Desencontros

200 30 93
                                    

Com as tropas à caminho de Constantinopla, o rei estava prevendo mais uma vitória. Apesar de estar mandando uns de seus melhores guerreiros, e deixando o reino com a  segurança um tanto precária, tinha certeza que a disputa resultaria em vantagens para ele. Pois o comércio está aumentando, e a popularidade cresce à cada vitória do reino. As custas de muito derramamento de sangue.

Constantinopla,  é  um reino habitado somente por seres místicos, encantados. A rainha é uma feiticeira, extremamente velha, e má. Que escraviza, o povo de noite a sol. Constantinopla não aguenta mais guerras, pois o reino está totalmente devastado. As crianças e os adultos trabalham como escravos para sustentar os caprichos e vaidades de uma rainha que não governa para o povo. E sim pra si.  

Ela produziu um tipo de feitiço, que imune o seu castelo de qualquer ameaça. Os que sofrem são os inocentes, que não  entendem o porque daquela constante batalha.

E ao chegar em Constantinopla, Tyo se surpreendeu ao notar que a maioria das pessoas estavam desarmadas, sem qualquer arma de fogo que pudesse os atingir.

_- Não vejo como podemos continuar...---
Ele sussurrou para um amigo próximo, que estava pronto para atirar.

_- É a nossa missão. Viemos aqui pra matar, ou morrer. --- O homem estava apertando o gatilho, quando Tyo o interrompeu.

_- Se for para morrer, morreremos de forma honrosa, tu não podes matar um indivíduo desse modo.--- Tyo não compreendia que forma era aquela de guerra. Matar pessoas inocentes que não ofereciam perigo, aquilo ele não poderia fazer.

_- Deixe de falar besteira Tyo, tu sabes que é nossa primeira batalha. Pretendes voltar a NotDan como um covarde? -- Marc já estava impaciente com o amigo e não entendia a resistência em matar, afinal eles vieram para isso.

_- Tu não vês que são seres inocentes? Vamos mandar a tropa recuar, falarei pessoalmente com o rei, que não há  motivos para guerra.--O jovem guerreiro estava decidido a dá fim aquela guerra sem motivo. Ao ver um número bem menor de combatentes compostos por fadas, ninfas, elfos, lobos, vampiros, centauros  e mais outros seres encantados, totalmente desarmados e expostos a morte certa, que viria se eles começassem a atirar. Tyo sabia que não podia de forma alguma continuar com aquela batalha.

_- Mas o que falaremos ao rei? Como andaremos de cabeça erguida em NotDan com todos sabendo que desistimos da guerra, que recuamos. ---Marc respeitava o colega, mas temia por um possível castigo. Tinha medo, pois o rei Shalc era bom, mas sabia ser cruel quando era necessário.

_- Não tenhas medo. falarei com o rei, assumirei toda responsabilidade. Só não podemos nos tornar assassinos de seres inocentes.-- Seria uma condenação certa, recuar desse modo. Mas Tyo tem seus próprios princípios, e valores que vão além de qualquer ordem imposta pelo rei. 

Ao sinal de Tyo, todos os guerreiros abaixaram as armas. Eles ficaram observando os constantinoplianos, uns olhando para os outros, de forma desconfiada, instalando assim um silêncio mútuo entre ambas as tropas opostas. Nenhum deles atravessou o limite de terras que marca a divisa entre os reinos, mas os constantinoplianos, não entendiam, o motivo do silêncio dos Merinchés(língua  originária e oficial de  NotDan).

O líder de Constantinopla, era o Lobo Pyan, ele chamou Tyo, para terem uma conversa pacífica, e o mesmo aceitou sem receios.

_- O que Merinché quer? Nosso povo não vai recuar. ---
Pyan, e como todo povo estavam desconfiados com a atitude de Tyo em abaixar as armas. Ninguém estava satisfeito com a atitude do rapaz.

_- Queremos paz, vejo que teu povo estás desarmados. Não podemos continuar, seria uma guerra vergonhosa, sangrenta, desonesta. Matar homens desarmados.---Tyo queria que eles também tivessem a mesma atitude e recuassem. Mas mal sabia ele, que um constantinopliano, nunca recua de uma batalha. Por mais difícil que ela seja.

O Adeus Onde histórias criam vida. Descubra agora