Sanduíches e cervejas

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[oi]

***

-Por meu pai! – exclamou o anjo num sussurro- Quando foi que ele ficou tão molenga?

-Bom... –respondeu Sam, guiando-o para a cozinha e deixando o casal adormecido na sala- Começou faz um tempo. Mais ou menos seis meses depois que eles começaram a namorar.

Os dois entraram no cômodo, Gabriel sentando-se a mesa enquanto Sam ia até a geladeira.

-Saímos pra uma caçada que acabou dando errado no Missouri, e Cas quase foi pego por um dos lobisomens. –continuou ele- Vendo-o quase morrer, Dean entrou em pânico. Me fez pegar um ônibus de volta pra cá e quando cheguei, os dois haviam mudado da água pro vinho. Então como pode concluir, as decisões dos dois são tomadas a partir de situações de morte próxima.

O caçador verteu água em dois copos, rumando para a mesa e sentando-se em frente ao arcanjo.

-Castiel no dia seguinte informou-me que os dois estariam demonstrando mais afeto, e pediu que se eu me sentisse desconfortável, deveria pedir para que parassem. –disse ele balançando a cabeça- Imagine o quão estranho foi pra mim ver meu irmão dizer 'eu te amo' diversas vezes depois de quase quatro décadas de auto restrição.

-Uau. –um sorriso quase orgulhoso se implantou no rosto do arcanjo- Deano, Deano... Pegou meu irmão de jeito.

-Na verdade acho que foi o oposto. –comentou Sam- Nunca vi Dean desse jeito por ninguém antes.

-É legal, sabe? –os olhos de Gabriel se iluminaram- Castiel merece o que a humanidade tem a oferecer de felicidade. E por mais que eu odeie admitir, Dean parece ser essa "felicidade" pra ele.

-Te garanto que eles fazem um ao outro feliz... –Sam compartilhou da mesma iluminação, os olhares se encontrando com ternura.

Após longos segundos, Sam limpou a garganta, quebrando o contato dos olhos.

-Como acha que eles vão reagir? –perguntou, indo mais uma vez até a geladeira.

-Se eu não levar nenhum tiro acho que saio ganhando. –a ironia se instalou mais uma vez no tom de voz de Gabriel.

Com uma risada, Sam começou a preparar alguns sanduiches para o jantar, enquanto o anjo ficou a mexer hiperativamente por todos os armários, gavetas e caixas da cozinha.

-Gabriel? –uma voz um tanto sonolenta soou da porta, fazendo Sam deixar o preparo dos sanduiches de lado e o arcanjo derrubar uma caixa no chão com um estalido metálico.

-Castiel... meu irmãozinho. –brincou ele, levantando-se e andando apressadamente até a porta, envolvendo o anjo atônito num abraço incrivelmente apertado.

-O que...? –tentou Castiel, sentindo um misto de emoções gigantesco em seu peito- Como...? Então você não...?

-Não, irmão. –respondeu Gabriel, desfazendo o abraço para segurar os ombros de Castiel com firmeza- Estou vivíssimo.

-Mas... Mas como? –a expressão de Castiel era de pura confusão, ainda mais do que o normal.

-Bom, eu morri. –começou Gabriel, voltando para a mesa e sentando-se sobre ela. Os braços dançando melodramaticamente conforme explicava- Quer dizer, Luci me matou. Mas um ano depois, simplesmente apareci na terra, com todas as minhas memórias intactas e esse corpinho reconstruído do zero... Mojo à 100% e tudo que vem no pacote.

-Nosso melhor palpite é que Chuck... Deus, o reconstruiu. –Sam intrometeu-se, voltando a preparar o jantar- Assim como fez com você algumas vezes.

Building Up • DestielWhere stories live. Discover now