Hard Times (ZAYLOR)

5. My Heart

Foi então que descobri finalmente que "F" era ninguém menos que Zac "F"arro e por um momento fiquei sem ação, não conseguia decidir se ia até ele tirar as devidas satisfações ou se saia correndo porta afora sem rumo.

Depois de alguns segundos parado e diversos olhares estranhos em minha direção, decidi. Passei rapidamente em meio as pessoas que estavam na festa conversando, dançando e bebendo até a porta de saída da casa e corri o mais rápido que pude. Não me despedi de Amy e não fiz questão de olhar para trás. Não vi se ele havia me seguido, mas de alguma forma queria que tivesse.

Desacelerei meus passos duas quadras de distância da festa, estava ofegante e com as mãos na cabeça comecei a me questionar sobre o que tinha acontecido naquela noite.

Como alguém que me conheceu em tão pouco tempo pôde fazer isso comigo? Como aquelas mensagens foram enviadas antes mesmo de nos tornarmos amigos e nos conhecermos melhor? Como alguém como Zac pôde se apaixonar por alguém como eu? Sentir minha falta? Eu nem ao menos possuía resposta para estas perguntas, só consegui pensar naquele momento, antes de saímos de casa, que o vi arrumado e o achei bonito. Estava eu me apaixonado por um garoto? Por Zac? Por mais que eu tentasse desviar estes pensamentos e questionamentos eu não conseguia parar de pensar nele. O jeito estranho que ele andava, como ele se vestia e como ficava me esperando pacientemente encostado na parede da universidade com a mochila caída em seus ombros.

Desabei de joelho na calçada, com as mãos ainda na cabeça. Fora uma dor suportável comparada a dor emocional que estava sentido. Me permiti chorar um pouco enquanto me arrastava no chão até o gramado de uma das casas daquela quadra. Fiquei ali por um tempo, chorando com os olhos fechados e a cabeça entre os joelhos.

Poucos minutos se passaram quando ouvi passos se aproximando pela calçada e depois passos sobre o gramado. Abri os olhos e vi o all star preto dele tocando o gramado, não pude deixar de olhar para cima para checar se ele realmente estava ali. Ele estava em pé, do meu lado. Abaixei novamente a cabeça entre os joelhos e os abracei fortemente. Ele sentou-se do meu lado sem dizer uma palavra sequer e me envolveu com seus braços. Tentei encontrar forças para me livrar do abraço, mas não conseguia.

- Está tudo bem – disse ele me acalmando e apertando ainda mais o abraço. O abraço dele era confortável e seus braços quentes. Comecei a relaxar meus braços e soltei meus joelhos.

Não falei nada, mesmo que quisesse perguntar para ele o porquê de ter feito isso comigo. Apenas fiquei ali por um momento, em meio ao seu abraço quando eu finalmente consegui soltar a pergunta que não queria calar.

- Por que eu? – perguntei em voz baixa.

- Taylor – começou a falar – não sei ao certo como responder seu questionamento, mas não fui eu quem escolhi me apaixonar por você, foi você quem fez isso acontecer. Foi naquele dia em que te vi sentado sob a macieira com Nichole, a culpa foi totalmente sua. Do seu sorriso, sua voz, sua risada e seu jeito. Eu precisava te conhecer, saber seu nome, seu curso, sua idade, onde vivia e tudo mais – ele me apertou um pouco mais e eu suspirei em meio ao abraço – foi então que me aproximei de Nichole – continuou – ela me passou seu número de celular, me contou sobre seu curso e até sobre as aulas que fazia. Por isso estamos juntos na turma de Ética – ele estava começando a ficar nervoso e a gaguejar um pouco – eu me matriculei na turma para ficar perto de você, para me aproximar de você e quando soube da notícia do termino por mais que eu tentasse pensar a situação terrível que você estava passando, não pude deixar de ficar, ao mesmo tempo, feliz. – suspirou – Quando você perdeu sua vó – pausou – eu queria cuidar de você, queria te proteger do mundo e de toda a tristeza pela qual você estava passando. Compartilhei minha estória para que você se sentisse um pouco melhor. Para que pudesse contar comigo para quaisquer fossem os assuntos. – Finalizou.