Hard Times (ZAYLOR)

4. Fast in My Car

Acordei às 7:13, tomei um banho rápido e me vesti. É sexta-feira o grande dia da descoberta, finalmente saberei quem é "F". Desci as escadas rapidamente e caminhei em direção a cozinha, minha mãe já estava sentada em uma das cadeiras bebericando uma xícara de café. Sentei na cadeira ao seu lado.

- Bom dia – disse enquanto enchia minha xícara.

- Bom dia, parece animado hoje – retrucou.

- Estou animado, aliás hoje é véspera de final de semana – mordi uma fatia de pão com geleia de morango.

- Já são 7:35 e está chovendo. Você deveria ir para a aula de ônibus hoje – sugeriu.

- Tudo bem – finalizei o pão e dei um último gole no café – estou indo. Te amo – a beijei no rosto e caminhei em direção a porta.

- Leve um guarda-chuva – disse – também te amo.

Peguei o guarda-chuva que estava pendurado atrás da porta e sai de casa.

Chovia levemente e desta vez não pude escapar dele: o ônibus, que estava evitando desde o término com Piper.

Logo que embarquei dei de cara com Piper e William que me fingiram me ignorar. Nichole também estava lá, em um banco duplo com um lugar vazio, caminhei até ela.

- Olá – me sentei do lado dela – como está? Melhorou do resfriado? – me ajeitei no banco.

- Bom dia – respondeu com voz de nariz congestionado – melhorando.

- Vai na festa hoje? – questionei.

- Sim, não perderia esta festa por nada – e assoou o nariz em um lenço listrado – nem mesmo neste estado. Você também vai? – indagou.

- Também irei, porém mais tarde. Tenho um trabalho para fazer com o Zac após a aula – murmurei.

- Tudo bem, o importante é que você compareça.

Estranhei o comentário, mas não disse nada.

Chegamos na universidade antes que Nichole terminasse de contar quão emocionante foi seu dia de resfriado em casa.

Avistei Zac quando descemos do ônibus. Não sei o motivo, mas desde que ele me contou a respeito de sua mãe sinto como se nossa amizade houvesse se tornado um tipo de elo muito forte, uma ligação.

Lá estava ele, lendo um livro sentado em um dos bancos em frente à universidade. Estava vestido com uma jaqueta jeans sobre uma camiseta bege, calças pretas e coturnos marrons. Estava começando a achar o estilo dele interessante.

Cochichei com Nichole o plano maligno que eu havia bolado em minha cabeça e o pusemos em prática em seguida. Nos aproximamos dele em silêncio com passos curtos, e pelas costas eu fechei o livro que ele estava lendo. Ele se assustou.

- Mas que droga, não se pode mais nem se ler um livro em paz nessa porcaria de universidade – disse ele em voz alta e irritado.

Meu coração meio que disparou quando ouvi ele falar daquele jeito, irritado. Quando ele se virou e deparou com nós dois, o humor dele mudou drasticamente. Não parecia mais irritado, parecia aliviado e feliz. Ficamos aliviados, e então rimos.

- Só para descontrair – falou Nichole enquanto riamos juntos – e só para constar que essa ideia não foi minha, é coisa dele – e apontou em minha direção.

- Você poderia ter me matado do coração – ele brincou com a mão sobre o lado esquerdo do peito, ainda rindo.

- Nós não deixaríamos você morrer – murmurei.