Capítulo 8

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  No ano seguinte, o Ateneu revelou-se-me noutro aspecto. Conhecera-ointeressante, com as seduções do que é novo, com as projeções obscuras deperspectiva, desafiando curiosidade e receio; conhecera-o insípido e banal como osmistérios resolvidos, caiado de tédio; conhecia-o agora intolerável como um cárcere,murado de desejos e privações.Desenvolvido à força e habilitado no torvelinho moral do internato, aproveitaraos dois meses de feriado para espreitar a animação da vida exterior. A sala, asociedade, os negócios da praça pública, que na infância são como contatos denevoeiros resvalando pela imaginação, que nos despertam com um estardalhaço depesadelo, que fogem, que somem-se, deixando-nos readormecidos noesquecimento da idade, ao tempo em que preferimos da soirée os bens-bocados,das toilettes os laços de cores rútilas, ignorando que há talvez na vida alguma coisamais açúcar que o açúcar, e que o toque macio pode uma vez levar vantagem àcoloração fulgurante, quando invejamos das posições sociais modestamente o garbode Faetonte nos carros de praça ou a bravura rubente de umas calças de grandeuniforme, sem saber que as ambições vão mais alto e que há comendadores; omovimento do grande mundo não me aparecia mais como um teatro de sombras.Comecei a penetrar a realidade exterior como palpava a verdade da existência nocolégio. Desesperava-me então ver-me duplamente algemado à contingência de ser irremissivelmente pequeno ainda e colegial. Colegial, quase calceta! marcado comum número, escravo dos limites da casa e do despotismo da administração.Havia a escassa compensação dos passeios. Uniformizava-se de branco ocolégio como para as festas de ginástica, com os gorros de cadarço e saiamos adois, a quatro de fundo, tambores, clarins à frente.No ano anterior, os passeios tinham sido insignificantes, marchas alegres peloarrabalde. Vinham ao peitoril as mocinhas, e nós todos, anchos de militarismo,despendíamos elegância prodigamente. Eram melhores as excursões à montanha.Subíamos aos Dois irmãos, caminho do Corcovado, marchávamos até à caixad'água.Ai debandávamos na ameníssima chapada.Os passeios eram depois do jantar. À noitinha voltávamos, dando balanço àsnotas de sensações, um deslumbramento verde de floresta, um retalho deafogueado crepúsculo, um canto de cidade ao longe diluído em fumaça cor depérola, ou o olhar de uma dama e o sorriso de outra, projetis inofensivos de namoroque na hipótese de andar a gente em forma têm o defeito da incerteza, se vêmexpressamente a nós, se ao vizinho, e a nós apenas por uma casualidade dericochete — o ciúme eterno dos cerra-filas que a Praia Vermelha conhece.Os nossos passeios foram mais consideráveis.Primeiro ao Corcovado, assalto ao gigante, hoje domado pela vulgaridade dalinha férrea.Às 2 horas da noite, troaram os tambores como em quartel assaltado. Osrapazes, que mal havíamos dormido, na excitação das vésperas, precipitaram-sedos dormitórios. Às 3 e pouco estávamos na serra.Aristarco rompia a marcha, valente como um mancebo, animando a desfilada comoNapoleão nos Alpes.Passeio noturno de alegria sem nome. As árvores beiravam a estrada demuros de sombra num e noutro ponto rendada de frestas para o céu límpido. Nocaminho, trevas de túnel e agitação confusa das roupas, malhada a esmo de placasde luar brando — reptil imenso de cinza e leite em vagarosa subida. Que sonho decócegas experimentaria o colosso, na dormência de pedra que o prostrava ainda,espezinhado pela invasão! Subíamos. Pelas abertas do arvoredo devassávamosabismos; ao fundo, a iluminação pública por enfiadas, como rosários de ouro sobreveludo negro.A boa