Sexta-feira
Ah, hoje, o grande dia. Davi marcou de sair comigo e não parei de pensar nisso desde que saí de casa pra ir à escola. Tentei segurar a bola e assistir as aulas com bastante atenção, mas não conseguia pensar em nada além dele. Guilherme teve a ideia "genial" de ir escondido pra ver se tudo corria bem, mas eu claramente recusei seu desejo de fofocar minha vida com Davi. Olhava para o relógio ansiosamente, implorando pra que tocasse aquele último sinal do dia, apenas para ir para casa e já ir pensando no fim do dia. Fazia tudo, batucava com a caneta, sacudia as pernas, batia os pés, estalava os dedos, mordia o lápis e todos os efeitos que uma ansiedade pode causar. Minhas amigas olhavam para mim confusas por estar tão agitada no segundo tempo de aula, coisa que não era meu normal e tive que fazer um sinal de que mais tarde eu explicaria a elas.
No recreio, me sentei junto ao meu grupo e contei toda minha situação de nervosismo e animação ao mesmo tempo. Mia tinha dito que estudou a infância toda com Davi e o conhecia de ponta a ponta. Sabia o quanto ele sofreu quando criança e tinha conhecimento do quão inseguro se tornou depois de todas aquelas zoações. Disse que era bem quieto e parado com os outros, mas não pude deixar de comentar a ela que ele era diferente comigo, era uma criança confiante, corajoso, falante, animado e bem orgulhoso e exibido. Ficamos em silêncio por uns segundos e entramos em outro assunto, pois ambas estávamos bem confusas.
Passado o recreio, não pude notar que meu coração aos pouco acelerava conforme a hora da saída se aproximava. Pretendia ir falar com ele após o fim das aulas para confirmar tudo. Ainda tinha mais um tempo de física e outro de álgebra. Não aguentava mais aquelas contas e fórmulas em minha frente, mas tive que ser forte e parar de pensar em tudo para prestar a atenção nas matérias e ir bem na prova.
Após muito tempo de matemática, finalmente o tão esperado sinal. Pus meu casaco, pendurei a mochila em um ombro e me encaminhei até o portão da saída, onde ele sempre esperava pela carona. Passavam-se milhares de pensamentos em minha cabeça, apenas para agir naturalmente, como eu sempre fiz. Quando o vi, senti tudo gelar e tremer a base por completo. Parei logo em sua frente com um sorriso frouxo e mandei aquele:
- Tá confirmado? - disse ajeitando a mecha de cabelo que cobria minha visão
-E por que não estaria? - disse cruzando os braços arqueando levemente uma das sobrancelhas dando um sorriso fraco, como quem estivesse impondo algo
- Ah, vai que surge um imprevisto? Não sou vidente para saber disso! - ponho as mãos na cintura rindo fazendo uma careta indignada
- Então tá bom, está mais do que confirmado – disse descruzando os braços e recostando na parede
- O que pretendemos fazer hoje?
- Já falei que é surpresa
- Ah, pare de ser tão chato - bufo
- Eu sei que no final você vai gostar
- Assim espero
Quando vejo, sinto suas mãos calorosas cobrindo minha cintura num abraço de despedida. Não tive muito tempo de reação, só sei que assim que olho novamente, já estava me encaminhando para casa. Me pergunto até agora onde estava com a cabeça para nem se quer ter sentido nada disso acontecer.
Chegando em casa, fui direto para meu quarto e tentei descansar o máximo possível apenas para poder estar inteira até a hora de sair. Acordei e olhei para o relógio, quase na hora de ir encontrá-lo! Corri para o banheiro, tomei um banho e vesti uma roupa que gostava muito:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Lados de Luna
Teen FictionLuana é uma garota de 17 anos que está no auge de sua vida escola: o ensino médio. Época que ocorrem as melhores festas, boatos, barracos, fofocas e muito mais. Através de um diário dado por sua amiga, Rafa, contará cada momento de sua vida, trazend...