olhos? Eram olhos? Aquela boca? O rosto dela.. O
rosto...
Eu juro que abri a boca o máximo que pude e tentei gritar, eu tentei. Juro
que tentei. Mas nada. Nem um gemidinho tímido saiu de minha garganta. O grito dela. Não saia nenhum som da boca, mas ela gritava. Um grito ensurdecedor. Quando percebi já estava novamente correndo. De novo correndo. Já não aguentava mais correr. Mas eu tinha que correr. Nem um pingo de coragem de olhar para trás. Mas eu sabia que ela estava lá, me seguindo, apena um centímetro de minha nuca. Eu sabia. Eu a sentia na minha nuca. Oprimindo-me. Brincando comigo. Uma maldita brincadeira sádica e macabra. Eu tinha, não, pior que isso, eu SABIA que ela poderia me agarrar quando decidisse fazer isso. E não se, mas quando ela me pegasse me arrancaria as entranhas e ficaria ali mastigando sem parar e sem se importar com minha dor. Iria me comer pra sempre. Foi quando notei
que a mulher não me seguia mais, resolveu deixar-me viver mais um
pouco. Mas ate quando?Fui tomado por uma incontrolável vontade de chorar. Mas não podia. Não podia não. Se eu chorasse a mulher...
Passei a chorar aos berros. Chorava copiosamente. Eu soluçava como uma criança apavorada. Ela vai me achar. Maldito idiota! A mulher vai me
achar. Pare de chorar! Mas eu não conseguia parar.
Sentia-me zonzo, precisava parar um pouco para descansar. Desde que tudo começou estive praticamente correndo quase o tempo todo sem pausa.
Havia uma parede e me escorei com a mão um pouco. Só pra não cair mesmo.
Eu respirava profundamente e pausadamente tentando me acalmar. Comecei a sentir uma espécie de formigamento no braço que apoiava na parede. E essa parede esquisita, mole e fria. E aquele estranho formigamento subindo cada vez mais pelo braço como se fossem pequenas
centenas de bichinhos subindo.
_Que porcaria e essa? Que nojo! – Quando prestei mais atenção
percebi que aquela coisa mole na parede e que também estava subindo pelo meu braço eram vermes, centenas, ou não, eram milhares de vermes naquela parede e agora estavam subindo pelo meu braço e por mais que eu tentasse não podia tirar o braço dali, estava preso. Os vermes agora subiam pelo meu rosto – AAAAAHHHHHH​, me largaaaaaaa – gritei, pois entravam pela boa
e pelas narinas. Malditos vermes estão por todo meu corpo, nem percebi,
mas já estava todo coberto, entrando por todos os lugares, até pelo ânus e
pelo pênis. Devoravam-me por dentro, eu podia sentir eles se alimentando
de mim como se eu fosse um maldito cadáver. Será que eu estava morto?
Eu não podia estar... Agora estavam entrando elos olhos subindo para meu cérebro, podia pela primeira vez sentir o meu cérebro enquanto eles se alimentavam sem parar, já estava começando a perder os sentidos. Será que eu realmente iria finalmente morrer ali? Talvez fosse melhor mesmo, assim aquela mulher não me pegaria mais, se eu estivesse morto ela não poderia mais me pegar. Sim, eu queria morrer ali, não aguentava mais aquilo.
Quando acordei estava numa cama macia, lençóis brancos em um quarto bem iluminado. Como será que fui parar ali? Parece uma cama de hospital, será que tudo não passou de um terrível pesadelo e eu estava em coma por algum acidente? Por isso não lembro o nome da... Droga, eu sei que tem alguém importante com quem eu estava preocupado, mas... essa maldita amnesia, com certeza eu devo ter sofrido um acidente e bati com a cabeça. Mas mesmo assim me sinto melhor, agora sei que estou seguro e tudo não passou de um grande apenas.
O quarto tinha paredes bem brancas, tão brancas que doía nos olhos. Eu
não conseguia olhar para o chão na posição que me encontrava. Algo
estranho e terrível começou a acontecer. Sangue começou a escorrer pela parede, havia uma janela antes, mas agora havia um par de janelas no lugar, um par de janelas escuras, não. Era um terrível par de olhos escuros,
negros, dois poços abissais, mas as janelas estão no chão e eu estou me
segurando na cama... Onde foi parar a cama? Estou me segurando em algo,
mas não da pra ver no que estou me segurando. A mulher, a mulher me
encontrou. Por que eu fui chorar, que maldito idiota eu fui. Não devia ter
parado. Os vermes, onde estão os vermes? Eles estavam me devorando por dentro. Que droga, eu estou louco. Ou estou morto? Vou cair dentro dos
olhos dela.
Cai. Cai por horas, por dias, por séculos talvez, sei lá. E me estatelei. O chão era macio. Mas eram os malditos vermes novamente. Levantei-me e sai correndo, de novo, antes que os malditos vermes começassem aquela brincadeira incomoda deles novamente. Não aguentava mais. Tique taque. Tique taque. Tique taque. Tique taque.
_Você está perdido também? Sabe como sair daqui, por favor? –
Perguntou aquele homem.
Nem vi de onde ele apareceu. Somente chegou de mansinho e nem percebi.
