Céu Azul

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Tive medo, mas consegui sobreviver a solidão daquele primeiro dia, apesar de que, eu vi metade das pessoas que foram a minha festa, e nenhum deles sequer me cumprimentou. Na hora do almoço sentei-me em uma mesa do lado de fora do refeitório, e para a minha surpresa Sheri se sentou ao meu lado.

Morena e alta, olhos claros que realçavam ainda mais o tom bronzeado de sua pele, podia ser a garota mais linda da escola.

Ela me olhou e abriu um sorriso de orelha a orelha e de repente ela começou a falar, desenfreada. Eu apenas escutava enquanto ela contava o quanto seria bom para uma aluna nova ser líder de torcida. Eu não gostava da ideia de ser líder de torcida, ser magra e ficar pulando para animar os outros não tinha nada a ver comigo, mas era bom ter alguém ali, ao seu lado, mesmo que fosse para falar de algo que você não tinha noção do que era.

Sheri me convenceu a pelo menos fazer a inscrição, e depois que o sinal da ultima aula bateu eu entreguei o papel preenchido.

-Você vai fazer algo depois daqui? eu poderia te mostrar um ensaio, tenho certeza que a treinadora adoraria ver o seu sorriso em meio aos saltos.-Seu carisma me fez sorrir com a ideia, mas ainda sim eu estava decidida a não frequentar ensaio algum.

-Eu tenho que trabalhar, mas valeu pelo convite.-Ela assente e acena se afastando.

Ajeito meu material antes de sair e vou caminhando para o Crestmont.

(...)

Depois de encher uns 13 potes com pipoca e manteiga começo a ficar entediada, e como estava passando a ultima sessão decidi que estava na hora de um intervalo. A sala de cinema estava praticamente vazia, devia ter umas 7 pessoas, me sentei na cadeira próxima a porta assim se alguém chegasse eu iria correndo de volta para o meu posto.

O filme que passava era antigo, colocavam no ultimo horário porque não tinha tanta audiência, mas era excelente, contava a historia de uma mulher apaixonada que fazia de tudo para agradar o marido, mas quando ambos envelheceram e ela já não era a mesma boneca, ele e a trocou por outra, e no desespero ela mata a amante. Fiquei lá por uns 20 minutos e quando voltei já tinha dado meu horário de saída.

Quando cheguei em casa procurei o filme no youtube e devo te-lo assistido umas 10 vezes durante 3 semanas...

3 Semanas depois, Crestmont.

-Certo, depois é só colocar a manteiga-Ponho a manteiga e olho para ele.-Se perguntarem se é manteiga de verdade o que vai dizer?

-É um produto a base de manteiga-Ele sorri e me observa ajeitar a manteiga.

-Uma dica, coloque pouca manteiga nos pacotes de garotas bonitas, ai elas vem no meio do filme pra pegar mais.-Sorrio e entrego a pipoca a ele.

-Ah, é uma ótima dica, é assim que faz para pegar o telefone de caras bonitos?-Ele joga uma pipoca para o alto e em segundos ela esta sendo mastigada, aplaudo e pego um pouco de pipoca.

-Claro Clay.

Clay Jensen começou a trabalhar comigo ha dois dias, e para um iniciante ele estava se saindo muito bem. Graças a ele minhas noites não são mais tão entediantes.

-O que você vai almoçar hoje?-Perguntei curiosa.

-O de sempre.-Ele tira um saco de doritos de dentro da mochila e sorri.

-Você vai morrer se continuar comendo isso-Dou risada e pego o meu almoço na bolça que era uma simples salada de fruta e um sanduíche.

-Qual a graça de viver se eu não posso comer o que gosto.-Ele me oferece o saco e sem hesitar pego um pouco.-Hannah Baker não sendo saudável? inovador..

-Qual o problema de mudar as vezes?

Ele sorri e comemos em silencio observando o céu de São Francisco.

I Need ReasonsOnde histórias criam vida. Descubra agora