Uma praça... Um banco... Vinte horas...

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Tudo começou em uma quarta-feira extremamente quente. Eram vinte horas quando resolvi ir até a praça. Me sentei em um dos bancos quando derrepente você se sentou do meu lado e me disse "oi". Duas letras e já foi o suficiente para me fazer perder o chão, o ar e tudo mais.
Naquela noite ficamos conversando durante várias horas, até que você teve que ir e me deu um beijo no rosto que fez cada fio do meu corpo se arrepiar.
Voltei para casa e fiquei pensando em cada traço seu, até que acebei por adormecer.
No outro dia acordei com um pensamento, eu não sabia o nome da mulher de longos cabelos pretos e olhos claros que conversara comigo comigo na noite passada, a mesma que havia invadido meus sonhos.
Novamente às vinte horas, voltei para a praça e me sentei no mesmo banco, a espera de te ver novamente. E depois de cinco minutos lá estava você, caminhando em minha direção, com um sorriso que ofuscava qualquer outra coisa.
Conversamos durante um bom tempo e você teve que ir embora, novamente no mesmo horário, vinte duas horas. E mais uma vez eu havia esquecido de perguntar seu nome. Era impressionante, quando estávamos juntos saber o nome se tornava um detalhe insignificante.
Essa mesma cena se reprtiu por mais duas semanas, até que em uma quinta-feira você não apareceu. Nem na sexta. Nem no sábado. Muito menos no domingo.
Na segunda-feira chuvosa ao ler o jornal eis que me vem uma notícia: "Mulher é encontrada morta em cima de sua própria cama". Começo a ler a notícia ignorando a foto que estava ao lado. Haviam assassinado a mulher em algum outro lugar e levado seu corpo até sua cama. Camila Souza... Esse era o nome da mulher, e ao olhar a foto eu não queria acreditar no que estava vendo. Imediatamente lágrimas começaram a sair dos meus olhos, manchando todo o jornal. Eu não podia acreditar, eu não queria acreditar. Camila Souza era você. Você era a mulher que havia sido assassinada à cinco dias.

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