My name is Castiel

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Ouvia uma máquina a trabalhar. A minha mão, que há minutos segurava a do Dean estava vazia e sem força. Abri os olhos lentamente, como um bebé que acorda pela primeira vez e encostei-me contra o aço frio da parede.
-Piper...-ouvi, tão silencioso como o sopro do vento. Virei-me para o lado e lá estava o Dean.-Piper, estás bem? Ele fez-te alguma coisa? Alguém te tocou, sequer?
-Não. Eu estou bem. Tu?-disse, com a respiração ofegante.
-Eu também. Só estava preocupado contigo. Oh, Piper, o que é que eu fui fazer?-ele disse, levando as mãos à cara. Fiquei sem perceber o porquê da reação dele...
-O que é que queres dizer com isso, Dean?
-Porque é que eu te deixei vir? Não tinhas de te meter à minha frente para me salvares. Devia ter-te deixado trancada naquela cabana de madeira até eu voltar e tu nunca devias ter saído daquele motel. Isto é tudo culpa minha...
-Pára de te culpar pelas coisas más que nos acontecem, Dean, não tens de carregar o mundo às costas. Estamos juntos nisto. Juntos.-disse, segurando-lhe a mão de novo. Estava cansada de ele achar que tinha de ser responsável por tudo. Ele era muito protetor e queria facilitar-me tudo e isso era mesmo querido, mas não é dessa maneira que eu funciono. Se estamos nisto, estamos nisto juntos. Sou forte onde ele é fraco e fraca onde ele é forte, complementando-nos um ao outro. Eu daria a minha vida por ele, mesmo que ele se metesse à minha frente e dissesse que não.
De repente, uma porta abriu-se e entrou lá o homem de ao bocado. Trazia o mesmo sorriso trocista e aquela expressão irritante de sempre. Bateu as palmas e disse:
-Muito bem, acordaram os dois! Mesmo a tempo...
Cada vez que ele falava davam-me arrepios.
-O que é que queres dizer com isso?-perguntei.
-Oh, tu já vais ver. É mesmo por ti que eu vou começar.
Agora sim estava realmente assustada. Olhei para o Dean e ele olhou ao mesmo tempo para mim, levantando-se e pondo-se à minha frente.
-Tu não lhe tocas, ouviste?!-o Dean ameaçou. O homem riu-se na cara dele e disse:
-Oh, mas tu também vens.
-Mata-me se quiseres. Mas deixa-a ir.
-Dean, NÃO!
-Oh, Miss Singer, não te preocupes. Matá-lo não está nos meus planos. Pelo menos por agora...
-Dean... Não faças isto...-implorei. O homem nem nos deu tempo para falar. Pegou-nos pela roupa e arrastou-nos até a uma porta. Uma porta gelada, para ser mais precisa. Provavelmente de um frigorífico. Ele começou a amarrar o Dean, bastante mal, a meu ver, e quando chegou a altura de me amarrar, abriu a porta do frigorífico e trancou-me lá dentro.

O mais certo era eu morrer congelada dentro de minutos.

O Dean soltou-se facilmente das cordas, atirou o leviatã ao chão e chamou por mim do lado de fora do vidro do frigorífico. Reuni as forças que tinha para cambalear até lá, a sentir os meus ossos congelarem. Ele encostou a palma da mão ao vidro e eu encostei a minha no sítio exato, mas do outro lado do vidro. Atrás do Dean, vi o o homem a levantar-se e a preparar o punho para lhe dar uma pancada forte.
-DEAN! ATRÁS DE TI!
Ele só teve tempo de olhar para trás e de se esbarrar contra o vidro, inconsciente de novo.-NÃO!-gritei, mas era escusado. Vi o leviatã a correr para longe, a arrastar o Dean com ele e eu caí sobre os meus joelhos, a morrer de frio. Eu estava a congelar e nada nem ninguém me poderiam salvar disso. Eu deitava fumo de entre os lábios e andava à procura de calor e de ar que não me congelasse as entranhas, de preferência. Parecia o Alaska.
De repente, apareceu uma cara conhecida lá dentro. O tipo da gabardina, com aqueles olhos hipnotizantes que me davam voltas à cabeça. Aquele estranho que não me saía dos pensamentos.
-Q...q...quem és t...tu?-perguntei, a medo, a tremer de frio.
-O meu nome é Castiel e vou tirar-te daqui.
Com isso, teleportou-me dali para fora.
-Eu já te vi, no diner. Eras tu. Depois desapareceste.
-Sim, é uma longa história...-ele disse, com uma risada.
-O que é que tu és?
-Sou um anjo...
-Ah... Isso explica muita coisa... O Dean? O Sam? O meu pai? Eles estão bem, Castiel?
-O Dean e o Sam sim.
Como assim? E o meu pai? Comecei a entrar em pânico, sem saber o que fazer. Tão descontrolada que até comecei a gritar com o Castiel, mesmo que ele não tivesse culpa de nada.
-E o meu pai?! CONTA-ME!
-Calma, Piper...
-Como é que tu queres que eu tenha calma?! Onde é que está o meu pai?!

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Olá again! Bem, vocês já sabiam que ia aparecer o Castiel... O que é que será que aconteceu ao Bobby? Tchau😎❤️e até ao próximo cap!

The Singer KidOnde histórias criam vida. Descubra agora