Capítulo 8

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Capítulo 8

Quando volto para casa naquela noite, torço para que Andreza já tivesse indo embora.
Eu não estava me sentindo bem.

Sentia algo estranho, como se me sentisse culpada pelo o quer que eu viesse a fazer. Era uma sensação estranha. 

- Está tudo bem?- Charles me pergunta enquanto me acompanhas até a porta
- Eu acho que não estou me sentindo muito bem – respondo a ele.
Ele para diante de mim, com uma cara de preocupado e fala:
- Devo me preocupar?
- Não, claro que não - me apresso em dizer- deve ser só cansaço.
Ele assente com a cabeça.
- Então vou deixa-la descansar. – ele fala beijando o topo da minha cabeça.
Quando ele está se afastando o puxo pelo braço e o beijo de verdade.
Mas porque eu continuo com a sensação de que não devia esta fazendo aquilo?
- Tem certeza que é só cansaço? - Ele pergunta me encarando após interromper o beijo. - pode ter sido algo que você comeu. - sugeri
- Eu vou ficar bem - digo - posso te ligar depois?
Ele fez que sim com a cabeça, deposita mais um beijo rápido em meus lábios e vai embora. 


-Mas você gosta dele? - pergunta a minha amiga Paloma, pela chamada no Skype.
- Ele é maravilhoso, você iria adorar conhece-lo. - respondo
- Não foi isso o que eu perguntei- ela fala rindo.

- Eu sei, eu sei – respondo rindo também – você me conhece. Sabe o quanto eu às vezes posso ser indecisa, e acho que é disso que tenho tanto medo.

- Medo de quê? – ela pergunta.

- Medo de finalmente ter encontrado um cara que valha a pena e acabar jogando tudo no lixo. – respondo.

- Você está falando do Victor, né? – ela questiona já revirando os olhos. Aquele nome era um assunto proibido entre nós. Mas vira e mexe ele era o nosso foco principal. – Achei que você já tinha superado isso. Afinal já faz quase dois anos. – ela continua

- Na verdade são exatamente um ano, nove meses e três dias. – digo.

- Você é maluca! – ela grita do outro lado da tela. – Eu simplesmente não consigo crer que você contou.

- Não inclui os anos da faculdade. – digo para provoca-la.

- Você é louca! – ela repete gritando contra a tela do computador – Se eu tinha alguma dúvida quanto a isso, acabo de ter a minha confirmação.

Solto uma gargalhada.

- Você sabe o que eu acho disso tudo, né? – ela fala fazendo cara de séria. – Só Deus sabe o quando os meus ouvidos sofreram na época que você estava na faculdade. Aquele cara é um cretino, e ele não te merece, e você tem que partir pra outra.

- Eu sei de tudo isso. – digo para ela.

- Mas não parece! Você encontra um cara incrível e ainda fica ai chorando e se sentindo culpada por causa de um relacionamento que não veio a dá certo. E isso nem foi culpa sua.

Eu não digo nada, e ela continua falando.

- Mel, não dependia só de você. Da mesma forma que não depende só do Charles. Então toma muito cuidado para que ele não perceba a sua relutância e caia fora.

- Acho que você pode ter um pouco de razão. – admito por fim.

- Só um pouco? – ela brinca.

Assinto.

- Agora podemos parar de falar de mim. – eu digo mudando de assunto – como está ai na Columbia? Já arranjou algum gatinho?

Ela dá uma risadinha.

- Eu nem te conto. – ela fala rindo.

- Pois trate de me contar. – rebato.

Então ela começou a narrar toda a sua experiência em terras estrangeiras e só pude ficar ali ouvindo e rindo das coisas idiotas que ela fazia às vezes. Éramos muito parecidas, todos diziam isso, e ela era o mais próximo de uma irmã que eu tinha. Sentia que podia contar para ela, simplesmente tudo, e isso era maravilhoso. Nunca havia julgamentos da parte dela em relação aos meus erros, e como eu a amava por isso.

- Não acredito que você fez uma coisa dessas. – eu falo rindo tanto que todo o meu corpo se sacudia com a risada.

- Você ainda duvida? Parece até que não sabe o poder que eu tenho para atrair mico. – ela fala – Foi horrível. Mas posso dizer que ainda consegui sair dessa com a cabeça erguida.

- Nesse caso, uma proeza e tanto. – respondo

- Vamos lá, ria de mim.

- Simplesmente não posso evitar.

- Se eu não soubesse tanto pobre a seu respeito, trataria de mandar te matar agora mesmo, só para garantir o seu silêncio. – diz.

- Falou a herdeira da máfia. – murmuro chegando mais perto da tela, como se contasse algum segredo – seu segredo está mais que seguro comigo.

- Assim espero!

- Eu agora tenho que ir. Amanha o meu dia pretende ser longo. - ela fala se despedindo.

- Tchau. – eu digo lhe mandando beijo, e desligo a chamada.

Meu celular vibra com o recebimento de uma mensagem. E depois com mais outra.

Pego-o para ler as mensagem, achando que seriam do Charles, e me deparo com uma surpresa.

Cristiano: Será que podemos tentar de novo?

Você poderia me dá mais uma chance?

Solto um longo suspiro de frustração.

__

Estamos de volta. 

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