altura, acampamos para o café. Criados que nos precediam com ofarnel, improvisaram um balcão, e nos serviam sucessivamente na ordem da forma.Felizes alguns, conseguiram uma gota de fino Porto, mais quente que o café,reforçando com um banho interno de conforto contra a umidade da altitude e dahora, inflamando a coragem como um punch, avivando a alegria como um brinde defogo.O espaço aparecia mais claro sobre a renda das ramas; as últimas estrelaspor entre as folhas emurcheciam como jasmins, e fechavam-se. Aristarco deuordens à banda. A subida recomeçou em festa, um dobrado triunfal rasgou o silênciodas montanhas espavorindo a noite; o bombo de Rômulo trovejou robusto, comimensa admiração da passarada que o espiava metendo o bico à beira dos ninhos,que o cobiçava talvez para genro, aturdindo os ecos com um repente brutal dealvorada.Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.Apostava-se a ver quem primeiro cansava. Cada avanço da luz no espaço era comoum excitante novo para a jornada, suavizando a doçura do alvorecer todo o esforçoda ascensão. Quando a música parava, ouvíamos na alvenaria do grandeencanamento, pelos respiradouros, as águas do Carioca, ciciando queixas poéticasde náiade emparedada.Avistávamos por hiatos de perspectiva a baia, o Oceano vastamentedesdobrado em chamas, extenso cataclismo de lava.No planalto do Chapéu de Sol paramos. O diretor convencionou que, ao sinalde debandar, assaltaríamos na carreira o espigão de granito empinado à extrema domonte. A rapaziada aclamou a proposta e, com um alarido bárbaro de peleja,arrojamo-nos à conquista da altura.Chegou na frente o Tonico, meninote nervoso, de São Fidélis, especialistainvicto da carreira, corredor de prática e princípios, que de cada exame da InstruçãoPública fugia duas vezes à chamada, entendendo que a fuga é a expressãoverdadeira da força, e a bravura uma invenção artificial dos que não podem correr.Rômulo fez a asneira de tentar o espigão; ficou a meio caminho, sufocado,inanimado, roncando por terra.Almoçamos às dez horas, cada um para seu lado, depois da distribuiçãofrugal do mantimento. Fartos de paisagem, formamos para a descida.Descida penosa. Tínhamos imprudentemente esgotado as forças na folgança.A marcha de volta foi uma miséria. Formamos ainda, mas já não havia quem olhassepara o alinhamento. As correias frouxas escapavam à cintura, as blusas às correias;os pés cambavam, mal equilibrados no calçado, bambeavam os joelhos passadasde bêbado.As crianças adiante voltavam os olhos dolorosamente para o diretor,segurando-se uns aos outros pelos ombros, seguindo em grupos atropelados comocarneiros para a matança. Aristarco, tão lépido como na subida, estimulava o seupovinho, chasqueando compadecidas ironias.Quis recorrer ao estimulante da música. Os músicos, derreados, haviamdeixado os instrumentos na carroça da matalotagem que vinha longe. Nemtambores, nem clarins; apenas Rômulo, atrás de todos, trazia o bombo de roldãopela estrada como uma pipa.Por maior tormento, fundia-se a soalheira em chumbo ardente sobre nós,acendendo reflexos insuportáveis na areia da estrada, enquanto reverberava o dia láembaixo, sobre as casas, pelos jardins nublados de vaporizações de estio, sobre avegetação das montanhas, a florescer das tristes flores da Paixão da aleluia.Voltávamos de um dia alegre como soldados batidos. A ordem de marchadecompôs-se aos poucos. Quando chegamos ao Rio Comprido, íamos por bandosdispersos, arquejantes, os de maior fôlego na vanguarda; depois, em caudainterminável de alquebramento, os mais fracos, até aqueles que ficavam pelo chãocomo enfermos, e que os inspetores buscavam como gado perdido.No portão do Ateneu, mãos às cadeiras, dentinhos