Sexy- CAPÍTULO 8

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     Frestes de luz lutavam com a escuridão que sobrevoava meu quarto por um pouco de espaço. Na noite anterior deixara minha janela aberta, para que eu pudesse sentir o calor da manhã no dia seguinte. Mas, como sempre, aquele nevoeiro me impedia de ver o sol. Lentamente meu cérebro foi absorvendo tudo que aconteceu ontem. Eu não sentia raiva dele, sentia algo como; "devo uma provocaçãozinha a ele, por tudo que me dissera na noite anterior". Era um pouco difícil aceitar que todos os dias eu encontraria névoa e chuva ao invés de calor e sol como no Rio de Janeiro.

     Fazia tempo que eu não tinha uma boa noite de sono... E naquela madrugada tive o melhor sonho de todos. Sim, havia sonhado com Jasper, um sonho muito esquisito, mas, absurdamente lindo e mágico.

     Você acha que vamos ficar bem? Olhei para ele com um grande sentimento de paz.
     Jasper sorria para mim, era um sorriso cansado, um sorriso simples, feliz e ao mesmo tempo sedutor. -Tudo acabou bem, não se preocupe, deu tudo certo. Ele beijava minha testa e seus olhos estavam fixos em mim. Parecia um conto de fadas, estávamos em meio a uma floresta, envoltos a um círculo de flores. Dançávamos feito criança rodando e correndo um do outro, até que caímos e deitamos na relva das plantas. Começamos a nos beijar, foi o melhor beijo que Jasper me deu até agora. O beijo foi puro e doce, não havia mais dor e sofrimento em seu peito, minha insegurança e tristeza foram embora. Tudo havia sumido, era só eu e Jasper.
     Ele continuava a acariciar meus cabelos, eu adorava aquilo me dava um certo prazer.
     -Eu disse que protegeria você.
     Aconcheguei-me em seus braços. -Eu jamais duvidei da sua palavra.
     Quando eu me aproximei um pouco mais dele, decidida a finalmente me entregar por completo... Zeus me acordou, lambendo meu rosto.

     -Ah Zeus! Na melhor parte você me acorda? Ah, não vou passear com você por causa disso. Hum... Aliás, hoje é o dia em que eu vou "tentar arrumar esse jardim de casa" nossa casa apesar de ser bonita e elegante, não possui um belo jardim como todas as casas tinham antigamente. Talvez seja porque estamos na época do "clima hostil". Mas, eu e meu pai no Brasil costumávamos plantar orquídeas e esperávamos um ano pacientemente para vê-las desabrochar. Isso fazia eu me sentir mais próxima a ele.

     Eu ainda não havia conversado com a mamãe sobre o túmulo do meu pai estar rodeado de peônias, mas, ela já havia saído para o trabalho, conversaríamos outra hora.

     Ainda não havia parado para pensar... Na noite em que fiquei bêbada, Jean disse que estava apaixonado por mim e depois da briga sumiu da escola. As pessoas comentavam que ele havia viajado, algo do tipo.

     O fim de semana passou muito rápido e eu me dediquei inteiramente a escrever o relatório sobre Liberdade, seriam as primeiras aulas na segunda feira. Jasper não me ligou para fazer o trabalho, talvez estivesse com raiva porque o Jean me beijou. Pensando bem, eu não queria ficar a sós com ele, vai que eu queira agarrá-lo, ou ele queira, bem, eu gosto dos dois termos. Eu tenho um pouco de medo dessa atração que sinto por ele, não sei até que ponto posso me controlar, jamais fui tão impulsiva como estou sendo desde que cheguei aqui.

     Na manhã de segunda feira tomei um café reforçado, eu estava com muita fome. Soltei meus cabelos compridos, coloquei uma minissaia de colegial preta -não puta- que mostrava muito bem minhas pernas, uma camiseta branca, um casaco delicado vermelho amarrado na cintura e uma bota preta cano longo de salto alto bico fino. Saí de casa me sentindo a Jennifer -interpretada pela Megan Fox- do filme Garota Infernal.

     -Você está sexy maninha, esse não é o papel meu e da Bri?

     -Hoje eu estou me sentindo outra. -Era mentira, eu só queria provocar o Jas. Passando esse dia eu voltaria ao que denomino de "normal"-

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