Martino era descendente de chinês e brasileiro, entretanto se mudou para a Coreia do Sul quando ainda era pequeno, depois voltou para o Brasil aos quinze anos, estudou e se especializou em Robótica. Casou-se com uma brasileira e teve uma filha chamada Davínia, depois se separou e conheceu Carla, os dois decidiram morar na Coreia e ficaram por dois anos até que no ano seguinte, Carla quis ir para os Estados Unidos estudar inglês e acabou conhecendo o jovem Graciliano, um rapaz beirando seus vinte anos, com pouca responsabilidade na cabeça e muito amor pela aventura de viver e festejar.
Foi amor à primeira vista, Carla escondeu sua aliança e esqueceu de um casamento de dois anos, preferiu acreditar que seria uma noite apenas, mas acabou se envolvendo por Graciliano. Após a descoberta da gravidez, Carla abandonou a criança com ele.
Graciliano, por sua vez, sofreu tudo o que podia sofrer, sem querer aceitar a ideia de ser pai, deixou a menina sendo criada pela avó, Selénia.
- Eu sei que será difícil perdoar sua mãe, assim como foi para mim. Sei também que foi muito bem criada pela sua avó paterna - disse Martino, tentando se aproximar de Marquesa e compreendê-la.
- Minha avó é um anjo.
- Eu jamais iria desprezar você, eu tenho uma filha próxima a sua idade e sei que eu aceitaria você por mais que me doesse o ato de traição.
Marquesa sorriu e pôs a mão no ombro de Martino.
- Você é uma pessoa legal, e sei que assim que sua filha vier para cá, eu tenho certeza que nos daremos bem.
- Obrigado.
Do outro lado, dentro do casarão do clube, Carla aproveitou para relembrar o passado com Graciliano.
- Não finja que se esqueceu de mim, Graciliano - ela tentava abraçá-lo, mas ele se afastava e ao mesmo tempo se avizinhava, pois ainda amava aquela mulher.
- Você não tem vergonha na cara? Seu marido está aqui, você acabou de conhecer a filha e...
- Chega! Não tente me puxar para o arrependimento, eu sei que errei.
- Não, isso não é erro, Carla. Erro é algo que pode ser consertado e Marqueza nunca aceitará você para ser a mãe dela.
- E você? Ainda sente algo por mim? Depois desses vinte e quatro anos, consegue se lembrar de mim?
- É melhor você sair, Carla.
Ela esticou a mão que segurava uma pulseira esverdeada e colocou sobre a mesa de Graciliano.
- Este foi o primeiro presente que eu lhe dei, por favor, aceite-o novamente. Saiba que não esqueci de nós dois - ela disse e foi direto para a porta. Graciliano pegou a pulseira e depois de analisá-la, partiu ao meio, deixando as contas caírem no chão. Depois, desferiu um soco na mesa e xingou a mulher que acabara de sair em pensamento.
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O Clube
RomanceClassificação: Livre Pense em um lugar bem frequentado aos sábados, onde várias emoções poderão acontecer.