brancos à vista, esperavanosÂngela, fresca e forte, e recebia com uma vaia de risadas aquela entrada devencidos, homens e moços.Quando, tempos passados, anunciou-se o grande piquenique ao JardimBotânico, certo não foi objeção a lembrança deste descalabro de fadiga. Tínhamosalmoçado na montanha; tratava-se agora de ir jantar ao jardim. Prontos!Ao meio-dia, apeava o Ateneu dos bondes especiais à porta do grandeparque. Atravessamos cantando um dos hinos do colégio as arcarias elevadas depalmas. Junto ao lago da avenida, debandamos.No bosque dos bambus, à esquerda, estavam armadas as longas mesas parao banquete das quatro horas. Graças à boa vontade dos pais, prevenidosoportunamente, vergavam as tábuas, sobre cavaletes, ao peso de uma quantidaderabelaisiana de acepipes. À parte, em cestos, no chão, amontoavam-se frutas,caixas e frascos de confeitaria.Era por um desses dias caprichosos, possíveis todo o ano, mais freqüentesde verão, em que as bátegas de chuva fazem alternativa com as mais sadiasexpansões de sol, deliciosos e traidores, em que, parece, a alma feminina se fazclima com as incertezas de pranto e riso.Chovera uma vez ao partirmos, outra vez em viagem; havia no jardim muitaumidade na relva e sob as folhas caídas; às alamedas de mais sombra, via-se aareia crivada recentemente dos pequeninos frutos que cava o gotejar do arvoredo.Mas eram tão claros os trechos de bom tempo, no intervalo dos nimbos, que nãopodiam apreensões de aguaceiro entibiar a franqueza de alegria a que estávamospreparados.A rapaziada dispersou-se pelos gramados para a montanha, para oscanaviais e pomares de ingresso vedado. Alguns, munidos de anzóis, acocoravamseà beira do açude, como batráquios, enquanto esperavam que picasse aprobabilidade difícil de um peixe.Os de espírito calmo buscavam sítios de soledade, iam passear a cismasilenciosa; os sentimentais, com o instinto dos fotógrafos paisagistas, ensaiavam,comparavam, aplaudiam os melhores pontos de vista, ou, simplesmente, dois a dois,íntimos, seguiam para longe, braços pela cintura, balbuciando diálogos lentos. Osmenores corriam, armando animadíssimos brincos, atiravam-se às borboletas, iampelos cursos d'água canalizada através do parque, perseguindo a fuga de umgraveto, trépido, inalcansável na evasão rápida da linfa. Nos enredamentosobscuros do bosque, exatamente onde o artista grego incluiria um sátiro, podia-sesurpreender sob uma blusa o confiado abandono bucólico de outros colegas.De quando em quando, um sinal de clarim. Tocava-se a reunir e fazia-se adistribuição das gulodices. Muitos não compareciam.Às quatro horas a banda de música assinalou com o hino nacional o grandemomento da festa campestre.De todos os pontos do jardim começaram a chegar magotes pressurosos deuniformes brancos. Os vigilantes, enérgicos, regularizavam a ocupação dos lugares.Ao correr da mesa, fechou-se o bloqueio ameaçador de dentaduras. Nocentro alinhavam-se as peças, sem conta, frias, sem molho, apetitosas, entretanto,da cor tostada e do aroma suculento.Os garfos agitavam-se inimigos, amolavam-se os trinchantes nas mãos doscopeiros...Obrigados a uma sobranceria estóica de filósofos, depois da provaçãodefinitiva do forno, nem os perus, nem os leitões, nem os tímidos frangos mostravamaperceber-se da situação arriscada.Os frangos, de pernas para trás, sobre o dorso, cabeça escondida na asa,pareciam dormir sonhando o calembur das penas perdidas; os redondos bácoros,encouraçados na bela cor de torresmo, serviam-se dos olhos de azeitona para nãomais ver as seduções mentidas da existência, empenhados em ensinar aos homenscomo se leva a cabo o suplício culinário dos palitos, com a agravante azeda doslimões