Esse capítulo conter alguns gatilhos emocionais
Então se está passando por alguma situação não leia
********************************************************************************************************Alex era um jovem rapaz. Trabalhava como secretário de um renomado advogado da região, detestava o que fazia, seu grande sonho era se tornar um famoso escritor de histórias de super-heróis. Vivia uma vida pacata em uma cidade pacata, tinha poucos amigos e ainda morava com a mãe.
Em uma noite, voltando de metrô para casa, como fazia cinco vezes por semana, onze meses por ano, ele ouviu uma voz. Estava exausto, com o nó da gravata frouxo no pescoço, o colarinho desabotoado, a cabeça jogada para trás, o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos. De repente, antes mesmo de poder perceber a interrupção, a música que vinha ouvindo cessou sem explicações e, ao cabo de um breve silêncio, no lugar dela surgiu uma voz que ele não sabia nem como, nem de quem, nem de onde. Ergueu a cabeça, olhou para os lados, para os outros passageiros. Mas era só ele que a ouvia. Achou que era coisa de sua cabeça, por conta do excesso de bebidas alcoólicas que havia tomado após sair do trabalho, então deixou para lá, e colocou sua música para voltar a tocar.
No outro dia estava ocorrendo tudo bem, até que ele escutou aquela voz novamente. Dessa vez ele entendeu o que ela falava "me ajuda", e ele ficou pensando em como poderia ajudar e foi surpreendido pela voz lhe dando as instruções sobre o que fazer. Alex ficou assustado com o que estava fazendo, nunca tinha ouvido nenhum relato de alguém que se comunicava com outro ser através da mente. Ele logo tratou de perguntar quem era a voz, e ela respondeu "alguém que quer ajudar".
Ele viu aí a oportunidade perfeita para escrever seu livro. Começou a escrever sobre um super-herói que ouvia mentalmente os pedidos dos cidadãos, mas logo guardou esse rascunho em sua gaveta junto com os outros milhares que nunca havia acabado de escrever.
Os dias foram passando e a voz estava aparecendo cada vez mais, Alex até chegou a acreditar que estava ficando louco. Procurou vários especialistas, mas nenhum deles conseguiu identificar a causa.
Chegou um fatídico domingo chuvoso, onde Alex acordou e a voz já veio em sua cabeça, ele não aguentava mais, tinha que colocar um fim nisso. Então levantou, fez tudo normalmente e saiu de casa. Foi em direção ao prédio mais alto que conseguiria entrar. Subiu os vários lances de escada para chegar ao topo e quando chegou lá, simplesmente pulou com um sorriso no rosto. Finalmente estava livre daquela voz.
