Capítulo 17. O acidente

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 No fim do ano em que completamos quatro anos juntos, e Henrique completa três anos, nós três fomos para a casa de praia da minha família, a casa estava vazia, só nós estaríamos lá. Nó chegamos na casa e fomos levar todas as malas para o quarto, depois que acabei de arrumar tudo eu desci para preparar algo para comermos, Daniel ficou com Henrique jogando vídeo game, escuto Daniel descer as escadas correndo e Henrique atrás.
- O que está acontecendo?- eu pergunto vendo Daniel de um lado do balcão para que Henrique não o pegue.
- Só estamos brincando.- Daniel diz.
- Você é mais criança que ele.- digo sorrindo.
Eles ficaram brincando​ até eu terminar o jantar, assim que termino Daniel já arruma a mesa e nós nos sentamos para o jantar, depois de comermos ficamos os três no sofá até tarde da noite, coloco Henrique na cama e vou para o meu quarto, deito na cama ao lado de Daniel e ele me abraça. Dormimos.

(...)

Passamos todo o domingo na piscina, no fim da tarde arrumamos todas as malas e colocamos elas no carro, no início da noite estávamos voltando para casa quando Henrique se solta de sua cadeirinha no banco de trás para brincar, eu solto meu cinto de segurança e me viro pra trás para poder prende-lo novamente, percebo um grande impulso no carro, jogando o mesmo para fora da pista, o carro capota morro abaixo, escuto meu filho gritar por mim e de repente tudo se transforma em um grande silêncio ensurdecedor e não vejo mais nada.

**Daniel**

Vejo que Pricy vira para trás, no momento seguinte um caro bate com tudo na lateral do meu carro, tento manter o carro na pista mas é inevitável, o caro desce o morro girando, até pararmos lá em baixo.
Henrique grita por Pricyla e tudo fica quieto, quando o carro para de capotar eu saio do mesmo e tiro Henrique de dentro dele, tento tirar Pricy também mas não consigo, ela está presa às ferragens, vejo um homem descer o barranco, ele diz que já chamou os bombeiros e que em pouco tempo eles estão chegando, Henrique​ está desacordado ainda quando eles chegam, os dois são colocados em macas e levados para a ambulância. Chegando no hospital eu não sabia para que lado eu ia, ou eu acompanho Pricy ou Henrique, uma das enfermeiras diz que eu não posso seguir com nenhum dos dois, paro na sala de espera e vejo toda a família dela alí, os policiais conversam comigo perguntando o que causou o acidente, conto que eu não vi muito bem, mas que um carro bateu em nós, este mesmo carro fugiu do local após o acidente.

(...)

Depois de duas horas um médico volta e diz que a Pricy acordou, o pai e a mãe dela entraram para vê-la e depois Hugo e Alexia, depois disso eu entrei, quando abro a porta do quarto vejo ela virar o rosto, não entendo o seu movimento mas ignoro, eu chego a beirada de sua cama e vou para lhe dar um beijo, ela vira o rosto de novo.
- O que aconteceu?- pergunto.
- Eu que te pergunto, o que aconteceu?
- Nós sofremos um acidente.
- E o meu filho? Onde ele está?- ela pergunta preocupada.- Você já foi ver ele?
- Não, ele ainda nem acordou.
- Daniel vai ver ele, eu estou bem. Quero saber como ele está.

**Pricyla**

Quando eu acordo no hospital um médico me examina e me conta que meu filho está bem, um policial vem conversar comigo sobre o acidente, ele diz que Daniel falou que um carro bateu no nosso mas que isso era quase impossível, aquela estrada era quase deserta, mas porque Daniel jogaria o carro morro abaixo?
Queria ter certeza que Henrique estava bem e por isso mandei que Daniel fosse vê-lo, meu pai me trouxe um cartão que a recepção do hospital pediu para me entregar, assim que Daniel sai do quarto eu o pego do meu bolso para lê-lo, ele dizia:

Você levou a minha "galinha dos ovos de ouro" agora vou tirar tudo que você tem de mais valioso.
- A.

Acabo de ler e enfio o bilhete no bolso pensando em quem pode ter me mandado ele, meu pai entra de novo no quarto junto com o médico.
- De quem era o bilhete?- meu pai pergunta.
- Ninguém importante.

O médico assina a minha alta e a de Henrique também, nós entramos no carro e fomos para casa. Assim que chegamos meu pai diz que um amigo seu que é delegado está a frente das investigações do acidente, no outro dia de manhã depois que Daniel sai para um ensaio eu levo Henrique para a creche e volto para casa, assim que passo pela portaria o porteiro me entrega um envelope com meu nome, subo para meu apartamento e vou para o escritório trabalhar, no fim da tarde Daniel chega em casa com Henrique, ele vem até o escritório e vê o envelope em cima da minha mesa.
- Que envelope é esse?- ele pergunta.
- Não sei, ainda não abri.
- Então abra!- ele diz.
Mais um cartão misterioso com ameaça.

Continua...

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