em rodela; os perus, soberbos até à última e menos filosóficos, prescindiamfrancamente da cabeça, orgulhosos apenas da vastidão do peito, enfunando avaidade cheia do papo, hipertrofia de farofa.Guarnecendo os assados, perfilavam-se as garrafas pretas desarrolhadas,conglobavam-se montes de maças, peras, laranjas, apoiadas às nacionalíssimasbananas, como um traço de nativismo. Os pudins, as marmeladas, as compotasenchiam os vãos da toalha, com um zelo apertado de mediador plástico. Mesmosem meter em conta as postas de rosbife com que contribuirá Aristarco, percebe-seque era de truz o jantar.Quando os rapazes sentaram-se, em bancos vindos do Ateneu de propósito,e um gesto do diretor ordenou o assalto, as tábuas das mesas gemeram. Nada pôdea severidade dos vigilantes contra a selvageria da boa vontade. A licença da alegriaexorbitou em canibalismo.Aves inteiras saltavam das travessas; os leitões, à unha, hesitavam entre doisreclamos igualmente enérgicos, dos dois lados da mesa. Os criados fugiram.Aristarco, passando, sorria do espetáculo como um domador poderoso que relaxa.As garrafas, de fundo para cima, entornavam rios de embriaguez para os copos,excedendo-se pela toalha em sangueira. Moderação! moderação! clamavam osinspetores, afundando a boca em aterros de farofa dignos do Sr. Revy. Algunsrapazes declamavam saúdes, erguendo, em vez de taça, uma perna de porco. Àextremidade da última das mesas um pequeno apanhara um trombone e aplicavase,muito sério, a encher-lhe o tubo de carne assada. Maurílio descobriu um repolhorecheado e devorava-o às gargalhadas, afirmando que era munição para os dias degala. Cerqueira, ratazana, curvado, redobrado, sobre o prato, comia como umrestaurante, comia, comia, comia como as sarnas, como um cancro. Sanches, meioembriagado, beijava os vizinhos, caindo, com os beiços em tromba. Ribas,dispéptico, era o único retraído; suspirava de longe, anjo que era, diante dosreprovados excessos da bacanal.Em meio do tumulto ebrifestante, ouviram-se palmas. À cabeceira da mesaprincipal, apresentavam-se de pé Aristarco e o empertigadinho e cúprico ProfessorVenâncio. Era a poesia! Venâncio de Lemos costumava improvisar, mais ou menospreviamente, estrofes análogas nas festas campestres...Outros professores, que tinham concorrido ao piquenique, davam-se à fainagrosseira de jantar. Ele, não.Havia um quarto de hora que andava misteriosamente por uma aléia debambus, esfiapando as barbicas, a gaforina, palpando a testa, arrancandoinspiração ao couro cabeludo, passando, nervoso, repassando, espiado furtivamentepela nossa admiração. Ninguém ousava acercar-se, temendo perturbar a elaboraçãodo gênio.Muxoxos adoráveis das brisas, que andais pela mata, gemedoras fontes, quedesfiais à toa as lágrimas de vossos penares, amáveis sabiás cantores, que viveisde plantão na palmeira da literatura indígena, sem que vos galardoe uma verba dasecretaria do império, vinde comigo repartir o segredo do vosso encanto! Sedutorasrolinhas, um pouco da vossa ternura! Vividos colibris, a mim! que sois como osanimados tropos no poema frondoso da floresta... E as inspirações vieram. Primeiro,cerimoniosamente, à altura, volteando espirais de urubu sobre a carniça; depois, dechofre, caindo-lhe às bicadas sobre o estro. O estro entorpecido acordou. Fez-sehipogrifo um asno morto. O poeta foi registrando as estrofes.Quadras de rima fácil de particípios, espancados pelo camartelo contundentedos agudos.Sustou-se em toda a linha o furor gastronômico dos rapazes. Ficamos a ouvir,surpresos.Murmuraram as brisas; as fontes correram; tomaram a palavra os sabiás;surgiram palmeiras em repuxo; houve revoadas de juritis, de beija-flores; todasessas coisas, de