CAPITULO 9

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  A viagem ate o Vale foi tranquila, Liza disse poucas palavras e  nestes instantes queria ter o poder de ler sua mente, o desejo de fazer tudo dar certo nunca foi tão grande quanto hoje e não me dou muito bem com toda essa ansiedade. Mas respeitei seu silencio, e até pode entender toda a confusão pela sua cabeça.

Quando chegamos usei o resto que  sobrou do cavalheirismo antigo em mim , abri a porta do carro e ela me deu apenas um , - Obrigado!- simples e seco, meu estomago embrulhou.

Donatello nos encontrou na porta e parecia tão ancioso quanto eu , um pequeno prazer correu em meu corpo, se esta incegurança fosse somente minha , me sentiria a aberração aqui, e não no sentido já tão obvio de ser um “sangue-suga”.

Ele nos cumprimentou com um quase suspiro .-Liza, como é bom vê-la novamente querida.

Mas ela deu apenas um , -Oi. –

-Vamos entrar então , -me olhou assutado e fez sinal de ‘o que houve’?

-Longa historia Don, depois Te conto , - disse aos cochichos.

- O jantar vai ser na sala principal, é mais confortável, Dymi acompanhe –a até La, por favor.

- Claro .

Seguimos ainda em silencio e por mim já basta daqui.

- Sei que esta com raiva de mim, pelo ocorrido com seu “amigo” no seu apartamento, mas vai ter que falar mais que monossilabas hoje e sabe disso , não é?

- Sim , eu sei- falou irônica- Então vamos começar logo com isso, me diga porque eu estou virando essa coisa primeiramente.

Território nada bom , nada mesmo.

- Vamos esperar até depois do jantar , vai ser melhor com Don aqui.

-Não quero mais esperar Dymitre, minha cabeça esta a mil e quero saber de tudo agora.

-Paciência Liza, sei que é difícil, mas para nós também esta sendo e é mais complicado do que imagina.

- como quiser, mas somente até o jantar , entendeu?

- Claro – eu disse e La respondeu com um

- Claro

O resto do tempo consistiu nisso, olhares mortíferos e apaixonados dela para mim, olhares desejosos de mim para ela , Donatello se sentou em uma ponta da mesa, eu me sentei na outra e Liza optou por um território neutro, bem no meio. Saboreou o jantar com saladas , sopa e carne de carneiro ao molho como prato prncipal, e só conversou uma vez para agradecer a comida maravilhosa, mas vários vezes se contorcia como se estivesse com dor e , tinha uma vaga lembrança do porque. Estava com sede, e muita.

De sobremesa Don preparou um suflê de morangos e calda de chocolate, seus lábios lambiam a colher a cada vez que levava um pedaço a boca e isso deixou meu pau duro imediatamente, Don não estava melhor que eu , mas ele já teve uma prova de seu sabor no carro, já eu ,senti o gosto delicioso de seu sangue na outra noite, mas ainda não havia provado seu corpo, e , neste momento pedia aos  céus para isso mudar ainda hoje.

Depois de satisfeita cruzou os braços e disse:

- O jantar terminou, agora fale.

-Não quer se sentar no sofá?

- Não, aqui esta bom, fale!

-Bem, a pergunta foi o porque esta se transformando, primeiro você não é um monstro e nem será e segundo , isso aconteceu por minha culpa.

Me olhou atônita, não esperava isso .

- Explique, por favor.- Seu rosto era uma mascara de duvida e pavor.

IRMÃOS CRAVING-  POR JAQUELINE FREITASOnde histórias criam vida. Descubra agora