Capítulo 13. Pai desconhecido

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As oito da manhã eu já estou de pé, em um domingo. Passo a manhã toda com o celular na mão, esperando alguma notícia de Daniel, nenhuma mensagem nem ligação, por volta do meio dia o som da campainha soa pelo apartamento, me tirando dos meus pensamentos, corro para a porta pensando ser Daniel mas me arrependo assim que vejo Marciel parado do lado de fora.
- Acho que você tem algo para me contar.- ele diz passando por mim.
- Oi Marciel, estou ótima e você?- digo irônica.
- Vamos direto ao assunto?
- Como você ficou sabendo?- pergunto me sentando no balcão da cozinha.
- Você é filha de um dos homens mais importantes do Brasil, está em todos os jornais.
- Eu ia te ligar hoje. Estava criando coragem para conversarmos.
- Você vai dizer que o filho é meu?
- O filho é seu.
- Como você me prova isso? Você pode muito bem ter transado com aquele Daniel e agora querer que eu assuma essa criança.
- Eu não fiz nada com Daniel enquanto estávamos juntos, ao contrário de você que estava comendo aquela puta da Alicem
- Pelo menos ela soube me dar prazer.
- Você veio até aqui para insinuar que eu te traí ou para me apoiar? Se foi pela primeira opção você já pode ir emboram- digo me levantando.
- Só assumo essa criança depois de um exame de DNA.- ele diz antes de sair pela porta.
Bato a porta com tudo e vou para o quarto, me jogo na cama chorando, neste momento tudo passa pela minha cabeça, ser mãe solteira, o preconceito que a sociedade tem com isso, as muitas histórias de mulheres discriminadas e agredidas por serem mães solteiras, a possibilidade de um aborto, e ainda tem o Daniel que não me da notícias. Alexia aparece na porta do meu quarto, acende a luz e me olha.
- Que frio neste quarto Pricyla, desliga este ar condicionado... Você está bem?- ela pergunta me vendo de baixo da coberta.
- Sim.
- Daniel está aqui.- ela diz e Daniel entra no quarto, ela sai logo em seguida fechando a porta. Ele chega até a beirada da cama e senta na mesma.
- Aconteceu alguma coisa?- ele pergunta
- Não.
- Por que você está assim?- vejo ele tirar seu tênis e se deitar ao meu lado em baixo da coberta.
- Esta tudo bem.
- Se não aconteceu nada, por que você está triste? E essa cara de choro?
- Me diz como você me conhece tão bem?
- Isso é o amor.- ele diz sorrindo.- Agora me diz o que está acontecendo.
- Marciel veio aqui.- digo me sentando de frente para ele na cama.
- Vocês brigaram de novo?
- Sim, ele veio insinuar que eu traí ele com você, disse que esse filho não é dele, que para ele assumir eu tenho que fazer um exame de DNA.- digo de cabeça baixa.
- E você ficou triste por causa disso?
- Sim eu não quero que na certidão de nascimento do meu filho apareça pai desconhecido.
- Não vou deixar isso acontecer, eu vou assumir essa criança.- ele diz me olhando e me beija.
- Você não precisa fazer isso, não foi você quem fez ela.
- Não vou deixar ela crescer sem pai, ou então com um pai como aquele.
- Só não quero que pense que eu estou te forçando a alguma coisa.
- Você não está me forçando a nada.- ele diz deitando na cama e me puxando junto, ele me agarra e me coloca em cima do seu corpo.
- Eu te amo e faço de tudo para te ver feliz.- ele diz entre os beijos.
- Eu também te amo, muito.

(...)

Na faculdade todos me olham e viram o rosto ou cochicham alguma coisa com os outros, outros riem na minha cara, mas nada disso vai me deixar para baixo, se for preciso eu vou criar esta criança sozinha.
E os dias foram passando, Daniel me apoiando em tudo, Marciel sempre está no apartamento de Alice, meu irmão ligou para falar comigo e super me apoiou, Alexia vive me enchendo o saco como sempre, e eu já estou conformada com a minha situação.

Continua...

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