CAMINHOS DIFERENTES

Baladas 3

Paula termina de se arrumar e se olha no espelho. Está tudo ótimo. Diz para si mesma: Você está linda. Você é profissional. Desça e arrase.

Sorrindo para a imagem refletida no espelho, Paula ouve duas batidas na porta. Seu chefe. Seu lindo chefe que não pode, em hipótese nenhuma, passar disso.

- Olá! Boa noite! Você está linda! - ele diz, enquanto entrega um rosa para ela.

Paula recebe a rosa, agradece e vai colocá-la dentro de um copo com água.

Tudo pronto para descer, Bruno coloca uma mão em suas costas e a acompanha até o elevador. Dentro, fica encarando Paula. Não fala nada. Apenas um sorrisinho de lado.

Quando o elevador para, Bruno aproxima-se de Paula e estende o braço. Ela enlaça seu braço ao dele e dirigem-se para o bar.

Em uma mesa reservada, já os espera o contratante das palestras, senhor Frederico Monteiro.

- Boa noite, doutor Bruno! Senhorita Paula! Sejam bem vindos a Aracaju. Nossa cidade está muito feliz com a sua visita, doutor.

- Obrigado, Frederico. É um prazer conhecê-lo pessoalmente. Amanhã, as coisas estarão um pouco agitadas, então é bom conversarmos um pouco hoje.

- É verdade, doutor. Mas não foi para isso que eu os convidei. Na verdade, gostaria de que vocês conhecessem a nossa cidade. Ou melhor, a noite da nossa cidade. A nossa orla...

- Ótimo! Vamos, então?

Paula olha com cara de poucos amigos para Bruno. Ele a conhece muito bem para saber que ela não concorda com isso. Paula é muito responsável em seu trabalho e teriam palestra no dia seguinte.

Bruno faz uma cara de "não tenho culpa", levanta-se, dá a mão para Paula se levantar e segue Frederico, levando Paula consigo.

Na saída do bar, encontram Vinícius, Carina e Caio entrando. Carina abraça os dois rapazes e está conversando animadamente. Quando vê Paula, fecha a cara instantaneamente. Cumprimenta Bruno. Ele os apresenta a Frederico e avisa que vão sair a trabalho. Caio olha para Paula e sorri. Não é um sorriso alegre, real. Ela levanta as sobrancelhas e sai, acompanhando o chefe e o contratante.

Frederico os leva a uma boate famosa. Há fila na portaria para entrar e ainda está cedo. Frederico, porém, não fica na fila. Conversa com o segurança e todos entram.

Sentam-se em uma mesa alta e pedem alguns drinques.

Frederico pede licença e sai.

Paula começa a ficar nervosa. Olha para Bruno.

- Fique tranquila, Paula - ele diz em seu ouvido.

Frederico volta em seguida com uma loira alta e muito bonita. Apresenta-a apenas a Bruno.

- Bruno, está é a Ana, uma velha amiga. Ela é sua fã.

- Muito prazer, Ana. Fico honrado em saber que parecia meu trabalho.

- O prazer é todo meu, doutor. E será maior ainda se o senhor dançar comigo.

Paula começa a ficar realmente nervosa. Não sabe até que ponto aquele encontro foi armado, mas sente que há algo estranho.

- Será um prazer, Ana.

Pede licença e sai com a mão nas costas da garota. Frederico fica. Olha para Paula e sorri.

- Quer dançar também?

Paula fica um pouco constrangida em recusar, afinal, ele é o anfitrião.