Capítulo 10. Pondo os chifres as claras

241 21 21
                                    

Saio de casa com Ryan perto da hora do almoço, nós saímos conversando e rindo pelo corredor, Daniel estava na porta de Alice e ficou encarando nós passarmos. Porque eu tenho que passar pela porta dela para chegar ao elevador? Fico me questionando.

(...)

Na quarta não fui para a faculdade, estava com cólicas. Já de tarde acordo escutando uma discussão, penso ser Alexia brigando com Lucas de novo, paro para prestar atenção na conversa, são três vozes falando e a conversa não está vindo do meu apartamento.
- Tanto cara no mundo e você me trai com ele? Este cara é desprezível.- é a voz do Daniel, presto mais atenção na conversa.
- Por que? Ele é mais homem que você.- Alice diz.
- Isso é uma verdade.- Marciel? Agora a conversa me interessou.
- Cala a sua boca.- Daniel grita. Agora começo a pensar: meu quarto fica ao lado da sala da Alice.
- Só porque ele descobriu que tem chifre vai ficar irritado? Sempre foi um corno manso.
- Não foi só eu que fui corno manso não, você também foi.- Daniel fala, até imagino a cara do Marciel ao ouvir isso.
- Eu sempre soube que você estava me traindo com ela.- Alice diz.
- Mas você está sendo corno a um ano e eu? A um mês.
- Chifre é tudo igual.- Daniel diz.
- Mas o seu está maior.- Alice diz, posso imaginar o sorriso sínico no rosto dela ao dizer isso.
Agora eu não aguento, me levanto da cama e vou lá, a porta estava aberta e eu entro, Marciel esta agarrado a Alice e Daniel olhando para a cara deles com os olhos repletos de raiva e ódio.
- Olha só, ela resolveu participar da discussão?- Alice diz, que garota sem noção, não sei como não percebi antes a duas caras que ela é.
- Não vim participar de discussão, só vim saber o que está acontecendo e se tem como vocês brigarem baixo.- me fiz de desentendida.
- Estamos pondo os chifres as claras.- Marciel diz.
- Já descobriu que você também tinha um?- pergunto rindo.
- Já.- ele fala sem graça.
- Você nunca reconheceu a minha voz ao telefone querida?- Alice pergunta rindo.
- Claro que sim, sua voz de puta é irreconhecível. E eu não sou sua querida.
- Acho que agora todas as cartas já estão na mesa, já podemos ir.- Daniel diz.
- Vamos.- digo saindo com ele.
- Então você está mesmo com este imbecil?- Marciel fala.
- Estava.- digo.
- Imbecil é você seu idiota filho da mãe.- só consigo ver Daniel em cima do Marciel, ele soca a cara do mesmo várias vezes, Alice só observa tudo, Marciel consegue escapar e começa a bater em Daniel com algo em sua mão, parecia um caco ou algo assim, ele consegue desferir dois socos e um chute em Daniel, o mesmo pega ele e joga-o contra a parede socando sua barriga.
- Fala agora quem é imbecil.- Daniel grita soltando ele. Marciel vem para cima dele e bate nele, não tanto como ele apanhou, mas bateu um pouco em Daniel.
- Querem parar os dois, isso está parecendo briga de adolescentes.- grito entrando no meio dos dois.
- Agora ela quer usar a cabeça.- Alice diz.
- Sei usar a mão também.- digo dando um tapa bem estralado na cara dela.
- Vem, vamos logo embora. Esses dois se merecem.- Daniel diz me puxando.
Nós saímos dali e ele estava indo para o elevador.
- Onde você vai?- pergunto.
- Embora.- ele responde sem ao menos se virar para mim.
- Não, vem comigo!- digo puxando ele para o meu apartamento, levo ele até o banheiro do meu quarto e pego os itens para higienizar os seus machucados.
- O que você vai fazer?- ele me questiona.
- Vou limpar seus machucados.
Passo o algodão em seu braço e ele solta um gemido baixo, continuo passando o algodão em todos os machucados, ele tira a camiseta e passo em seus machucados no peito e na barriga. O silêncio que pairou pelo banheiro já estava me incomodando, um clima estava se formando, ele me olha nos olhos e eu faço o mesmo, sinto suas mãos em minha cintura, seus olhos caem sobre meus lábios, ele me puxa contra seu corpo e nossos lábios se encontram, minhas mãos vão para o seu pescoço e o algodão com remédio que estava em minha mão cai no chão, ele para o beijo, sorri e volta a me beijar, parando com uma mordida de leve no meu lábio inferior.
- Eu te amo!- digo fazendo ele sorrir de novo, eu faria de tudo para ver aquele sorriso​ dele de novo.
- Eu também te amo, mas agora eu tenho que ir.- ele diz tentando passar por mim.
- Fica aqui comigo?- pesso.
- Não posso, tenho um evento no Rio.
- Quando você vem?
- Talvez na sexta a tarde.
- Ei.- ele estava saindo, puxo ele para trás e dou um beijo nele.- Até sexta.- eu falo sorrindo.
- Então você me quer de volta?
- Você não é mais comprometido, acho que agora podemos continuar de onde paramos.
- Não, não podemos.- ele diz.
- Por que?- pergunto assustada.
- Porque agora quero fazer tudo certo.
- Como assim?
- Você vai entender.
- Então tchau.- falo.
- Me faça só um favor, jogue isto no lixo.- ele diz tirando a aliança do dedo e me entregando.

Continua...

Não se esqueça de votar se gostou.

O pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora