Observação: Essa é a estória completa. Pode ser lida pelos capítulos que foram postados em partes em 13/05/14. Boa leitura!
Preâmbulo
“Abra os olhos.”
Clarão!
Faíscas... Chamas... no eixo da roleta. O fogo engolia o centro, sugava o ar que uivava devorado pelo fogo. Era azul... não era bom.
A roda moveu. Ia começar.
A roleta girava oscilando, indo e recuando.
O fogo tateava fora do centro, procurando... Encontrou! Tomou um raio. Mostrou um número.
“Sabe onde está.”
O raio partiu e a roleta girou rápido, mais rápido, muito rápido! Toda uma vida passando diante dos olhos. Perdeu velocidade... estava acabando... parecia... e parou.
“Sabe o que aconteceu.”
Veio a ficha...
“Uli Furya, por meio desta, será enviado para 23º32’52”S46º38’09”O/600,05405 para proceder à observação do corpo delituoso que lhe foi apresentado e responder às seguintes perguntas:
“Há vida?
“Se afirmativo, qual sinal?
“Viu as lesões?
“As lesões são incuráveis, incapacitantes ou deformaram permanentemente?
“Se afirmativo, qual a natureza do agente de parceria?
“Viu meio fornecido para interação, acolhimento?
“Se afirmativo, vê a manutenção do mal insidioso, cruel?(Resposta com prova, apenas)”
Vamos lá.
1 - Qualificação
Na sala de necrópsias... dois cadáveres em mesa, ambos nus e de punhos e tornozelos já desamarrados, aguardavam a presença do legista do plantão que estava ocupado em outro lugar, não exatamente no perímetro da Instituição de Medicina Legal, mas como de praxe, a caminho, foi o que Gxxx pensou sem dizer nada, ele também constava na folha de pagamento como médico legista da instituição, só que ele não faria a perícia, não estava na escala do dia, estava lá porque era dia de visita dos alunos da faculdade de medicina e estava feliz por, mais uma vez, ter sido designado para arrastá-los pelos corredores, enquanto tampavam o nariz. Ele mesmo apenas perambulava como um espectro pelas instalações do lugar, não tinha muito mais o que mostrar do lugar. Não faria nada além disso nesse dia... talvez incitar alguma discussão acalorada a respeito da ciência criminal... era vantajoso mostrar-se interessado em seu aprendizado, eles poderiam comentar e ele conseguir um cargo na escola ou, ao menos, uma bonificação.
Gxxx matava o tempo iludindo-se que estava ensinando os alunos, enquanto aguardavam nos corredores do necrotério na área das geladeiras, com a entrada da sala de necrópsias logo mais à frente. Ele puxava as gavetas, mostrando as geladeiras para conservação dos cadáveres, apontava o depósito para o material coletado para despacho ao laboratório do Centro de Criminalística.
Os alunos não mostravam muito interesse no assunto e nem no lugar, mantinham-se um pouco afastados pelo odor que saía dos compartimentos onde eram engavetados os corpos. Ele sabia que não viam motivo para estarem num local de exame pericial, afinal, eram girinos de médicos, queriam tratar e salvar. Apenas um mostrava algum interesse, até demais talvez, porque dizia que estava propenso a seguir essa especialidade dentro do mundo médico. Seu maior entusiasmo, e dizia sem pudores, era que não precisava da especialização para o ingresso, ele não seria um escravo, dando suas horas de trabalho e seu intelecto de graça para algum hospital, algum instituto, só precisava prestar e ser aprovado no concurso público, assim dizia e Gxxx não o desmentia, não disfarçava.
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Exame de corpo delituoso: Expurgo
TerrorO acúmulo de pequenos males de um homem girou a Roda despertando Olhos para examiná-lo durante a prova a que será submetido. Um servidor, olhos da justiça, está sendo observado. Sua culpa será grande o suficiente para mantê-lo vivo?