_Estou perdido também sim. Também estou procurando uma saída
desse lugar maldito. Parece um manicômio cheio de fantasmas, cheio de monstros. Foi quando percebi que ele estava com fardamento de soldado do exército.
_Parece não é mesmo? – respondeu o soldado.
_E sim rapaz. E já não aguento mais esse hospício todo, estou começando a ficar louco aqui. – comentei alegre até por finalmente ter alguém com quem conversar.
_Ah não. Parece um hospício mesmo, mas não é não.
_Como assim não é? – perguntei – Você sabe de alguma coisa sobre
essa loucura toda? Isso é coisa do exercito por acaso? Que merda vocês aprontaram dessa vez?
_Se acalme, por favor, senhor. Eu sou apenas um soldado, sou uma
vitima assim como o senhor e todos os outros.
_Me calmar? ME ACALMAR?
_Por favor, senhor. Não grite. Eles vão ouvir.
_Que merda, eles quem? Quem são eles? E o que você sabe sobre
essa porra toda? Fala logo, anda. – Exigi do soldado.
_Bem senhor. Tudo começou quando aquele homenzinho estranho
chegou à base.
_Homenzinho estranho?
_Sim, por favor, me deixe falar, pois não tenho muito tempo. –
advertiu o soldado em tom de perigo.
_Como assim não tem muito tempo? Pretende acaso pegar o trem?
_Ouça senhor, por favor.
_Está bem. Desculpe. – respondi finalmente mais calmo.
_Ele era um arqueólogo segundo me informou meu superior sobre as
credenciais dele. Ele tinha autorização do governo para pesquisar uma pequena caverna que havia lá na base militar.
_Aquela base lá encima do morro? Agora que você falou isso percebi
que a base também não sumiu junto com o resto do mundo.
_Senhor, está enganado. Não foi o resto do mundo que sumiu.
_Como não? Eu vi lá fora! Só existem essas quatro quadras lá fora mais a base militar, o resto do mundo desapareceu.
_Senhor, não foi o mundo que desapareceu! Fomos nós que
desaparecemos. Lá no mundo provavelmente há agora uma enorme cratera sem nada onde fora um dia esse local onde estamos.
_Mas como assim? Que aconteceu?
_Aquele homem isolou a caverna e não saiu mais de lá de dentro por
quase uma semana, seis dias na verdade. Um dia um ruído estranho
começou a vir de lá de dentro. Eu era o sargento responsável pela segurança do professor Bartolomeu. Por falar nisso meu nome é Douglas,
sargento Douglas. Como é seu nome senhor?
_Meu nome é... meu nome é... não sei, não lembro meu nome! Não
sei.
_Não importa isso agora senhor. Não que dizer seu nome não precisa, apenas continue ouvindo quieto, por favor. Meu tempo está acabando. – continuou o sargento Douglas em um tom que parecia um tanto indignado
_Eu, eu... – eu realmente não conseguia me lembra de meu nome.
_Então eu estava sempre perto da entrada daquela porra de caverna.
Depois de alguns dias como lhe disse depois que o professor Bartolomeu
começou a trabalhar na caverna, saindo apenas para comer e tomar banho, finalmente alguma coisa começou a acontecer lá dentro. Ouvimos um grito medonho e mais nada, alguma coisa havia acontecido ao professor,.. Silêncio absoluto. E então ouvimos aquela voz.
(Finalmente livres, muito bem professooorrrrr
Baaaarrrtolomeuuuuuuuu. Terá seu premioooooo. Será o primeiro a ser
essssssssfolado vivooooooooooo).
_O que? Que porra é essa? – perguntei.
_Demônios senhor. Demônios saíram de lá. Aquele maldito professor Bartolomeu liberou algum tipo de demônio. Um dos soldados me
disse um dia que o professor estava pesquisando sobre uma lenda onde
incas ou sei lá que porra de povo antigo era teriam aprisionado um grupo de demônios tão terríveis que o próprio inferno os recusou e ficaram livres pelo mundo, então feiticeiros poderosos depois de anos lutando contra eles finalmente um dia teriam conseguido os aprisionar naquela caverna com selos mágicos. Lógico que ninguém acreditou em um professor de arqueologia com cara de louco saído de uma historia em quadrinhos.
_Mas ele estava certo no fim das contas não é? – comentei.
_Sim senhor, estava infelizmente. Ordenei que quem quer que
estivesse lá dentro se rendesse imediatamente. A resposta foi uma terrível gargalhada que me gelou a alma. Então uma sombra terrível começou a sair da caverna. Alguns
soldados que estavam mais próximos da entrada morreram assim que foram tocados pela sombra. Foi quando fugimos. Mas infelizmente todos na base morreram. Ninguém escapou senhor.
_E como você conseguiu escapar sargento?
_Não escapei senhor. Eu morri também.
_Como assim? – Um barulho de mil panelas caindo atrás de mim.
Olhei rapidamente e quando me voltei para continuar aquela conversa louca... O sargento Douglas já não estava mais lá. Sumiu numa fração de segundo.
Estou louco. Só pode ser isso. Estou louco. Ou então...

Olhos Abissais - O Fim da Vida.Onde histórias criam vida. Descubra agora