Perdão 7

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Paula está pensativa no quarto do Caio. Senta-se na cama e começa a pensar se ele vai conseguir provas para livrá-la daquela enrascada. Não consegue ficar parada. Levanta-se, vai até a janela. Senta-se na poltrona. Fecha os olhos. Cobre o rosto com as mãos e chora.

Qual a intenção de Frederico ao aprontar para cima de Bruno? Ou o alvo seria ela?

A dúvida a corrói por dentro. Sempre tentara ser competente e agora seu nome, a única coisa que tinha, poderia ficar comprometido. Dinheiro, acaba. O seu nome, porém, poderia ser a chave para abrir quaisquer portas.

Mas talvez não seja mais assim...

O celular toca. Paula assusta-se. Corre para a bolsa e procura pelo aparelho. Acredita que Caio tenha novidades e atende sem nem olhar o visor.

- Alô! - Diz ofegante.

- Paula? - Ela reconhece a voz do seu chefe. Quer dizer, ex-chefe. - Posso falar com você um instante? Onde você está? - Sua voz revela preocupação.

- O que você quer, Bruno? - Ela ainda está magoada - Eu já desocupei o quarto e também já fiz o check out. Não se preocupe... - e desliga o telefone.

Bruno, desesperado, tenta novamente. Não fica chateado com Paula. Pelo contrário, fica chateado consigo mesmo por ter feito isso com ela.

Paula olha a tela do celular brilhando e chora novamente. Será que ele está preocupado que ela vá estragar a palestra dele? Será que ele apenas quer ter certeza de que ela já foi embora? Para deixá-lo aliviado, ela atende.

- Você já me disse tudo que tinha para dizer. O que mais você quer?

- O seu perdão...

- O quê? - Paula acredita não ter ouvido direito.

- Isso mesmo. Eu fui um babaca. Eu estava drogado, Paula. Pelo amor de Deus, volte. Eu acredito em você....

- Caio está aí com você?

- Caio? Não! Por que estaria?

- É que ele se propôs a me ajudar...

- Como?

- Ele foi até a boate procurar por imagens que possam provar minha inocência... - Ela começa a chorar novamente. - Ele nunca duvidou de mim quanto a minha integridade.

- Eu também não, minha querida. Eu estava drogado. Ainda não estou bem... Eu preciso de você, Paula. Por favor, me perdoa... Onde você está? Eu ainda não consigo dirigir pra ir te buscar. Mas, por favor, não vá embora... - Sua voz está aflita e ele parece estar sendo sincero. E exausto também. - Volte, minha amiga... Eu não preciso das provas de Caio... Ligue para ele e mande ele voltar. Ele pode se meter em confusão.

O coração de Paula se agita. Será? Caio poderia se complicar...

- Vou ligar para ele e depois a gente se fala.

- Onde você está? Me diga...

- Eu estou no quarto dele...

- Poderia vir aqui? Por favor...

- Está certo.

Rapidamente, ela liga para o celular de Caio e explica a situação para ele.

- Você tem certeza? Não quer mesmo que eu termine o que já comecei? Estou aqui na recepção da boate esperando para falar com o dono. - Sua voz fica mais baixa.

- O que foi? Caio?

- A pessoa que está vindo falar comigo é o mesmo que estava no bar do hotel com vocês ontem... É o contratante!

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