Memories of Love || Shawn Mendes [book 2]

Capítulo 14

Me viro rapidamente em busca da televisão. Lá estava ele, Shawn. Seus olhos fechados e as mãos apoiadas no suporte para o microfone.

Ele estava tão lindo! Como sempre, suas roupas neutras faziam com que não prestasse tanta atenção em seu corpo, mas em tudo o que estava cantando.

Sinto o olhar de Dustin me queimar, mas simplesmente não consigo desfocar meus olhos da tela. Shawn canta uma música que se chama Treat You Better e ele sorri, algumas vezes.

O garçom chega com nossos pedidos e sequer o encaro. Eu estou completamente ridícula, como uma fã obcecada pelo ídolo.

Quando a música termina, eu suspiro e me viro para a mesa, encarando Dustin. Suas bochechas estão vermelhas e ele come as batatas com rapidez. Penso em falar algo mas só pioraria a situação.

"Tem razão, Bonnie." Engulo uma garfada de panqueca. "É melhor pensarmos nisso de noivado depois. Quando você não for mais apaixonada pelo cara que te deixou sozinha no hospital."

O encaro, séria. Eu não acredito que acabei de ouvir todas essas palavras saindo de sua boca. Bebo um gole de minha água e sinto meus olhos arderem.

"Por que está agindo dessa forma?" Franzo a testa. "Por que está sendo um babaca?"

"Um babaca? Bonnie, a forma que você estava olhando para aquela televisão..." Ele nega com a cabeça. "Depois de um ano, e você ainda o olha da mesma forma." Ele suspira. "O que está fazendo comigo então? O que está fazendo comigo se é dele que você gosta?"

Eu não tinha resposta para isso. E não tinha capacidade para responder isso. As pessoas ao redor nos olham, e cada vez me sentido mais cansada por protagonizar momentos como esse.

Respiro fundo e me levanto. Afinal, se eu não gosto dele, o que estou fazendo aqui?

"É, Dustin, existem babacas em todos os lugares."

Não sinto raiva de Dustin, afinal, não acho que ele esteja totalmente errado. Talvez, nossa amizade não devesse passar de uma simples amizade e todo esse ano que se passou devesse ser apagado.

O que me deixa mais nervosa é lembrar que até alguns dias, eu estava exatamente como Dustin. Minha cabeça apenas tentava acreditar que Shawn havia me esquecido, me deixado para trás sem nenhuma compaixão. Mas, e se eu não tivesse voltado para Los Angeles? Ele sentiria minha falta e me procuraria?

As lágrimas descem pelos meus olhos, e as enxugo enquanto dou passos rápidos pelo píer. É, que ótima maneira de terminar um jantar romântico.

Sinto uma pressão em meu pulso e logo meus olhos se encontram com os de Dustin novamente. Ele está arrependido, vejo isso em seus olhos.

"Me desculpa, de verdade." Ele cruza os braços. Parece menor dessa forma. "Mas... mas, as coisas estão tão estranhas, recentemente." Ele desvia o olhar do meu. "É como se você estivesse me deixando, aos poucos. E, bom, não é isso que eu quero." Ele volta a me olhar e um suspiro escapa de sua boca. "Eu te amo. E não quero que termine assim. Não quero que termine."

"Dus, não dá mais." Respiro fundo. "Não dá mais e você sabe disso." Seus olhos se enchem de lágrimas. "Foi bom enquanto durou, mas, nem nos comportamos como um casal. Quantas vezes me beijou desde que chegou? Quantas vezes agimos como casal em todo esse tempo? Por quanto tempo pensamos que daria certo?"

"Então, por que ficamos juntos durante todo esse tempo?" Ele me encara. "Por que continuou comigo se achava que não daria em nada? Por que me fez acreditar em um amor que não existia?"

"Por que eu queria recomeçar." Algumas pessoas ao redor prestam atenção. "Eu queria tirá-lo da minha cabeça e você me deu essa oportunidade. Você não tinha nada a me esconder, nada para me magoar. Você me deu a salvação dentro dos dias em que eu só queria entender porque o cara que eu amava me deixou sem nem uma despedida." Falo rapidamente. "Eu queria algo novo, e você me deu algo novo. Mas não algo tão bom que me fizesse esquecer as coisas antigas."

E, enfim, eu havia tirado toda a pressão dentro de mim. Agora, eu não sentia que deveria proteger Dustin de todo o mal, não sentia que deveria ser a melhor para ele. Não sentia que minha vida estaria arruinada, por anos.

Eu quis acreditar. Eu tentei acreditar. Talvez, ele poderia ter sido o certo. Afinal, ninguém aparece em nossas vidas à toa. Tudo entre nós era intrigante, desde o primeiro dia até o último.

Talvez, o erro tenha sido meu. Talvez, eu não seja a certa para ninguém. Talvez, eu seja a certa apenas para mim.

Dustin respira rapidamente, como se estivesse tentando processar tudo que acabei de dizer. Entendo o quanto pode ser duro, já passei por cosias assim e, sinceramente, não desejo esse sentimento a ninguém.

Também queria me desculpar, aliás, eu também havia errado. Por que eu havia ficado tanto tempo me enganando, o enganando? Por que tentamos, a todo custo, construir algo que desmoronará? Por que mantive isso até o final, sabendo que quando mais alto o prédio, mais estrago proporcionará?

E, novamente, eu caio em lágrimas. Dustin continuava sem dizer uma palavra, não demonstrava mais nenhuma dor ou sentimento, apenas me encarava. Me encarava como se nenhuma das minhas lágrimas fizessem diferença, como se todas fossem falsas.

"Eu... Eu preciso ir embora." Ele diz. "Hm, Bonnie, espero que seja feliz com ele."

Eu esperava por isso. Desde o momento em que ele olhou nos meus olhos, eu sabia. É sempre a mesma coisa. "Espero que seja feliz." ou "Desejo que seja feliz." Você está feliz? Qual é!? Você acabou de terminar com a pessoa que jurava amor eterno e espera que ela seja feliz sem você? Mas eu entendo o que quis dizer, Dustin. Eu entendi que você sabia que eu não estava feliz, não tanto quanto você. E agora, bom, agora eu sei que pensa que estou feliz enquanto você está triste, mas não. Eu estou mal, e ainda pior porque sei que quebrei seu coração, o coração que eu nunca havia visto quebrado antes.

E eu sabia que, novos amores não juntariam os cacos do meu coração, nem do seu, Dustin. Mas o verdadeiro amor o juntaria, o faria novo e cheio de vida, novamente. Não sei onde encontrará alguém tão poderoso para fazê-lo radiante novamente, mas eu sei onde encontrar.

Escrevi esse cap tem 100 anos e to só a bad de quando escrevi isso, socorro