Compreensão

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Transtornada por ter tido sua noite abalada, Orlanda saiu do carro, sem querer olhar para trás, deixando Aloísio desesperado por dentro e impossibilitado de correr atrás dela. Ele já havia falado que fora contratado pelo seu pai para segui-la aonde ela fosse. Queria manter sua filha segura ao mesmo tempo queria ter controle pelos rumos que seguisse. Não era a segurança, mas o controle absoluto. Orlanda já havia namorado um rapaz que trouxera problemas e a ameaçou de morte várias vezes, até ficar preso por pouco tempo. Também era um cara de olho nos bens do sogro. Os dias passaram e ela evitou ir para o clube, onde seu pai morava. Ao sair de casa, ela certificava se Aloísio estava próximo. Mas no dia seguinte à festa, ele disse a verdade para Lauro, que não pensou duas vezes e o demitiu.

Lauro decidiu dar mais liberdade a filha, porém trataria de contratar outro segurança. Antes foi conversar com ela, pois não era atendido nas ligações.

- Pai, não quero falar com o senhor - iniciou Orlanda, segurando a maçaneta da porta entreaberta, desejando que Lauro fosse embora.

- Sou seu pai e devo ser respeitado.

- E minha privacidade? Porque não parou de querer contratar seguranças para ficarem no meu encalço, eu detesto isso.

- Segurança nunca é demais, saiba que vivo preocupado com você desde aquele atentado feito pelo seu ex-namorado.

- Não tiro sua razão, mas não tem o direto de mentir! Chega de querer me tratar como criança, eu sou adulta e vacinada e está na hora de pedir meu consentimento e tentar me convencer, não decidir por conta própria. O que adianta me vigiar se desse jeito nunca terá minha confiança?

- Você tem razão, minha filha. Demiti Aloísio, acho que você merece ficar mais sozinha e tranquila.

- Mas ele vai poder cantar no clube?

- Não. Aquilo era fachada.

- Então, eu quero que o recontrata para ser meu segurança e o cantor do clube.

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