O pecado

Capítulo 1. Ninguem nunca me beijou assim

Assim que chego a garagem do prédio dou uma olhada no retrovisor para ver minhas condições, apresentável.
Meus longos cabelos cor de fogo presos com uma caneta, a única coisa que achei durante a viagem, olheiras enormes agora dominam meu rosto claro, roupa toda amarrota devido às onze horas de viagem. Desço do carro e pego apenas minha mala com o mais importante, amanhã Marciel me ajuda com o restante delas, tranco o carro e chamo o elevador, assim que ele se abre eu entro e aperto o número do meu andar, chego e vou direto para a porta, acho as chaves em minha bolsa e abro-a, me jogo no sofá deixando a mala de lado.
- Que cara em.- Alexia diz ao me ver entrando.
- Minha filha dirigir onze horas não é fácil.- digo. Acabo de me mudar para outra cidade devido a minha graduação em Administração, Alexia é minha amiga que divido apartamento, somos melhores amigas desde a época do colégio.
Vocês estão se perguntando: Quem é Marciel? Ele é meu namorado, eu sempre fui gamada nele, mas ele nunca me deu moral até que um dia eu me declarei para ele e desde então namoramos, sempre pensei que com o tempo ele me amaria também mas depois de dois anos de namoro eu já não tenho mais esperanças, sei que ele só esta comigo ainda pela fama de namorar a filha do grande George Antunes, meu pai é dono de uma multinacional com filiais em vários países.
- Vá tomar um banho, vou terminar o jantar.- ela diz. Quando saio do quarto vejo que Lucas já está aqui, ele é o namorado da Alexia.
Nos cumprimentamos e me sento à mesa com eles e jantamos, depois fomos para a sala assistir televisão.
- Porque você não veio de avião?- o Lucas pergunta.
- Porque eu não queria ficar sem carro e vindo de avião meu carro só chegaria aqui em dez dias.- digo.

(...)

Na segunda de manhã todas as minhas malas já estavam no meu quarto, Marciel me ajudou a traze-las para cima ontem a noite, acordo de manhã e vou para a faculdade, bem no primeiro dia um dos professores já passou um trabalho de desenvolvimento em grupo, eu peguei dupla com uma garota bem simpática chamada Alice, que por acaso mora no apartamento ao lado do meu, ela está aqui em casa para fazermos este trabalho, vamos para o meu quarto e nos sentamos na mesa no canto do quarto. Passamos a tarde toda fazendo este trabalho, no início da noite ela se despediu e foi para a casa dela.
Tomo um banho e coloco uma roupa confortável, chego na sala e vejo a Alexia saindo com o Lucas.
- Iam sair sem me avisar casal?- pergunto sorrindo.
- Só vamos comer um lanche, voltamos logo.- ela diz.
- Tchau!
Me sento no sofá e pego o celular, mando uma mensagem para o meu namorado chamando ele para passar a noite comigo, como sempre, Marciel me da um fora e diz que esta cansado, deito no sofá e fico assistindo televisão. Estava arrumando meus livros na estante do meu quarto quando tocam a campainha, vou até a porta e assim que a abro quase desmaio.
Como pode tanta beleza em um homem só?
Eu estava parada na porta mas a minha imaginação já estava no quarto, em cima da cama, com ele em cima de mim, beijando meu pescoço, mordendo minha orelha e sussurrando meu nome e beijando a minha boca.
Pricy volta, você namora o Marciel. O traidor da relação é ele não você. Meu subconsciente dizia.
- Posso entrar?- ele pergunta.
- Com tanto que você não seja um ladrão ou um estuprador...- digo.
- Não sou nada disso.- dou passagem para ele.
- Quem é você então?
- Eu sou Daniel, namorado da Alice.
- E o que você quer comigo?
- Ela pediu para mim buscar o caderno dela que ela esqueceu aqui.
- Acho que ficou no meu quarto, vamos lá pegar.- digo, ele me segue até o quarto e pego o caderno que ele veio buscar, eu ia entregar o caderno a ele mas o mesmo cai no chão. Sabe quando você vê tudo em câmera lenta?
Eu me abaixei juntos com ele, eu peguei o caderno e ele segurou minha mão, eu olho nos olhos dele e ele nos meus, nós subimos juntos, nossos rostos estavam muito, muito próximos.
Vamos Pricy, um paço para trás, só um!
Nossos rostos se colam ainda mais, fecho os olhos.
Não feche os olhos, ele vai te beijar.
E foi isso que aconteceu, sinto seus lábios tocarem os meus, um beijo suave e lento, a língua dele pede passagem e eu dou, ele joga o caderno de volta no chão e coloca as duas mãos na minha cintura, já as minhas vão automaticamente para os seus cabelos, puxando ele mais para mim e intensificando o nosso beijo, o mesmo vai ficando mais quente, ele me beija ferozmente, ele morde meus lábios parando o beijo, e se afastando de mim, ele me olha confuso.
- Me desculpe, eu nem te conheço direito, você pode ser comprometida. Eu sou comprometido. Me desculpe.- Ele pega o caderno de volta do chão e tudo que eu consigo fazer é ficar parada com os dedos nos lábios e pensando.
Ninguém nunca me beijou assim, nem mesmo meu namorado.
Ele sai do quarto e vai para a porta, corro na frente dele e paro contra a porta, ele me olha confuso.
- O que foi?- ele pergunta.
- Só estou tentando entender o que aconteceu.- digo.
- Eu te beijei, pronto agora me deixe sair.
- Não. Eu correspondi ao beijo.
- Nós não devíamos ter feito isso, eu sou comprometido.
- Eu também sou, e nem mesmo o meu namorado me deu um beijo assim.
- Mas você ama ele, isto é traição.
- Eu amo ele, mas ele vive me traindo e eu sei. Não vale a pena te explicar, mas só entenda, este beijo não foi um crime.
Sinto alguém empurrar a porta, saio dali e a Alexia entra com o Lucas, ela olha para a minha cara e diz:
- Estou atrapalhando alguma coisa?
Eu não sabia o que responder, até que...

Continua...

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