Fechei os olhos e respirei fundo. Senti mais uma vez o alívio de estar segura, mas meu joelho doía e eu me contorcia.
Era uma espécie de dor insuportável, como uma dor que se espalha na hora da morte. Não! Era pior. Minha dor não vinha apenas como um machucado, ela vinha acompanhada pela dor da morte da minha mãe. Vinha com a dor do medo, a dor dos pesadelos, a dor da saudade.
Era assim que eu me sentia.
Abandonada.
Com esses pensamentos cheguei a adormecer.
Tive um sonho.
- MAMÃE! - Uma criança de pele morena, com cabelos lisos gritava.
Mais a frente teria sangue, muito sangue. Sangue suficiente para dizer que alguém morrera ali.
E uma máscara azul, ensanguentada.
Pude ouvir risadas, risadas histéricas de um ser louco.
Andei um pouco a frente e vi os olhos do homem, que por ventura estava em um local escuro com uma brecha de luz iluminando seus intensos olhos castanhos.
Andei mais.
Vi o rosto de uma mulher que jamais esqueceria. Era minha mãe. A risada histérica soou mais uma vez no ambiente escuro.
E eu acordei.
- Está suando! O que aconteceu?
- N-nada, estou bem. Sério!
- Um dos meus amigos vão nos ajudar a invadir o hospital, poderemos ver Thomas pela última vez antes de partirmos.
- Que ótimo! - disse abrindo um sorriso.
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