Para onde estamos indo mesmo? - perguntou Júlia do banco traseiro.
- Oeste, aqui diz para seguir Órion - disse entretida com o mapa.
- Aí diz o quanto devemos seguir Órion? - perguntou Luana, como sempre, irônica.
- Sim, nos aproximar de onde fica a Mintaka.
- Min o que? - Júlia parecia ainda mais perdida.
- Mintaka, é uma das três marias, vem do grego que significa Cinto e que eu me lembre é 10 mil vezes mais brilhante que o nosso Sol e tem uma temperatura de superfície realmente escaldante chega a 60 mil graus Celsius. - falei em tom robótico lembrando a maneira como meu pai me obrigava a dizer nos nossos poucos momentos de "diversão" em família.
Bella entortou o nariz.
- Mas isso não nos da o local exato.
- Não mas esses números dão. - eu olhei para o papel bolheado do bilhete, pareciam números, mas não tinha certeza.
Números? - Júlia pareceu interessada.
- Sim. Pega o pó de gravite e o pincel. - disse apontando para um kit pericial atrás da Júlia.
Passei o grafite na folha e voìla, eram realmente números, como não tinha notado antes?
- Então? - Bella fez sinal com as mãos para que eu compartilhasse a informação.
- Sim, são coordenadas. - eu falei enquanto pegava o GPS do carro de Bella que eu conhecia muito melhor que ela que sempre achava que sabia o caminho, mas acabava em silêncio quando eu perguntava se ela sabia para onde estávamos indo e acabava deixando eu mexer no GPS e nos tirar dos buracos que ela caía.
- Nossa! Parece muito incrível tudo isso.
- Por que mesmo não chamamos reforço? - perguntou Júlia olhando vagamente para estrada.
- Sei lá, talvez porque chegamos a esta pista ilegalmente, roubando evidências de uma igreja na qual ninguém sabe que estivemos, o que nos levou eventualmente a desenterrar caixões caseiros fabricados para animais de estimação que ao invés de ter restos de um animal tinha um diário dizendo como desencriptar uma caixa desenhada com constelações que mais tarde mostrou ser uma forma de comunicação de uma sociedade secreta antiga que matam pessoas na esperança de viverem eternamente? - Bella disse em uma espécie de pergunta.
- Ou seja, ninguém acreditaria em nenhuma palavra. - resmungou Luana.
Júlia se empertigou.
- Eu ainda acho Loucura .
- Pouco tempo atrás vocês queriam que eu fugisse da cidade sem olhar para trás por que desconfiavam de mim, não acho que sejam boas julgadoras de situação.
Todas se entreolharam o suficiente para eu notar que havia algo que não estavam me contando.
-O que exatamente vocês não estão me contando? - dei voz aos meus pensamentos.Todas se entreolharam novamente em conversa com os olhares e meu humor estava passando de rosa para vermelho escarlate.
- Estavámos te protegendo. - Bella disse rapidamente.
Eu notei a ambiguidade na resposta, mas não tinha certeza.
Me protegendo de que? - joguei a isca.
- Quem na verdade. - disse Luana que logo levou uma repreendida com o olhar de Bella.
- Você. - Julia falou com tanta naturalidade que parecia que havia comentado sobre o tempo e todas arregalaram os olhos ao mesmo instante.
- Sutil. - sussurou Luana para si mesma
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Batalha de Rainhas
General Fiction[ CONCLUÍDA] E lá estava ela, sem saber que sangue tinha circulando em suas veias, nem tão pouco em quem confiar. Ja há um tempo não muito distante, quase no presente, ela acreditava saber o significado da palavra ficção, ato ou efeito de fingir, s...