Capítulo 9

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Capítulo 9 

Eu não respondo.

Passo, o que me parece ser uma eternidade, olhando para as mensagens, sem saber nem o que pensar daquilo tudo.

Meu celular começa a tocar. Uma chamada de Charles, provavelmente para saber se estou melhor.

E será que eu estou?

Antes que eu possa mudar de ideia, pego a minha bolsa, as chaves de casa e do carro, e saio em disparada, sem ao menos me preocupar com as horas.

Enquanto eu dirijo pelas ruas vazias e escuras, continuo a receber ligações de Charles. Aquela já era a terceira.

- Espera que eu estou chegando – era o que eu queria dizer.

Quando chego em frente a casa dele, passo pelo porteiro como um furação e entro direto no elevador.

- Só um instante – ouço-o gritar de dentro do apartamento, mas mesmo assim continuo tocando a campainha.

Ouço o barulho de algo quebrando, e o som da voz dele soltando um xingamento, e continuo a pressionar o botão na lateral da porta.

Estou nervosa.

Meu celular volta a tocar, e a porta se abre de repente.

E eu encaro um Charles surpreso, com o celular pendendo em uma das mãos.

Ele ainda está usando as roupas de horas antes, só que tinha o cabelo quase ruivo, bagunçado, e a camisa social com alguns botões abertos.

- Oi- ele diz parecendo envergonhando, e abri um sorriso, me mostrando as covinhas na lateral do rosto. – eu estava te ligando.

- Eu sei – respondo e dou um passo na direção dele. – Eu sei. – repito, e o beijo.

Ele parece levemente surpreso de me ver ali, mas isso parece mudar no instante em que meus lábios encontram os seus, e naquele momento eu não sinto mais culpa, só o que está ali, entre nós.

Ele passa seu braço ao redor da minha cintura e me puxa em direção ao seu corpo, me pressionando contra ele. Me beija de volta, como se sua vida dependesse daquele beijo. Sua língua indo fundo na minha boca, me arrancando suspiros longos de prazer.

Eu havia esquecido como beijar pode ser bom.

Passo meus braços ao redor do seu pescoço, apertando meu corpo, já quente, contra o dele. Ele solta um gemido, movendo a boca por toda extensão do meu pescoço, e de volta para a minha boca.

Sob uma onde de protestos ele se afasta ofegante. Ainda zonza e meio atordoada por causa do beijo abro os olhos. Percebo que ele esta me encarando com uma expressão estranha no rosto.

- Ai meu Deus - eu começo a dizer. Levo a mão esquerda aos lábios e começo a roer a unha do polegar. Estou nervosa - eu não deveria ter vindo, né?– continuo repetindo as palavras internamente.

- Ei, ei, ei, espera - ele grita, quando começo a caminhar em direção a porta, e segura minha mão - aonde você pensa que vai? - ele pergunta enquanto tanta me puxar para mais perto.

- Eu não devia ter vindo sem avisar - digo, me sentindo uma idiota.

- Eu fiquei surpreso - ele começa, como se lesse meus pensamentos- achei que você estivesse doente - ele me afasta da porta e a fecha, e me empurra de leve em direção ao sofá no canto da sala - eu estava tentando ver se você estava bem - ele continua, e senta ao meu lado.

- Eu sei - repito. - Acho que foi só um mal estar. - garanto a ele.

Ele assente uma vez, mas não fala nada.

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