Dia 1- o recomeço

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Vou dizer uma coisa, minha vida mudou muito desde a morte de Rafa, mas desde então tento ser mais forte do que nunca. Aquele maldito tumor... aquela maldita doença. Queria que aquela notícia não fosse real e que estivesse tudo bem. Faz dois anos desde que não encosto nesse diário, dois anos de puro drama adolescente. Andei lendo esse diário de volta e fui me lembrando dos momentos em que eu podia acreditar que via a Rafa, que eu podia ouvi-la e senti-la. Mas eu superei essa fase e eu nunca mais a vi por perto. Talvez tenha sido realmente porque eu parei de procurá-la. Sobre os "crushs", eu sinceramente não ligo mais tanto pra isso. Eles eram a maior parte da minha vida, mas eu não sinto mais essa necessidade de amar alguém só para ser alguém. Sim, eu gostava daquele garoto apenas por um status, apenas por beleza, apenas por... sei lá o que eu tinha na cabeça. Por mais que eu seja cabeça dura e diga que não me "encantei" por alguém agora, isso é mentira. Existe um garoto na sala A (no caso a minha é a C) que me faz ter certos turbilhões. Sempre que eu converso com ele, vejo mais do que beleza exterior, vejo uma coisa que poucos tem hoje em dia, beleza interior. Implicam tanto pelo fato de ser tímido e andar comigo, mas eu já disse que ele não precisa ligar para coisas assim, pois um dia, algo bom ia acontecer e ele poderia usar aquilo como motivo de inveja. O que mais me chama a atenção nele fisicamente? Bom... seus olhos profundos castanhos escuro, seus cabelos curtos e meio jogados ao lado, seu sorriso bobo e pequeno, suas bochechas rosadas que contrastam com sua pele pálida e seu nariz levemente arrebitado (sim, eu reparo nessas coisas, não me julgue kkkkk). Eu não sei como ainda não levei um "sai pra lá" dele ainda, pois eu sei que ele gosta da Larissa e eu ainda sim fico fazendo umas brincadeiras meio idiotas e... enfim, não vou entrar em detalhes se não vou ficar meio estranha aqui falando sobre ele.

Sabe, muita coisa mudou desde o ano em que eu escrevia nesse diário. Eu ainda era amiga da Mari e do Rodrigo, que por sinal quase não falam mais comigo. As provas mais fáceis e a rotina mais divertida. Era tecnicamente popular e mais bem resolvida com as pessoas que estão na mesma sala de aula (que eu propositalmente não os chamo de colegas), estava tudo mais... fácil(?). Naquele mesmo ano (2015), tinha arranjado a maior confusão numa festa que havia ido, briguei por mensagem com uma de minhas amigas e hoje em dia ela me ignora por completo, mas essa história eu deixo para escrevê-la depois, com mais calma e num momento em que eu não esteja tão voada... As vezes fazemos coisas que futuramente nos arrependemos, como por exemplo, brigar com sua melhor amiga dois dias antes de sua morte e quando você pede desculpas ela se vai na sua frente, perder um amigo por pura irresponsabilidade e imaturidade, dar bola para quem te despreza e achar que eles algum dia virão correndo para meus pés e se desculparem por qualquer comentário ridículo que fizeram comigo e até mesmo confiar em pessoas que se dizem ser boas e legais, porém no fundo elas só querem te usar como se fosse um brinquedo qualquer. Com certeza 2016 e 2015 foram anos bem ruins para mim. Bom, são exatamente 2:07 da manhã, amanhã eu tenho escola e não pretendo chegar atrasada e perder as aulas de matemática, afinal, eu não sirvo nem um pouco pra isso.

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