Capítulo 3

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   Niall

   Eu não sei quando é que  estes sentimentos surgiram, acho que sempre os tive, desde que o conheci, talvez tenha a ver com a alegria absoluta que eu senti ao ser colocado em um grupo (1D). Foi na casa dos juízes que esse sentimento aumentou a partir do momento que ele me abraçou e quando nos falamos pela primeira vez, mas eu resolvi ignorar esses sentimentos, mesmo que eu nunca me tenha sentido assim antes por alguém.

   Eu tentei ignorar as borboletas, que apareciam, quando discutia-mos a vinda dele para a Irlanda para passar algum tempo comigo, logo depois de termos sido colocados no grupo, eu tentei ignorar o quanto eu senti falta dele quando ele saiu e como eu queria chamá-lo para ouvir a sua voz, mas quando o meu dedo pairaria no botão de chamada de repente ficava nervoso.

   Passamos algum tempo na casa de Harry, todos nós, para nos conhecer-mos uns aos outros e lembro me de pensar que mesmo que eu estivesse a conhecer e a amar os outros três meninos, haviam momentos em que eu queria que fosse só eu e Harry lá.

  Eu só queria estar perto dele. O tempo todo. E esse sentimento nunca foi embora. Na verdade, apenas ficou mais forte. Ás vezes penso que não aguento mais, fico aliviado quando temos tempo livre e acho que não vou vê-lo por um tempo, aliviado por não ter de esconder meus sentimentos a cada segundo de cada dia e poder estar sozinho em meu apartamento ou sair com meus amigos, para me sentir normal.

   O problema é que não funciona assim. Eu nunca relaxo, nunca me sinto normal, não importa o quanto pareça que eu sou, não importa o ritmo dos meus tweets, porque quando eu não estou com ele, tudo que eu quero fazer é falar com ele, vê-lo e brincar com ele. E ultimamente, em nossos dias de folga, ele virou a minha salvação, pois quer sair comigo. Então eu nunca tenho tempo para pensar nisto. Não importa o quanto eu tente, eu não consigo parar de pensar. Penso sempre, sobre ele, sobre sua risada, seus olhos, a maneira que ele me faz sentir quando ele me toca, mesmo que apenas coloque o seu braço ao meu redor numa sessão de fotos.

   Todos nós somos muito sensíveis uns com os outros, mas com ele é diferente, ou pelo menos eu sinto que é. Eu tenho que parar de acreditar que ele quer fazer os carinhos e dar os beijos na bochecha no palco. Hoje, por exemplo, antes do show, estávamos a brincar no meu segway e estávamos a tentar fazê-lo se mover com os dois la dentro. Ele estava me a segurar com força e pousou a cabeça no meu pescoço. Achei difícil respirar, eu sempre acho quando ele está perto de mim.

   Às vezes pergunto-me como é que ele não vê, como é que ele não percebe meu rosto a ficar vermelho quando ele está a centímetros de mim a olhar para os meus olhos. Nem em um milhão de anos ele adivinhava o que estava a acontecer na minha cabeça.

   A única razão para ele passar tanto tempo comigo é porque nós somos os únicos solteiros no grupo, eu não me vou iludir e pensar que há outra razão. Nós somos amigos, jogamos FIFA, jogamos futebol, assistimos filmes e conversamos sobre tudo. Eu amo fazer todas essas coisas com ele... mas ele vê isso como amizade o que é a coisa mais difícil de todas, a única coisa que faz o meu coração realmente doer quando eu penso sobre isso.

   Nós só seremos apenas amigos.

   Harry

   Estou tão cansado que não me consigo mover. Nós estamos a caminho para o próximo local, pois temos uma matinê e um show noturno amanhã. Estamos todos no autocarro porque é apenas uma viagem de algumas horas, um autocarro para os cinco.

   Zyan e Liam já estão dormindo em seus beliches, Louis está sentado ao telefone e eu e Niall estamos sentados ao lado um do outro em frente a Louis, a comer um saco industrial de batatas fritas. Louis arrumou o telefone e está a tentar não adormecer, mas está a ficar cada vez mais difícil até que ele cede e se deita.

- "Louis ..." Niall vai á beira dele e gentilmente o puxa pelo braço

- "Vá para a cama amigo, você não pode adormecer aqui." Louis acena com a cabeça e levanta-se, mexe no cabelo de Niall e desaparece na área dos beliches.

   Estou sozinho com Niall. Maravilhoso. Eu adoro o tempo que passo com ele, amo as borboletas no meu estômago, o calor nas bochechas quando eu coro porque ele me olhou nos olhos ou disse algo bom para mim. Eu passo a sempre mão na minha pele sempre que me ele toca.

   Não consigo lidar com estes sentimentos, sentimentos fortes, avassaladores que eu tenho com ele. Quando estou sozinho, é pior.

   Eu relembro cada momento em minha cabeça, querendo saber o que cada olhar, ação ou palavra significam. Eu tento mas não consigo para de pensar, me esforço para não ver coisas que não estão lá, mas eu quero tanto que eu não consigo parar de pensar. O problema é que ele não sabe como eu me sinto. Ninguém sabe. Houve tantas vezes que eu queria-lhe contar.

   Tantas vezes que eu queria dizer "Eu estou apaixonado por você, seu idiota!" Quando ele me pergunta por que eu apareci em sua porta em nossos dias de folga. Houve tantas vezes que eu queria dizer a ele que eu não estou realmente namorando essa menina, aquela garota, e que é tudo por publicidade.

   Houve tantas vezes que eu queria gritar "Eu prefiro estar com você!" Preferia estar com Niall e dizer lhe como me sinto, dizer-lhe que a cada segundo de cada dia que passa não há ninguém no mundo que eu preferiria estar, beijando lentamente e ternamente em seus lábios à meia-noite. De repente Niall toca no meu braço e me traz de volta à Terra.

- "Você está bem, Haz?"

   Quando ele ficou tão perto de mim? Seu queixo está em meu ombro e os seus grandes olhos azuis sem fim estão a olhar para mim. Eu sorrio e digo.

- "Sim, apenas cansado"

- "Eu também." Ele se deita em meu ombro e eu ri.

- "Você não pode dormir aqui, Niall."

- "Ah, mas eu estou confortável." Eu posso ouvir seu sorriso nessa voz.

- "Vamos." Eu me movo para puxá-lo para cima comigo pois estamos muito cansados, mas eu lamento minhas ações imediatamente quando eu sinto um vazio, onde momentos atrás, ele estava pressionado contra o meu lado.

   Ele passa por mim e vai para o banheiro pequeno, eu posso ouvi-lo a escovar os dentes enquanto que eu fico parado no mesmo lugar, sem me conseguir mover, por fim ele sai do banheiro e sobe para o beliche.

   São momentos como esta noite, onde eu quase sinto que ele está a flertar comigo, quando eu desejo apenas dizer-lhe, ou mostrar-lhe como me sinto. Mas eu não sou corajoso, e ele jamais saberá.

   Então começo a pensar sobre o que acontecerá depois. Ele vai encontrar alguém e embora isso me faça sentir feliz, ao mesmo tempo tenho um apertado no peito. Por agora, eu preciso me concentrar em mantê-los juntos e não deixar os meus sentimentos obterem o melhor de mim. Vamos Harry ...

Narry - Everyone Else in the Room Can See It (Traduçao)Onde histórias criam vida. Descubra agora