Capítulo 19. Tarde demais

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O bilhete dizia:
Você achou mesmo que ia ser mais esperta que eu? Se enganou minha querida, conheço seu pai, e aquele outro homem que já está me investigando também. Ele não vai descobrir quem eu sou, seu tempo está acabando​!

-U.

Esse negócio de cada bilhete ter uma assinatura já está ficando chato, e pelas minhas contas este já é o quarto bilhete, sendo que foi dito pelo ameaçador que serão um total de seis, amasso o papel e jogo ele longe.
- Oque aconteceu mamãe?- Henrique pergunta.
- Nada filho.- passei todo o início da noite alí na sala assistindo desenho animado com ele, depois de dar banho nele e colocar ele em sua cama eu vou para a minha e me deito para dormir.
No meio da noite escuto a porta do meu quarto se abrir e olho para ela, vejo Henrique parado para o lado de fora me olhando com sua manta estimada e a chupeta na boca.
- Mamãe, posso dormir com você?- ele pergunta chegando na beirada da cama, por a cama ser alta ele não consegue subir e fica esperando que eu o pegue.
- Pode filho, oque aconteceu?
- Eu tive um sonho, um homem tentava me levar embora.- ele diz me olhando com os olhos cheios de lágrimas.
- Ninguém vai te tirar de mim, agora vamos dormir.
Ele se deita junto comigo e eu vou percebendo sua respiração cada vez mais devagar até se normalizar, durmo logo em seguida.

Acordo no outro dia com ele se mexendo ao meu lado, olho para ele e o vejo todo suado, coloco a na em sua testa e sinto um grande calor, levanto e pego o termômetro digital, acordo ele e coloco o termômetro em baixo de seu braço, assim que o mesmo apita constato que ele está mesmo com febre, coloco ele debaixo do chuveiro e o levo para o hospital em seguida, chegando lá os médicos colocam ele em um quarto e ele fica tomando soro com remédios para a febre abaixar mais rápido, Alexia aparece para me ajudar, deixo ela no hospital e volto para casa pegar a carteirinha de saúde de Henrique pois ele tem alergia a alguns medicamentos e os médicos precisam da carteirinha​ para poder fazer os próximos procedimentos, e com toda a correria eu acabei esquecendo em casa. Ao passar pela portaria mais um bilhete é entregue a mim:

Mais uma surpresinha te aguarda, suba para casa.

-R.

Entro no apartamento e vejo uma camiseta de Daniel jogada no chão, ele deve ter voltado antes, vou indo para o quarto e vejo um shorts de mulher, que não é meu, abro a porta do quarto e não acredito no que eu vejo, Daniel deitado na cama completamente pelado com uma mulher agarrada a ele, também pelada.
- Oque aconteceu aqui?- eu pergunto olhando da porta, ele abre os olhos e olha para os lados parecendo não entender nada, a mulher se senta na cama sorrindo e me encara.
- Oque aconteceu aqui?- Daniel pergunta.
- Eu sou quem pergunta. Oque aconteceu aqui?- eu digo de braços cruzados.
- Eu não sei, não tenho a mínima ideia de quem é esta mulher!- ele diz e se levanta da cama.- Eu não sei nem como eu vim parar no quarto!- ele diz segurando minhas mãos.
- Claro, você é inocente! Você estava deitado agarrado a ela porque será? Os dois pelados. E porque você ainda não colocou uma roupa sua vadia? Some do meu apartamento!- eu digo olhando para a mulher que se levanta da cama e sai do quarto.
- Depois eu te ligo!- ela diz passando por Daniel.
- Eu sinceramente não esperava isso de você, aposto que estava com ela em vez de ter ido trabalhar, aí chegou aqui e viu que eu não estava em casa e resolveu chamar ela de volta. Enquanto eu estava no hospital preocupada com meu filho que estava ardendo de febre você estava transando com uma qualquer! Eu vou voltar para o hospital e quando voltar não quero te ver mais neste apartamento.- falo saindo, ele me puxa e me segura virada para ele.
- Eu te juro que eu não sei como isso foi acontecer. Oque aconteceu com o nosso filho?- ele pergunta.
- Nosso filho não, você sabe muito bem que você não é o pai dele!
- Mas eu assumi ele, o meu nome​ está nos documentos dele.
- Isso não é nada.- digo me soltando dele, pego tudo que eu precisava e vou para a porta.- Não quero te ver aqui quando eu voltar!
Entro no elevador e desço para a portaria, vejo o porteiro conversando com um garoto de uns dezesseis anos.
- Você entrega mais esse para a Pricyla do 410? Esse é o último.- o garoto diz, eu chego e seguro ele pelo braço.
- Eu sou a Pricyla, preciso conversar com você!- falo e ele me olha assustado.
- Eu não posso conversar agora, preciso ir embora.- ele diz tentando se soltar de mim, eu o puxo para fora do prédio e coloco ele contra a parede.
- Fala quem esta mandando você trazer esses bilhetes aqui e eu te solto!
- Não posso falar.
- Esses bilhetes contém ameaças, se você não falar quem realmente é o responsável por ele eu te levo na polícia e você vai responder por algo que não fez.
- Leia o último bilhete, se você não souber quem é, eu te conto.
Pego o último bilhete e abro:

Tarde demais! Junte as assinaturas na ordem de entrega e tente fazer algo. Seu filho já está comigo a uma hora dessas.
- Y.

Fervo de raiva, como eu pude ter sido tão idiota a ponto de não juntar as assinaturas?
- Se eu fosse você eu correria, ele vai pegar o seu filho.- o garoto diz.

Continua...

O pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora