Capítulo 5

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Acordei meio dia com a minha vó batendo na porta do quarto que estava trancada:

Vó: Alison, por favor, abre essa porta!

Me levante e vi que o chão estava todo sujo, o banheiro inteiro estava cheirando a sangue, teria que limpa-lo mais tarde

Estava meio fraca mais consegui me arrastar ate a cama, e pegar meu celular, vi que já era 11:00

“Fiquei apagada por 5 horas? Lindo só lindo” pensei

Estava evitando olhar para o meu pulso, sabia que estaria bem feio, talvez precisasse de pontos, teria que pegar a agulha e a linha no armário do banheiro principal...

Tirei minha roupa que estava cheia de sangue e a lavei na pia do banheiro, depois fiquei deitada enquanto minha vó ainda insistia em bater na porta, mas n a abri, não queria que ela me visse daquele jeito, liguei o wifi do meu celular, não estava ligando se iria suja-lo um pouco com sangue, vi que havia mensagens:

Numero desconhecido [8:33]: ola Alison, como esta a vida? Acho que nada bom não é mesmo?

Eu[ 11;12]: o que? qm é vc?

Numero desconhecido[11:14]: já se esqueceu de mim meu pequeno anjinho

“ Anna?” pensei “ não, não é possível, tenho o numero dela salvo, acho que não, é não!”

Eu[11:15]: quem é você!!

numero desconhecido[11:15]: realmente fico maguado por você não se lembrar de mim, mais pelo que eu vi, vamos ter que nos encontar em breve, melhor ir na banheiro ver esses cortes, não queremos que você morra não é mesmo? Não tente fazer de novo, não vou deixar você morrer. Nós nos encontraremos em breve, talvez, mais rápido do que você possa imaginar

Não respondi, como é que alguem saberia desses cortes? Comecei a pensar que havia câmeras no quarto e no banheiro, mais não haveria como, certo?

Fui no banheiro, para ver o “estrago” vi que havia uns cortes mais fundos que o outro (3 cortes) mais por algum motivo estavam sangrando muito, peguei umas faxas e enrolei no pulso, sabia que nao iria adiantar, teria que dar pontos, mais primeiro eu teria que tomar banho para tira o sangue seco, enchi a banheira e entrei, deixei meus pulsos fora da agua, por que eu sabia que se eles molhassem ai doer, e muito.

Depois de tomar banho e colocar uma roupa peguei umas toalhas e limpei o chão do banheiro e depois limpei elas

Finalmente sai do quarto, estava usando uma blusa de frio longa para ocultar os cortes e a faixa  caso minha vó me visse no corredor, entrei no banheiro que ficava a 2 quartos do meu

Peguei agulha e linha na caixinhas de remédios/ primeiros socorros, como minha mãe ano passado havia me colocado em um curso de primeiros socorros eu já sabia o que eu teria que fazer, também sabia que ia ficar bem ridículo e que ia doer, e doer muito

(...)

depois de devolver a agulha para o banheiro, a única coisa que eu queria fazer, era voltar para o meu quarto e escutar música até pegar no sono, mas quando eu estava voltando, vi minha vó subindo a escada até tentei evitar ela, tentando entrar em um dos quartos mais perto de mim só que não rolou

vó: Alison, graças a deus, você está bem? Por que não abria a porta? Você quase me matou de susto, queria ligar para a emergência, mais a sua mãe, não deixou, falou que você só estava fazendo drama! O que você estava fazendo menina!

Eu: fazendo drama- sussurrei- nada de mais- falei alto para minha vó escutar- eu só estava FAZENDO DRAMA!

Comecei a andar rápido e entrar no meu quarto, tranquei a porta e sentei no chão do lado dela, FAZENDO DRAMA, ERA ISSO? APENAS DRAMA?

Meu celular vibra me avisando que chegou uma mensagem, eu estava brava de mais para ver quem era, so que ai ele começou a vibrar mais, indicando que alguém estava me ligando, levantei da onde eu estava e fui ver quem era, por mais que estava irritada, o celular vibrando em cima da comada estava irritando ainda mais..

No hora que eu peguei o celular na mao ele parou de vibrar, fui ver então as mensagens

Numero desconhecido[11:58]: não faça nada igual aquilo novamente, você sabe que quando esta brava faz coisas por impulso, já fez isso hoje de manha, vai fazer de novo? Já te avisei!

Eu[ 11:59]: QUEM É VOCE PORRA!

Numero desconhecido[12:00]: por enquanto apenas conselheiro

(...)

O dia passou sem mais incidentes, minha mae chegou por volta das 17:45, eu estava na sala, coma minha vó assistindo anjos e demônios quando ela chegou, ela não olhou na minha cara ate na hora do jantar

Mae: Alison

Eu: hmm

Mae: seu pai ligou aqui, mais cedo

Lembro-me vagamente de ter ouvido o telefone tocar enquanto assistia o filme com a minha vó, olhei para minha mãe, que estava com a cabeça baixa:

Eu: e?

Mae: ele quer que você va lá para passar o  final de semana ..

Fiquei um tempo quieta olhando para ela

Eu: liga de volta e diga que eu não quero ir!

Mae: não é uma opção, ele quer que você vá e ponto final

Eu; e a minha opinião não  vale nada? Quem vai ter que ficar aturando eles sou eu! EU NÃO QUERO IR MAE!

Mae: Alison! Ele é o seu pai!

Eu: não, ele não é meu pai, não mais!

Mae: não, e hoje de manha, não havia dito que tinha “perdoado” ele?

Eu: e você? Não vive falando que ainda o odeia? Eu posso até ter “perdoado”- fiz aspar com as mãos- ele, mas eu não esqueci, perdoar e esquecer são coisas completamente diferentes!

Me levantei e fui de volta para meu quarto, deitei na casa para me acalmar e finalmente pegar no sono

Entre o céu e o infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora