Enfim, livre! Eu pude ouvir latidos e grilos cantando, pude olhar a Lua iluminando as ruas desertas. Pronta, corri o mais rápido que pude, eu precisava passar a noite em algum lugar e, então, corri até um beco.
'Que garota louca! Um beco sem saída, óbvio que alguém vai querer assalta-la.'
Se esta pensando nisso, está errado.
Onde eu morava, não havia praça, muito menos bancos na rua. Eu não tinha escolha, a não ser o beco.
No beco, consegui dois pedaços de papelão, com os quais eu consegui fazer uma cama improvisada. E foi ali que passei minha noite.
Ao abrir os olhos levei um susto, um garotinho estava dormindo do meu lado.
- Ahhhh!!! - Gritei, e acabei espantando o menino.
- O que é?! -Ele disse, olhando pra todos os lados, à procura de algum bichinho Ou inseto.
- Quem é você?! O que está fazendo aqui? - Disse.
- Sou Thomas! - Ele estendeu a mão, e eu a apertei, com um aperto de mão ele continuou - Eu vi você dormindo sozinha e decidi vir aqui caso algum valentão tente machucar você.
Eu dei uma risadinha.
-Hehe, quantos anos você tem Thomas? - Perguntei.
- Só 6, mas há tenho esse tamanhão! - Ele se levantou.
- Prazer, Thomas. Sou Sam e tenho 14 anos e sou desse tamanho. - Me levantei.
- Posso ficar com você?? - Ele disse, arregalando os olhos e fazendo bico.
- Pode, garotão!
Nós começamos a caminhar.
Eu não estava afim de uma companhia no momento, mas acho que o garoto não tinha com quem ficar.
- O que faz na rua sozinho? - Perguntei.
- Ahhhh, provavelmente o mesmo que você. - Ele disse, acelerando os passos, ficando a minha frente e dando alguns passos de dança.
- Você dança muito mal! Hahaha - Não contive minha risada.
- Venha aqui e dance melhor. - Ele disse.
- Não mesmo! - Falei, parando de rir.
- Vem sim! - Ele me puxou e continuou dançando.
Então, passou um carro e estava com uma música super animada. Ele estava estacionando, então eu comecei a dançar como uma louca. Eu não sabia dançar, nunca havia tido aulas.
*Essa música que Sam estava dançando*
Eu estava dançando, então peguei Thomas no colo, e comecei a girar com ele em meus braços.
- Hahaha!! - A risada dele era muito fininha, muito fofinha.
Realmente, gostei muito dele. Eu via seus olhos brilharem enquanto giravamos.... aqueles pequenos olhos azuis brilhantes!
Eu amava ele como um irmão, éramos uma família até um acidente...
