CAPITULO 11

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Acordei confusa e com dores nos lugares mais impróprios. Um corpo quente atraz do meu e a respiração pesada de alguém no pescoço . Aos poucos a sonolência foi se dissipando e dando lugar ás memórias da noite passada.

Inacreditavelmente tive a experiência sexual mais incrível da minha vida . Um Craving era maravilhoso, mas dois era uma bomba nuclear no coração de uma mulher.

Meu corpo satisfeito dizia –sim! – mas minha mente colocava várias barreiras de como tudo isso foi errado. Nada de bom sairia de um caso como este.

Me levantei devagar para não acordar Dymitre , só para perceber que estava presa entre os dois. Donatello dormia profundamente jogado em mais da metade da cama, era fofo de se olhar, seu corpo nu enrolado no lençol de cetim.

Pulei seu corpo e ele e mecheu no sono dos mortos.

Corri para o banheiro , nem daria tempo para um banho, meu corpo e suas necessidades teriam que esperar, me vesti rapidamente saindo meio nua porta afora , procurando no caminho o meu celular , tinha que ligar para Mercy, deve esta apavorada , coitada.

Corri para fora só para me lembrar que estava sem meu carro, afinal Dymitre me trouxe noite passada.

Caminhei pela rua em busca de um taxi , depois de vários quarteirões enfim apareceu um , subi rápido, dando meu endereço e ele seguiu para minha casa.

No caminho liguei para Mercy, que estava furiosa , já atendendo no primeiro toque co um “Alô” desesperado.

- Ai Mercy, desculpa não ter ligado antes.

-Mocinha, esta muito encrencada ouviu, quase me mata de susto, te liguei varias vezes e não me atendeu, já estava ligando pra policia.

-mil desculpas mesmo, é que a noite foi meio estranha, no mínimo.

-Não me venha com essa, onde você esta?

- Indo pra casa agora, assim que chegar conversamos, eu só preciso de um tempo, OK?

-Ai não, o que aconteceu amiga, não me deixa curiosa, sabe que eu detesto.

-Depois te conto Mercy, eu prometo. Tenho que desligar.

E com isso ela guardou o celular , e deixou Mercy bufando de tanta raiva, mais ela poderia esperar por enquanto. Não seria nada comparado a todo o alvoroço que aconteceu entre ela , Dymitre e Donatello no Vale noite passada.

Estava ferrada, e nos dois sentidos da palavra. Se tudo foi verdade, estava me tornando um tipo de vampiro, mas sem a parte que mata as pessoas, ao final , só poderia beber do sangue dos Craving, que tinha um sabor muito bom por sinal.Mas o que me deixou com mais medo foi como tudo entre nós parecia tão certo, e realmente muito bom. Mas como seria uma relação assim? Eu teria dois amantes? Dois maridos?

Era coisa a bessa para pensar e a viagem não era tão longa assim.

O taxi parou em frente ao prédio , paguei a corrida e deixei uma gorjeta generosa, nem me lembro o quanto. Tambem não me importava.

Ao abrir a porta do apartamento já me deparei com Mercy saindo da cozinha , vindo em minha direção com cara de investigadora, não agüentei e desabei em lagrimas, abraçando-a desesperadamente, como se estivesse afogando e ela fosse meu salva-vidas .

Tudo que queria agora era a atenção de minha amiga e um pote de sorvete de chocolate enorme para me afogar na depressão e acalmar o coração confuso.

Duas horas de choro, um pote de sorvete e muitos lenços de papel depois, ao desabar todo o ocorrido pra Mercy, bom nem tudo, o fato de sugar sangue nem de longe eu contaria. Mas me sentia bem.

No decorrer da conversa ela me olhava de chocada a admirada e suspirou muito quando contei do nosso encontro erótico.

Meu corpo doía e precisava de um banho urgente. Me levantei e ela nem se mexeu, mas me seguia com os olhos, eu estava quase que mancando, mas também , pudera. Fui até a cômoda e peguei meu pijama do piu piu, e fui direto para o banheiro.

Agora para terminar , uma hora na banheira seria ótimo. Não há lugar melhor para refletir do que no silencio de um bom banho de espumas.

Aqui no silencio tudo voltou com muita força, os beijos, as caricias, foi muito marcante , surreal. Me peguei suspirando.

-Meu Deus, estou totalmente apaixonada por dois homens.- falei para mim mesma e assim que proferi as palavras, com ela veio a conformidade. Sim , eu estava amando Dymitre e também seu irmão Donatello. Pólos opostos e cada um cobria uma parte de mim.

Don era charmoso e doce, me sentia bem com ele por perto, quase venerada.

Dymi era forte e decidido, mas também vi medo em seus olhos ontem, uma coisa boa e humana, mesmo sendo tão confiante como age. Ele me faz sentir segura .

Ambos pareciam gostar um pouco de mim tambem, mas o fato de precisarem de mim para sobreviver podia ser o combustível que os guiava . poderiam estar sendo influenciados pela vontade de viver.

Confessando, este seria meu maior medo, gostei muito de estar com ambos, não sei como ocorreria em longa data, mas , até poderíamos fazer dar certo, o problema é que estava muito insegura sobre eles e o porque de me quererem . Pelo menos de uma coisa tenho certeza, gostei muito de morder os dois, principalmente sabendo que começava na mesa de jantar e terminava na cama.

IRMÃOS CRAVING-  POR JAQUELINE FREITASOnde histórias criam vida. Descubra agora