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•Kim On

Eu estava bêbado, mas lúcido o suficiente para lembrar do que aconteceu:

- Confesso que acho que tô me apaixonando...

Jungkook parou de rir e me encarou com cara de mongo. Jiwoo se ocupava brincando com meus cabelos curtos na parte da nuca e não ouvia nada no que eu - ou qualquer outra pessoa - dizia. Para minha surpresa, Hobi seca o resto de cerveja que havia​ em sua lata e Amy, agora séria, abre uma nova lata - a última - e a bebe quase toda de uma vez só. Espera... Isso significa que...

- Confesso que odeio me apaixonar ou estar apaixonada... - Amy fala mesmo que não fosse a vez dela.

- Confesso que o amor dói. - Hobi disparou em seguida fazendo uma careta engraçada e pondo a mão no peito.

Eu sei o que ele estava fazendo, como sempre, Hoseok tentava humorizar algo que não é engraçado, para sua situação não parecer tão ruim assim.
Era como se no mundo só existisse eu, Amy e Hope.

- Confesso que...

Antes, tenho que me explicar. Neste momento, o álcool presente na minha corrente sanguínea me fez falar besteiras....

- ...acho que estou me apaixonando por Amy.

Hoseok bebeu... Mas o jogo ainda valia? As bebidas acabaram, o maknae olhava atentamente para o chão, nem mesmo piscava, e mesmo que seja comum ele fazer isso ainda me assusta. Minha irmã apoiou sua cabeça em minha coxa e deitou-se sobre a grama, deformando nossa ex-roda.
Depois da estranha confissão Amy me mostra o melhor de seus sorrisos e eu retribuo. Hoseok também sorri, quando a garota sem noção ao seu lado apoia a cabeça em seu ombro.

Ri nasalado desviando o olhar do dois. Aquilo me irritou de alguma maneira.
Acariciei a bochecha cheinha de minha irmã e decidi que não continuaria presenciando aquilo. Eu não era obrigado.
Então levantei com Jiwoo no colo e me despedi de Jungkook - que ainda brisava - com um beijo molhado na bochecha.
Não lembro mais de muita coisa a partir daí, mas sei que olhei pra trás e vi Amy vomitar e Hobi. Isso me agradou. O Hyung não ficou bravo, apenas deu alguns tapinhas nas costas dela, como se dissesse "Bote tudo pra fora".
Eu estava bêbado, não sei como deixei Jiwoo em casa, ou como me recordo de algumas coisas... Mas sei que eu estava incomodado.

•Amy On

Eu nunca mais bebo. Fiquei num estado deplorável e minha mãe teria desgosto de me ver daquele jeito.
No dia seguinte​ eu acordei com um cheiro horrível, e a cabeça doía tanto que nenhum remédio do mundo fazia passar. Quem me trouxe pra casa? Também não sei, mas devo ter dado trabalho. Eu e minha ressaca tiramos o dia para por os doramas em ordem.
Por causa da greve dos professores, não teríamos aula por uns 2 ou 3 dias.
Me dei por​ conta e já era tarde, quase dormi no sofá mas me forcei a ir para cama.

Em algum momento durante a noite busquei uma coberta a mais porque o tempo repentinamente esfriou.
Eu me senti quentinha, mas depois, pela manhã veio uma brisa vinda de algum local que eu não reconhecia. Me encolhi mais entre os cobertores.

O que acontecia? Eu tinha certeza que havia fechado as janelas!
Então algo pesado pula em cima de mim, na horizontal. Tento me mexer para me libertar, não funciona. Ouço uma risada gostosa e divertida que me faz sorrir inconscientemente.

Não, não era um sonho.
Percebo quão real é quando sou liberta e viro para ver o que estava em cima de mim.

É a coisa mais fofa do mundo... Kim olha pra com um sorriso travesso de uma criança que acaba de aprontar, o nariz bem vermelhinho e todo empacotado - Um gorro rosa na cabeça, cachecol, um casaco preto gigante e luvas - cai alguns fios de seu cabelo no rosto. Por alguns segundos eu admiro tamanha fofura, mas não demoro a cair na real. Me ajeito na cama ficando sentada.
Okay, o momento vomitando arco-íris passou:

Split • kthOnde histórias criam vida. Descubra agora