× One ×

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This is a beautiful lie.
My last lie...

O grande dia finalmente havia chegado.

Gloriosamente arrumei um emprego à altura de minha formação escolar.
Secretário pessoal do dono da maior empresa do país.

Company Dan Gostiel, ou abreviado, CDG, Companhia (Empresa) Dan Gostiel, o maior magnata do país conhecido pelas suas inúmeras obras aos redor do mundo.

Deus, onde estão meus modos?

Meu nome é Marco Jean, 26 anos, e solteiro... Felizmente. Recém formado na faculdade de Negócios, e um super sortudo, recém-contratado.

Levantei da cama olhando para o dia lá fora pela grande janela de vidro que dava para a varanda do meu apartamento. Suspirei, cansado pela noite mal dormida e feliz por ter amanhecido rápido e entusiasmado por ser meu primeiro dia de trabalho. Eu sou realmente sortudo.

Me arrastei até o banheiro, conferi a hora, ótimo havia duas horas até que eu fosse trabalhar. Enchi a banheira e escovei meus dentes cuidadosamente. Sentei-me na água morna sentindo meus músculos relaxarem bruscamente. Olhei para o teto branco e me permiti imaginar como seria o meu novo — E surpreendentemente meu primeiro — trabalho.

Como seria meu chefe, que apesar de ser um magnata super, mega famoso, não gostava de aparecer em público e poucas eram as fotos publicadas na internet, ou em redes de notícias, e eram raríssimas as entrevistas que ele dava. Mas o que era ainda mais misterioso, era que ele mesmo escolhia seus funcionários, segundo uma das poucas entrevistas que dera, não deixava nada deste tipo para a gestão que cuidava, por exemplo, dos cargos e férias de cada funcionário. Ele escolhia cuidadosamente cada um, olhava o nome, a família, escola, problemas, alergias ou coisas do gênero, sexualidade, posição social, relacionamentos com a empresa e famosos. Tudo. Era quase como um stalker, mas havia permissão para fazê-lo. E graças a minha boa qualificação — Ou não, eu fui escolhido para ser justamente seu secretário pessoal, ou seja, por um lado eu o acompanharia nas viagens de negócios ao redor do mundo, estaria presente em 99,99% das reuniões empresariais, e poderia finalmente ver quem era aquele ser tão misterioso pessoalmente. Por outro lado, ele poderia xeretar minha vida do meu passado e se possível, até mesmo definir meu futuro... Estava um pouco apreensivo agora.

Levantei-me da banheira enxugando meu corpo magricela cuidadosamente. Sim, magricela, para a minha idade eu não pesava nem 70kg. O que não era tão ruim, já que vários caçadores de talentos me paravam para perguntar se eu gostaria de ser modelo quando eu frequentava o colegial.

Voltei para o quarto colocando o terno que fora escolhido especialmente para aquela manhã de segunda-feira.

Subi a calça por minhas pernas, sentindo o tecido passando levemente por minha pele, coloquei uma camisa social branca, e uma gravata preta para combinar com o terno. Creio que posso afirmar que simplesmente odeio coisas extravagantes.

Passei o blazer por meus braços, abotoando os três últimos botões, ajustei, novamente, minha gravata enquanto me examinava em frente ao espelho do closet.

Suspirei e olhei a hora, faltava uma hora e meia. Peguei minha maleta já pronta com todo o material para trabalhar, e andei calmamente até a cozinha, onde Dalva me esperava.

Olhei para ela de relance, e ela deu uma risadinha maliciosa. Dalva era uma senhora de cinquenta e poucos anos. Eu a considerava uma mãe.

- Bom dia, jovem secretário. – Sabia que algo assim estava por vir.

Ela me cria desde que me conheço por gente. Me ajudou nas piores fases da minha vida, e conseguiu minha guarda quando meus pais, finalmente, me abandonaram.

- Ora, Ora... Bom dia senhora Dalva, seu jovem secretário está morrendo de fome, pode ter a piedade e a gentileza de falar para este jovem que há algo para que ele possa se alimentar? – Sorri, ela pediu para que eu senta-se para que pudesse me servir. – Uau, isso tudo...? Não acha que exagerou um pouco?

Ela estreitou os olhos mandando eu me calar e começar a comer, Dalva dizia tudo o que queria apenas olhando para a pessoa.

- Não seja tão chato. Fiz com carinho para que possa ter energia no trabalho. Olhe só pra você, tão magro que nem precisa fazer exame de raio-x para ver suas costelas.

- Magoou. – Olhei para ela, mas na verdade eu concordava.

- Ande logo e coma.

Mais meia hora se passou e agora só faltava uma hora para ir trabalhar. Olhei para a sala de jantar, e pensei em algo.

- Dalva... Você já foi casada? – Ela me olhou com vergonha.

- Sim, já fui casada. Antes de você nascer. Mas acabei por me separar. – Disse feliz.

- Por que está feliz? – Perguntei confuso.

- Não vale a pena ficar com quem apenas mente pra você, e que apenas te faz sofrer... Não é? – Confirmei. – Ele me proporcionou momentos felizes, claro. Mas as mentiras e traições frequentes, me fez esquecer o que era felicidade. Mas daí sua mãe me contratou, no começo era apenas para arrumar a grande e luxuosa casa de vocês, só que tempo depois você nasceu. Eu me separei, por que eu queria ficar longe de qualquer coisa que me fizesse mal. E você e sua família me faziam bem. Por isso fiquei com vocês por todos esses anos...

- Mas mamãe e o papai nos deixaram. E eles nós fizeram sofrer muito também. – Ela olhou para o teto, e depois me encarou.

- Que garoto mais bobo. – Sorri torcendo o nariz. – Hoje é um dia feliz, apresse-se e vá trabalhar, coloca um sorriso nessa cara porque trabalhar com cara de bunda não dá certo!

Gargalhei alto, a abracei e fui trabalhar. Ela tinha razão... Não poderia ir trabalhar triste ou com raiva logo no primeiro dia.

Saí do prédio onde morava, dirigindo até a grande CDG!

Mal podia esperar. 

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⏰ Última atualização: May 20, 2017 ⏰

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