- Espera um minuto, - começou Bella se ajeitando no sofá, - explica exatamente o que quer dizer?
Eu a encarei pensando duas vezes se soletrava ou não para ela. Achei melhor não, eu estava cansada e meu mau humor obviamente estava afetando meu raciocínio. Eu puxei uma grande quantidade de ar e a encarei dormente pelo excesso de ar nos pulmões. - O assassino só queria se gabar, analisa todos os casos, até agora. Ele deve ter feito uma assinatura de alguma forma.
Bella se apressou a agir, ao invés de continuar com a cara de pena que mal combinava com ela e se pôs ao telefone.
Eu levantei do sofá à procura de algo menos destruidor ergonômico para me recostar e achei o quarto que definitivamente era de Bella. Ao contrário do resto da casa, o quarto era completamente organizado, parecia dormitório do exército, lençol bege na cama com uma coberta dobrada simetricamente ao pé, camas de madeira, guarda-roupa simples e escuro. Era tudo sem vida, com cores mortas e sem nenhuma decoração aparente. Não me surpreende a Bella acordar tão mal humorada. Eu poderia continuar bisbilhotando o quarto dela, mas o cansaço me invadiu novamente e eu senti o meu corpo pender em direção à cama, me joguei a ela e fechei lentamente os olhos com o sono.
Eu senti a cama se mover levemente de um lado ao outro, tudo dizia para eu ficar tensa, mas esse movimento de ninar me acalmou e tudo que eu queria era que ele continuasse. Mas não foi o que aconteceu, a cama ficou com uma textura fina, como se eu tivesse deitada em plástico, depois afinou ainda mais como papel machê e se dissolveu em água. Foi quando percebi que estava afundando lentamente, estranho, jurava que sabia boiar. Água envolveu minha nuca e meus cabelos estavam molhados num segundo, eu tremi dos pés à cabeça com o toque gelado, meu rosto se preencheu por completo de água e eu me forcei a fechar os olhos e a boca para impedir de afogar. Um líquido parecido um pouco mais grosso que água preencheu meus pulmões e eu senti um esforço do meu esôfago tentando botá-lo para fora o que me fez engasgar e engoli ainda mais. Abri os olhos para ver que tipo de líquido pegajoso era e não consegui enxergar nada. Então, acordei pulando e tentando puxar o máximo de ar que conseguia. Ainda estava no quarto da Bella então me tranquilizei, eu senti uma enorme puxada no braço esquerdo, mas não conseguia ver o que estava puxando-o o que me fez sentir uma pontada na cabeça, levei minha mão à cabeça e senti meu cabelo gosmento, todo ensopado e quando voltei minha mão em direção aos olhos vi um líquido pegajoso e vermelho, quase preto. Sangue. Quando olhei em volta todo meu corpo estava manchado com o mesmo vermelho pegajoso. O puxão na mão esquerda persistiu e algo começou a criar forma de ante dos meus olhos. Era um corpo.
- Que merda é essa Lia, você estava dormindo de olho aberto?- disse a forma humano ainda transparente prestes a colorir.
Quando notei que tinha realmente acordado olhei apressadamente para o meu corpo e passei as mãos com urgência nos cabelos e nada, estava tudo seco. Sem sangue. Disse a mim mesmo um pouco contente e satisfeita.
- Você é louca? – disse a forma já visível. Bella.
- Eu acho que estou ficando. – disse com incerteza olhando para nada em específico.
Bella se ajeitou em uma posição ereta e analisou o quarto à procura de algo. – Precisamos sair.
- Por que, outro crime? – eu estava muito confusa com o rosto impassível de Bella e minha mente ainda não tinha alinhado todas as engrenagens, como se tivesse entre o mundo físico e o quântico ainda.
- Aconteceu Lia, por isso precisamos sair daqui. – Bella finalmente achou o que queria, era uma espécie de bolsa/sacola, ela abriu as gavetas e começou a puxar roupas aleatórias sem pensar.
- Estamos fugindo?
- Yeap. – respondeu Bella com um estalido de boca se fechando no final.
- Eu estava brincando Bella. – aquela agitação toda estava me perturbando. – Tem como você parar um minuto e me explicar o que está acontecendo?
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Batalha de Rainhas
Ficção Geral[ CONCLUÍDA] E lá estava ela, sem saber que sangue tinha circulando em suas veias, nem tão pouco em quem confiar. Ja há um tempo não muito distante, quase no presente, ela acreditava saber o significado da palavra ficção, ato ou efeito de fingir, s...