que se alimentam versos comuns e de que morrem à fome osversejadores. Súbito, no melhor das quadras, exatamente quando o poetaapostrofava o dia sereno e o sol, comparando a alegria dos discípulos com o brilhodos prados, e a presença do Mestre com o astro supremo, mal dos improvisosprévios! desata-se das nuvens espessadas uma carga-d'água diluvial, única, sobre obanquete, sobre o poeta, sobre a miseranda apóstrofe sem culpa.Venâncio não se perturbou. Abriu um guarda-chuva para não ser inteiramentedesmentido pelas goteiras e continuou, na guarita, a falar entusiasticamente ao sol,a limpidez do azul.Não querendo desprestigiar o estimável subalterno, Aristarco fingia acreditarno improviso e, indiferente, deixava cair o aguaceiro. As abas do chapéu de palhamurchavam-lhe ao redor da cabeça, o rodaque branco desengomava-se em pregasverticais gotejantes.Para os rapazes a chuva foi novo sinal de desordem. Deixou-se o poeta coma sua inspiração arrebatadora de bom tempo; recomeçou a investida aos pratos.A abóbada de folhagem que nos cobria, em vez de atenuar a violência daságuas, concorria para fazer mais grossos os pingos. Pouco importava. A filosofiaimpermeável do diretor servia-nos também de capa. Que chovesse! Era o molho dosmanjares que nos faltava. As frutas lavadas luziam com um verniz de frescura que opróprio outono não possui. O vinho estendia-se pela toalha encharcada numageneralização solene de púrpura. O banho oportuno do banquete vinha temperar ademasiada aridez das farinhas de recheio. "Acabamos pela sopa, descobriu Nearco,o penetrante, por onde o vulgo principia!"Qual acabávamos! Ninguém acabou. Sucedeu que, com os fundilhosmolhados, ninguém quis mais sentar-se. Girou o atropelo ao redor das mesas; osbancos foram repelidos a pontapés. Repartia-se o doce sem eqüidade; quem nãoavançava a tempo ficava sem ele. Dois inspetores, João Numa e o Conselheiro, apretexto de decidir uma contenda, arranjaram-se com uma caixa de pessegada edesapareceram.A chuva desculpava a bebida. Era inacreditável o consumo de brindes.Brindes a Aristarco, brindes aos companheiros, ao Silvino, ao poeta, ao sol, aostemporais, ao trovão escandinavo; inimigos figadais, no transporte do prazer,reconciliaram-se; Barbalho saudou-me fogosamente. Rômulo, já tonto, afastado dasmesas, brindava o copeiro que lhe arranjara uma garrafa; depois brindou a noiva; ocriado, bebendo também, tocou-lhe o copo.Como escurecia, o diretor fez o clarim chamar à forma.Debaixo do aguaceiro que não cessava, o colégio alinhou-se como bem pôde.Muitos, queixando-se de saúde delicada, obtiveram dispensa desta inoportunadisciplina de equilíbrio; seguiram adiante para o portão abrigado do jardim... Após,fomos os outros, em marcha regular, pingando de molhados. A fita vermelha dosgorros desbotava-se-nos pelo rosto em fios sangüíneos.Quando chegamos ao portão, já nos esperavam os bondes especiais. Dooutro lado da rua, à entrada do conhecido restaurante, apareceu a família doAristarco com alguns professores, que lá tinham jantado. D. Ema, pelo braço doCrisóstomo, a Melica altivamente só e distanciada.No colégio, tivemos ordem de subir a descanso nos dormitórios. Preventivolouvável de prudência, depois dos excessos e da tempestade sofrida. O descansofoi simplesmente um prolongamento da pândega do passeio. Para cessar adesordem, tocou-se a estudo... Baixamos ao salão geral. Aristarco, reassumindo adureza olímpica da seriedade habitual, apresentou-se e perguntou asperamente sepretendíamos que a vida passasse a ser agora um piquenique perpétuo nadesmoralização. Tacitamente negamos e a tranqüilidade normal entrou nos eixos. 

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