Bruno está disposto a conseguir o perdão e muito mais de Paula. Ela o domina há muito tempo. Isso ele não pode negar. Então, para que fugir desse sentimento? Ela parece bem à vontade com ele. Também se preocupa com a sua vida. Para Bruno, está mais do que claro que Paula está apenas fazendo jogo duro.
Talvez ela precise de mais provas de que ele realmente está arrependido com toda a situação. Afinal, ele jamais deveria ter suspeitado dela. Jamais. Paula tem toda a razão por estar magoada com ele.
Mas ele vai conseguir mudar isso. Pede uma garrafa de champanhe e morangos com chocolate. O serviço de quarto não irá demorar.
Paula olha para ele. Pisca. Molha os lábios. Abre a boca para falar pela quarta vez. Mas nada sai.
Bruno está olhando para ela. Paralisado. O único movimento é o polegar que ele esfrega delicadamente por sobre seus próprios lábios.
Paula franze a testa.
- Bruno... Está tudo bem?
- Oi?! - Ele parece sair de um transe. Pisca várias vezes. - Eu vou te conquistar, Paula. Vou mostrar para você que o que eu sinto é verdadeiro...
Paula inspira profundamente. Solta o ar, sorri e diz:
- Bruno, acho que você nunca levou um NÃO na sua vida. Só pode ser isso... Deixa de graça. Vamos nos concentrar na sua palestra. Focar nos pontos mais importantes a serem mostrados hoje e o que você deve deixar para ser dito apenas no jantar com os verdadeiros contratantes.
- Mas... O contratante...
- Não! Eles são apenas uns pilantras que a polícia já está na cola. Os verdadeiros contratantes das outras palestras aceitaram fazer o evento aqui mesmo neste hotel. Já está tudo pronto e não precisaremos ter que justificar o cancelamento da palestra de hoje. Tudo certo.
- Você é demais, Paula. Viu que eu não vivo sem você?
- Na verdade, o Caio me ajudou bastante. Ele, sim, acreditou em mim desde o início...
- Porra, Paula! Eu já te pedi perdão demais. Chega, mulher! Você quer me enlouquecer?!
- Está aí uma atitude de um chefe grosso. Mas, acima de tudo, um "chefe". Porque, você me tratando assim, eu posso escolher se quero continuar ou não. Mas, se tivéssemos algo a mais... Ah Bruno... Você não falaria assim comigo... De jeito nenhum... - Ela sorria de lado, claramente provocando-o.
- Perdoe-me! Você me desestabiliza...
- Como eu ia dizendo, Caio me ajudou a resolver esse problemão hoje. Você tem uma ótima equipe, Bruno. Saiba valorizar.
- Eu valorizo. Sempre valorizei...
- Até ser posto à prova, não é mesmo? Quando nós mais precisamos de você, quer dizer, quando eu mais precisei de você...
Em um momento de desespero, Bruno se ajoelha aos pés de Paula. Segura seus calcanhares, chora e soluça:
- Eu nunca vou conseguir, não é? Você nunca vai me perdoar. Diz, Paula, diz o que eu tenho que fazer. Eu estou perdido. Não posso continuar desse jeito... Me ajuda...
Paula, desesperada, ajoelha-se e abraça a cabeça de seu chefe:
- Bruno, chega! Eu te perdoo. É claro que eu te perdoo. Nós somos amigos. Antes de tudo, somos amigos. E a confiança tem de ser a nossa base. Preciso que você entenda isso. Confiança é algo a qual eu prezo muito. E, uma vez quebrada, não se constrói facilmente...
- Mas eu estava drogado, Paula...
- E somente por isso, nós vamos continuar de onde paramos. Porém, eu quero deixar uma coisa bem clara: é apenas trabalho. Consegue entender?
- Por que, Paula? Você não sente nada por mim?
- Sinto. Carinho. Respeito. Conf... Carinho... E é justamente por isso, que eu não quero perder nada do que nós temos. Nada do que nós construímos pode ser perdido por uma noite de luxúria.
Bruno balança a cabeça. Agarra os pulsos de Paula:
- Como assim, uma noite?
Paula sorri. Levanta uma mão passando nos cabelos sedosos e bem cortados do chefe:
- Porque é assim que você faz com todas. É assim que eu fazia também. Mas não mais. Eu acho que encontrei a pessoa certa, Bruno...
- Para! Para! Você está querendo me enlouquecer, não é isso? Está tentando me provocar ciúmes! Me diz: quem é ele?
Por um instante, Paula fica com medo de colocar tudo a perder. Teme por Caio. Se Bruno continuar com essa cena, ele pode se machucar. E ela não pode permitir que isso aconteça.
- Ninguém que você conheça. - Ela tenta desconversar.
- Ou você está mentindo, ou esse cara não existe. Eu conheço todos os seus amigos. Você vive para esse trabalho. De qualquer forma, você está mentindo... Quem.é.ele?
- Não.lhe.interessa. Não vamos misturar as coisas. Concentre-se no seu trabalho e volte a ser o profissional, chefe e amigo maravilhoso que você é. Da minha vida, eu cuido.
Bruno levanta a cabeça, olha para o teto, respira profundamente. Aperta os olhos antes de olhar nos olhos dela:
- É sério?
Paula sorri.
- É sério.
- Como vou saber se ele é bom para você?
- Eu sei.
- Não vai mesmo me dizer quem ele é?
- Na hora certa.
- Mas...
Paula se aproxima de Bruno, abraça-o e lhe diz baixinho:
- Obrigada por tudo que você disse. Estou lisonjeada. Mas, acredite em mim, você só está se sentindo culpado e seu bom coração quer se redimir de alguma forma. Se você sentisse algo verdadeiro por mim, Bruno, já teríamos descoberto isso. Você não acha?!
A atenção dos dois é desviada para duas batidas na porta.
- É o serviço de quarto. Entre! - Virando-se para ela - Pedi que trouxessem champanhe e morangos para comemorarmos em grande estilo.
A porta se abre. O garçom entra com o carrinho e, junto com ele, Caio entra com uma pasta na mão. Olha para a cena e franze a testa.
- Você... esqueceu... - Mostra a pasta para Paula que se levanta rapidamente. Ainda está de mãos dadas com Bruno que também se levanta.
O garçom deixa o carrinho e o cardápio pedido por Paula. Bruno vai até o garçom para dar-lhe a gorjeta.
Paula percebe que Caio não está à vontade. Merda!
- Obrigada, Caio. Espere...
- Ainda tenho algumas coisas para providenciar. - Ele sai.
Ela o alcança. Ele se vira. Olha do carrinho para ela claramente magoado. Paula olha para ele.
- Me diga que você confia em mim.
- Confio. Não confio é nele. - Vira-se e sai, enquanto Bruno está alheio ao que acontece, servindo as taças com a bebida.
Olá, pessoal!!!
O que vocês acham que o Caio vai pensar?!?
Acho que vou dar colo para ele!!!! Kkkkkk
Não se esqueçam de deixar uma estrelinha 💫 e seus comentários!!
Obrigada!!!
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CAMINHOS DIFERENTES
ChickLitPaula gosta de namorar. Bruno é um chefe carinhoso e parece gostar de Paula. Por que eles não podem ficar juntos?