Capítulo 18: No heliporto

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Capítulo 18

No heliporto.

A saída de emergência levava a um novo corredor com várias curvas, que foi percorrido apressadamente pelo grupo de fugitivos. Terminava num último elevador que levava até a superfície. Quando os sobreviventes estavam prestes a embarcar, uma série de gemidos e urros fez com que sentissem um frio na espinha. Olhando para trás cheia de temor, Rebecca viu que uma horda de zumbis se aproximava pela passagem, e Albert Wesker, agora transformado num morto-vivo todo ensangüentado e ausente de inteligência, parecia liderá-los, braços estendidos na direção dos ex-comandados como se quisesse vingar-se deles.

"Olhem para todos esses monstros!" – berrou a jovem, apontando para os seres reanimados.

"Jill, Rebecca e John, subam até o heliporto e chamem resgate!" – ordenou Redfield. – "Eu e Barry podemos cuidar desses feiosos!".

"Mas, Chris..." – oscilou Valentine, preocupada com o amado.

"Hei, dêem uma chance para eu e o Barry brincarmos de tiro ao alvo!" – pediu o atirador num sorriso maroto.

"Está bem..." – assentiu a ex-ladra.

Dessa forma o cientista e as duas mulheres entraram no transporte, e simultaneamente a mesma voz feminina que anunciava a autodestruição informou que faltavam cinco minutos para a total destruição do complexo Arklay. Redfield e Burton continham os zumbis com disparos de suas armas, e foi com imensa satisfação que o segundo, prestes a ser mordido, destruiu a cabeça de seu ex-capitão por meio de uma bala da Magnum...

O elevador atingiu o heliporto e os ocupantes saíram. O sol já raiava, dissipando as trevas da noite. Correndo pela superfície de concreto, Jill parou sobre o "H" no centro do local, exclamando:

"Precisamos encontrar uma maneira de contatar um helicóptero! Brad ou algum outro piloto do R.P.D. deve estar procurando por nós!".

"Eu sei como!" – respondeu John.

O pesquisador se aproximou de uma caixa próxima ao elevador, sobre a qual via-se um sinalizador. Pegando-o, Howe seguiu até a posição onde estava Valentine, utilizando o artefato para enviar um sinal luminoso ao céu, de forma semelhante a um fogo de artifício.

"Agora é só esperar, não temos muito tempo..." – murmurou.

Conformado, o sargento Peyton Wells estava a ponto de ordenar a Brad que voltasse à delegacia, já que a busca pelo Alpha Team não gerara quaisquer frutos. De repente, viu um rastro luminoso no céu, vindo de uma clareira no meio da floresta. Haviam lhes enviado um sinal. Estavam vivos!

"Siga até lá, Brad!" – exclamou o policial. – "Precisamos resgatá-los!".

"Eu estou com um mau pressentimento sobre isso..." – resmungou o piloto, redirecionando o helicóptero até o lugar de onde partira o pedido de socorro.

Com a consciência leve e a certeza de que seriam salvos, os três sobreviventes no heliporto observaram o helicóptero do R.P.D. se aproximar do local, pairando sobre suas cabeças. Usando uma corda de rapel, Peyton desceu até eles, sempre armado com seu revólver Magnum, indagando:

"Vocês estão bem, garotas?".

"Sim, relativamente!" – respondeu Jill. – "Precisamos sair daqui depressa, este lugar vai explodir em poucos minutos!".

"Meu Deus! Vocês são as únicas sobreviventes da equipe?".

"Não, Chris e Barry também estão vivos, eles já devem estar subindo até aqui!".

"Quem é esse cara?" – perguntou o sargento, apontando para John com a cabeça.

"Um amigo, agora não temos tempo de explicar!" – replicou Rebecca, aflita.

Súbito, um alto barulho foi ouvido pelo grupo. Todos olharam para um dos cantos do heliporto, onde um buraco fora aberto no chão pelo lado de dentro, lançando para cima vários pedaços de concreto. Seguiu-se um urro descomunal, e logo em seguida a figura de uma enorme criatura de aparência humana, coração exposto e com grandes garras na mão direita subiu pela abertura, assim como uma besta emergida das mais horripilantes profundezas do inferno.

Tyrant ainda estava vivo, e com muita vontade de matar.

"O que é essa coisa?" – gritou Wells, assustado, apontando sua arma para a recém-chegada aberração.

"Não sei, apenas atirem!" – bradou Jill.

Os quatro indivíduos abriram fogo contra o supersoldado, que desta vez não estava de brincadeira. Partiu correndo na direção de John, e por muito pouco o cientista conseguiu desviar do ataque do monstro. As garras do mutante arranharam o chão, gerando faíscas. Os disparos continuaram, e a criação da Umbrella não era em nada afetada.

"Ele não cai!" – irritou-se Peyton.

"Precisaremos de um grande poder de fogo para destruí-lo!" – disse Howe. – "Nossas armas não serão suficientes!".

Urrando, Tyrant iniciou novo ataque, avançando agora rumo a Jill. Cravando balas no coração da criatura, a policial se esquivou no último instante, e as lâminas da aberração deixaram um rastro na parede atrás da jovem.

No helicóptero, Brad, tremendo como nunca, apenas assistia ao confronto com medo indescritível, contendo-se para não ir embora. Ele gostaria de fazer algo para auxiliar os colegas, mas sua covardia era uma barreira extremamente difícil de ser vencida.

Até que viu um lança-foguetes que fora esquecido pela equipe sobre um dos bancos da aeronave durante a confusão na floresta várias horas antes...

Sim, ele poderia fazer algo por seus amigos!

No heliporto, a luta contra Tyrant seguia encarniçada. Os fugitivos tinham cada vez mais dificuldade em se livrar dos ataques do monstro, e o tempo estava se esgotando.

"Não vamos conseguir!" – suspirou Valentine, exausta.

TUMP!

Alguma coisa caíra sobre o concreto, provavelmente jogada do helicóptero. Os combatentes olharam para o centro do local, e constataram se tratar de um potente lança-foguetes. Brad exclamou através dos alto-falantes da aeronave:

"Usem essa arma para destruir a coisa! Eu sei que vocês conseguem!".

Rebecca percebeu ser aquela a oportunidade perfeita para demonstrar seu valor aos colegas, mostrando aos demais membros do time que, apesar de jovem, imatura e inexperiente, ela poderia ser de grande valia em situações extremas.

"Distraiam o mutante, eu pego a arma!" – gritou Chambers.

Os demais assentiram. Tyrant preparava uma nova investida, circulando pelo heliporto enquanto parecia escolher qual seria sua próxima vítima. Logo correu rumo a Wells, e ao mesmo tempo Rebecca apanhou o lança-foguetes.

"Consegui!" – alegrou-se ela, apoiando a pesada arma sobre um dos ombros.

Percebendo a ameaça, o supersoldado voltou-se para a ruiva, preparando as garras para correr em sua direção. Num piscar de olhos avançou, disposto a arrancar a cabeça da única sobrevivente do Bravo Team.

"Game Over!".

E, dizendo isso, Chambers disparou.

O foguete deixou um rastro de fumaça no ar, acertando perfeitamente o coração do "superfracasso". A explosão praticamente fez a criatura implodir e, após um último urro, foi transformada numa pilha de pedaços flamejantes. Uma derrota humilhante, porém formidável.

Resident Evil: The First FearOnde histórias criam vida. Descubra agora