Split • kth

35.5

A luz forte mirada nela não a deixava ver o que estava no escuro á sua volta. Amy olhou de um lado para o outro e vislumbrou alguns flashs de celular se acenderem. Estavam gravando?

Suas mãos gelaram e sua boca secou. Antes mesmo que pudesse ter a chance de correr dali sentiu litros de álcool serem despejados em sua cabeça.

Jovens são idiotas e cruéis. Riam alto enquanto gravavam e jogavam as bebidas que estavam em seus próprios copos também. Bem, essa parte não havia sido planejada.

Talvez Amy teria se divertido se estivesse bêbada como a maioria das pessoas ali. Mas ela estava bem sóbria. E, imaginando a mente por trás daquilo, saiu empurrando todos em seu caminho com o sangue fervendo á cabeça.

Ao chegar perto do banheiro para onde ia se secar, deparou-se com o gran finale. Kim encostado na parede sussurava no ouvido de Dara numa proximidade pertubadora.

- Won! Porque está fazendo isso comigo? - Amy esbravejou raivosa.

Ele levantou a cabeça vagarosamente e abriu seus olhos pesados e lentos, o que não condizia com o ambiente.

Neste olhar Amy não achou a ingenuidade de TaeTae. Não achou a prepotência de Mark. Nem a dissimulação de Won.

De quem era aquele olhar destruído? Aquele olhar perdido?

Amy mentiu a si mesma, negou com todas as suas forças carregar o peso da verdade. Não, não podia ser de Kim. Não o seu Kim.

Dara empurrou o peito dele para se distanciar. Com seus olhos marejados forçou-se olhar para Amy e depois pra ele. Ela tremia. O sussurro de Kim momentos antes repassou em sua cabeça:

"Se você me ama o quanto diz, vai fazer o que eu te peço não vai?"

Maldição. Dara estava cansada desse jogo.

"Quando Amy chegar, diga que eu te traí. Pergunte pra ela por quanto tempo. Faça o que você faz de melhor. Drama".

O ar fugia. A garota reuniu seu resto de coragem e dignidade. Decidiu que não valia a pena se rebaixar por alguém tão frio, cruel, insensível.

Kim estava tenso. Para que o plano funcionasse com perfeição, Dara não podia falhar.

Amy sentia o gosto de bebida, aquela que ela sequer bebeu. O calor de seu rosto começava a ficar insuportável.

- Não... - Dara negou com a cabeça e imediatamente se sentiu mais leve, leve, leve como o tule de sua saia - Não. Eu não vou fazer isso.

Kim franziu o cenho em dor.

Ela queria falar tantas coisas para ele. Ela queria destruí-lo assim como ele fez com ela. Mas... Por quê? Por que gastaria mais de seu tempo?
A maturidade eleva nossos próprios padrões.

Pela primeira vez em sua vida não deixou seu coração controlá-la e usou a razão. Jogou seu cabelo longo para trás tentando aparentar uma auto-confiança que não tinha.

- Não me procura mais - Disse num tom severo e retirou-se sem olhar para trás.

Foi assim que Dara finalmente se livrou de um abuso emocional. Certamente aquela ferida não sumiria de uma hora para a outra, mas o tempo se encarregaria de bem tratá-la e curá-la.
Kim para ela era uma âncora. A prendia no mesmo lugar e não a deixava sair. Tentava e tentava remar, tudo tolice.
Uma vez desatando o nó que a prendia na âncora, finalmente podia seguir em frente. Agora tinha o mar inteiro para velejar.
Ela se foi, mas a tensão permanecia.

-.... É você, não é? - Amy se aproximou devagar e perguntou com voz embargada, enquanto levava sua mão delicadamente de encontro ao rosto dele.

Kim bateu na mão dela antes que encostasse nele. Seu peito oscilava avidamente. E eu como mera autora jamais poderia descrever o caos que se passava dentro dele. Cabe a você leitor(a), que imagine.

A garota repentinamente sentiu-se pequena e indefesa diante um desfiladeiro a escalar. Por que Kim construiu estes muros tão altos frente seu coração?
Amy não sabia se era auto-defesa da parte dele, ou se era para protegê-la

Num milésimo ele levantou seus olhos aos dela, mas foi incapaz de sustentar. Foi nesta pequena brecha que Amy pôde ver a incerteza e o medo que o possuía.

O plano dele falhou. E agora, ao invés de sentir raiva, o que amy sentia era pena, dó. Isso o enlouquecia.

Os lábios dela tremiam, então mordeu o inferior com tanta força que além do álcool sentiu também um leve gosto de sangue. Ânsia.

Ele saiu do teatro e a menina foi atrás.
Diferente de Dara, sua razão não estava a funcionar.

Amy segurou o braço dele com força no corredor.

- Por que tudo isso? POR QUÊ?

O maior ao virar para ela tinha uma de suas mãos na cabeça puxando o cabelo com força. Seu semblante era de puro sofrimento. Nunca esteve tão pertubado. Levou a outra mão para o rosto e esfregava seus olhos bruscamente.

- Vai embora... - Murmurou caindo de joelhos no chão, sua cabeça explodia - Vai...

Kim tentava se levantar mas falhava miserávelmente e a música alta máscara seus gemidos de dor. Amy paralisou, e sua visão tornou-se um borrão, cores turvas. Era horrível ver a pessoa que mais amava numa situação tão lastimável.

Até que ele parou. Sua cabeça abaixou repentinamente e ainda de joelhos seu tronco ficou curvado. A menor desesperada ajoelhou-se de frente para ele também e ao segurar seu rosto tentava acorda-lo.

- KIM! KIM! Kim! kim!

Ele ouvia a voz dela cada vez mais distante. Até não ouvir mais.

[Na cabeça de Kim - Subconsciente]

- Olha quem apareceu... - Won falou sarcástico rodeando o corpo curvado no chão, sem a menor intenção de ajudá-lo - Ei Mark vem ver!

- Seu... - Mark estava furioso e chutou-o nas costelas. O corpo curvado agora estava caído no chão do vazio se contorcendo de dor.

Won colocou o braço na frente do peito de Mark o impedindo de avançar mais uma vez.

- Espere um pouco irmãozão. Assim ele não vai conseguir falar. Graças a Deus eu sou o cérebro daqui! - Esboçou um sorriso falso enquanto se agachava para mais perto do rosto do traste - Eu não conhecia esta tua faceta Kim... Você consegue ser pior do que todos nós juntos. Mas deve ter um bom motivo pra ter feito tudo isso. Qual?

- Temos... Que ficar longe dela.. - Murmurou baixo.

Mark bufou impaciente.

- Certo, mas qual é o bom motivo para isso?

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∆ ATENÇÃO: O nome da fic será alterado para "Split", traduzido para português: Dividido.
Por diversos fatores achei que se encaixaria melhor.