IRMÃOS CRAVING- POR JAQUELINE FREITAS

CAPITULO 5

Elizabeth

Dor, muita dor, na cabaça, no corpo. Como se estivesse com uma gripe daquelas. Já eram quatro da tarde e eu ainda estava na cama, meu corpo doía tanto, e tinha uma sede infernal, devo ter tomado uns 6 litros de água desde a hora que acordei impossível como ainda me sentia fraca e desidratada.

Talvez fosse castigo, por ter transado com Don na garagem, no mesmo dia em que o conheci, e no carro do irmão dele. Deve ter um limite para a loucura, e eu estava pagando o preço por me exceder.

Quando acordei, pensei que tivesse sido um sonho, um dos quentes, mas era mais aceitável do que a realidade. Mas não foi. Mercy me pegou no seu interrogatório, parecia que ela sabia de tudo, mas Don não disse nada. Queria saber os detalhes, era mesmo uma pervertida. Claro, não tanto quanto eu. Mas, ao que parece, Don foi pegar o seu irmão no clube, com cara de que ganhou na loteria, estava mais corado, e mais feliz, solto e divertido. O oposto do quanto ficou tenso o tempo todo no Over ontem.

Foi ai que soube, eu tinha mesmo dormido com Donatello, não dormido literalmente, foi o sexo mais necessário e alucinante, sem contar inapropriado, de toda minha vida. O pior, ou melhor, eu nem sei, é que eu queria mais. Somente uma coisa não se encaixava, porque Dymitre não saia da minha cabeça.

Seu sorriso era encantador e eu podia ouvir sua voz sussurrando no meu ouvido ate agora, “teremos nossa vez”, nossa, isso ficou na minha mente, e apesar de já ter ficado com Don, eu queria muito Dymi, também.

Mas talvez eu nunca mais os veja, os irmãos Craving eram bons demais para alguém como eu, tão comum. - mas isso não a impediu de devorar um deles ontem no carro , não é Elizabeth- meu subconsciente dizia , debochando.

-Quem sabe, talvez ele ligue, ou talvez não- estava tendo um monologo agora, ótimo, preciso de uma aspirina.

Mercy havia saído para comprar Don uts, mas com certeza ficou paquerando o carinha da padaria, e esqueceu que eu existo. Estava faminta também, -melhor me virar aqui ou vou morrer de fome se depender daquela maluca- falei para o nada, é hoje não é meu dia, estou doente e agora sou uma louca que fala sozinha o tempo todo.

A campainha tocou me levantei achando que Mercy havia esquecido as chaves, caminhava como uma velha com problemas na coluna, mas cheguei lá, e quando abri um garoto de 16, com espinhas demais no rosto, me entregou um buquê enorme de rosas, uma mescla de branco e vermelho,, assinei o recibo e ele se foi.

Ok, se isso não era um passo, eu não sabia o que era. Abri o cartão e as surpresas continuavam, nele dizia:

Cara senhorita Elizabeth, é com pesar não poder ter ido pessoalmente lhe entregar este mimo.

Mas minhas esperanças são que me perdoe.

Ontem tivemos um momento fascinante, um momento que gostaria de repetir em breve.

Nos próximos dias terei muito trabalho aqui na mansão, sua beleza inspirou-me e desejo que o vale todo vista Marfim.

Sentirei saudades até o próximo encontro.

Seu sempre adorador Donatello Craving

Obs.: espero que não se importe, mas Dymitre achou que também gostaria de vermelhas, uma mescla de almas, ele chamou.

Uma mescla de almas, perfeito. Nossa como eu sou sortuda.

De repente minha gripe e minha sede, até mesmo minha fome não importava, eu o veria, ou melhor, os veria de novo, mas junto á esperança surgiu um monte de duvidas, eu nem sabia quem eram, mas me senti como se sempre os tivesse por perto. O que isso significava? Aonde essa “coisa” que eu queria deles me levaria? Porque eu não podia tirar tanto Don quanto Dymi da cabeça? Eram tantas perguntas sem resposta no momento. Eu fui imprudente dormindo com Don, mas esta não era eu, ou era? E principalmente, o que eles queriam de mim? Porque os dois deixaram claro que querem algo, mas eles também são irmãos. Isso nunca funcionaria. Mas meu corpo não importava nem um pouquinho com o que meu cérebro dizia. E como a garota sensata que sempre fui meu corpo ia me dominar.