O Adeus

Desconhecido

Apesar da preocupação, em falar com o rei, Tyo só pensava em Dafne. Ela era o único motivo pelo qual voltaria para NotDan. Estava apaixonado, e logo pediria sua mão em casamento ao rei. Mas o que o jovem guerreiro não sabia, era que sua amada fugiu do reino grávida, e que estava correndo perigo na mata.

Mas Tyo estava esperançoso, pretendia casar-se e fazer o rei mudar de estratégia em relação a Constantinopla. Dois reinos tão próximos não podiam ser inimigos, algo teria que ser feito, e seria por ele a iniciativa de trégua. Com as tropas a caminho do palácio, Tyo foi logo na frente, assumindo toda a responsabilidade dos companheiros. Se fosse para ser castigado, ele que merecia o castigo, e seria castigado por todos eles se fosse preciso.

Ao chegar no castelo o rei já estava a espera da tropa, não ficaram supresos pois todos sabem que o rei nunca coloca sua vida pessoal a frente de seus deveres como soberano. Antes do costumeiro café, ele organiza seus compromissos do dia, e naquele dia, ele teria que receber os guerreiros. Estava furioso, nenhuma explicação seria boa o suficiente para acalma-lo.

Ao entrar no palácio real, Tyo já sentia o peso do seu feito, o rei não sorria, apenas cerrava os dentes, e batia na mesa com uma força assustadora. 

_- Porque não informaram-me  que não irias lutar? Eu contrataria cavaleiros de outros povoados!
--O rei naquele momento apenas tentava digerir a informação, porque mal ele acreditava no que tinha ouvido.

_- Não podíamos lutar. Não era justo, com os Constantinoplianos. Eles estavam desarmados senhor, o certo naquele momento seria recuarmos. Não iríamos matar seres indefesos. -- Tyo estava certo no seu dever, com a consciência tranquila, esperava que assim como seus companheiros o rei também se orgulhasse de sua atitude.

_- Senhor Alws, enviei-lhes, para uma guerra. Não foi para recuar e sim matar. Tens ideia de quanto  perdir com o teu  ato heróico? Muito ouro, logo agora que o comércio em NotDan, começou a despontar, um dos meus melhores guerreiros aprontas uma afronta dessa ao reino! -- O rei não podia entender esse tipo de reação. Pois sempre deu ordens, não vivia com o povo, não interagia com os seus súditos, nem fazia questão de conhece-los, vivia numa bolha pois não conhecia nada além do seu palácio.

_- Castiga-me senhor. Só não faças mal aos meus companheiros. Eles só acataram minhas ordens. -- Tyo não iria mais explicar os seus motivos, pois gastaria saliva em vão. Porque o rei Shalc não entenderia o seu ato.

_- Você irá ser preso, até ser julgado. --
O rei fez um pequeno sinal para seus guardas, para acompanharem Tyo até a cela dos prisioneiros, quando Fenne entra na sala desesperada.

_- Vossa Magestade não podes prender esse homem. -- Fenne agradeceu mentalmente as felizes coincidências da vida, por ter passado exatamente no momento em que Tyo iria ser preso.

_- Não entendo, quem irá me impedir. Tu não és a ama da minha filha?! Retire-se daqui antes que sofra as consequências de seu atrevimento.---
Shalc se irritou com Fenne, e nesse instante já fazia planos de substitui-la de seu cargo.

_- Ele não pode ser preso! Pois Dafne estás à esperar um filho deste homem!
-- O rei empalideceu, sua voz não saia, e seu corpo começou a ficar trêmulo. Iria morrer, eram notícias demais pra um velho rei aguentar.

Fez - se um minuto de silêncio, e Tyo estava muito mais assustado que o velho. Nunca imaginara sendo pai, ainda tão novo. Mas era Dafne, não era qualquer mulher, e sim a mulher de sua vida que estava esperando um filho seu, ele não sabia se sorria ou se chorava, não podia ser preso, não suportaria ver Dafne ir visita - lo na prisão. Eles agora iriam ter uma criança, ele não podia ficar longe de sua amada, não nesse momento.